sábado, 9 de dezembro de 2017

PEQUENA CRÔNICA

POR QUÊ TANTA DESIGUALDADE?
Lemos em Gálatas 6,7-8: “Não vos iludais; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá: quem semear na sua carne, da carne colherá corrupção; quem semear no espírito, do espírito colherá a vida eterna.”
O que ensina São Paulo é, para uns, um alento espiritual, um ensinamento para se encontrar com Deus, quando busca trilhar pelo caminho do bem, do amor. Para outros, é questão morta, não vale nada, pois sua riqueza é terrena, o ter aqui e agora é que importa. Uma verdade ou outra, o que se tem é um estúpida desigualdade social, onde uns poucos vivem (e esbanjam) no luxo, nada em dinheiro, tanto dinheiro que sequer têm como consumir, mesmo com todas ostentações, podendo adquirir quadros famosos por mais de um bilhão de reais. Na outra ponta, a grande maioria vivendo em extrema miséria. No meio, a classe trabalhadora, a consagrada classe média que sustenta o funcionamento da máquina – com seu trabalho suado e com os impostos pagos. Os que podem tanto, pagam menos, pois têm lá os subterfúgios e meios de sonegação e, quando pegos, têm como prolongar o pagamento (se o fizer) a sumir de vista. Os outros,  sem meios de contratar bancas de advogados, pagam, religiosamente o que devem.
Mas não é isso aonde queremos chegar. Foi apenas um preâmbulo. O que nos assusta é o quadro da miséria que toma conta do País e pouca gente vê ou se importa, principalmente os governantes, é claro. Aliás, os governantes (todos os poderes), quando abordam os problemas, ficam na falácia – nada fazem, que o diga o deputado Tiririca em seu antológico discurso de desabafo que, segundo Alexandre Garcia, foi do mais puro e honesto.
Têm as vítimas de desastres naturais e de desastres causados pela negligência dos homens (empresários gananciosos que não nutrem respeito pela vida de terceiros, quando pensam no lucro). Ora, que nação é esta em que famílias e famílias perdem tudo o que têm – casa, móveis, terras, tradição, tudo, tudo – e vivem estendendo pires, clamando por justiça. Falo das vítimas de Mariana. Emendo nisso (agora causas naturais) as vítimas das enchentes ocorridas no Sul de Minas – comunidade em que 90% dos moradores perderam tudo, tudo, literalmente. Não tem o que comer, beber, vestir, morar, perderam seu passado. Um dantesco quadro.
O que falar dos miseráveis moradores de rua ou desempregados que vivem das sobras de lixo – em busca de sobras de comida para si e sua família; ou de papelão para impor-se, com um pouco de dignidade, como um trabalhador. Sem teto, sem nada, sem perspectivas.
Enquanto isso, nos tribunais, discute a doação de anel de oitocentos mil reais para mulher de governador. Como resultado da roubalheira que resultou na operação Lava Jato, o fenômeno de enriquecimento fantástico de bancas de advogados (trabalho honesto, mas fruto da desgraça brasileira).

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