sábado, 23 de dezembro de 2017

CAIO MARTINS, RETRATO DE UM BRASIL DE HOJE

                                                                                                           XXI - Parte

PROJETO DE PRODUÇÃO
Com as turmas do curso de Magistério desenvolvia-se no Centro Integrado de Esmeraldas o Projeto Educação e Saúde. Com o curso  Técnico em Agropecuária a metodologia era outra, restringia-se somente à área de produção. Os alunos eram distribuídos, a cada ano, em diversos setores de modo a cobrir a metodologia teórica, procurando oferecer-lhes a mais ampla oportunidade de realização de aulas práticas. Assim, foram criados vários setores de produção – animal: bovinocultura (de corte e leite), suinocultura, avicultura (de corte e postura), cunicultura e piscicultura. Culturas: grãos (arroz e milho); horticultura; pomicultura.
Uma característica muito interessante e rica do sistema era atender, exatamente, o que propunha o Centro: integrar as  áreas enquanto eram aplicadas as noções teóricas, tudo com acompanhamento dos professores das matérias correlatas. Cada Projeto era desenvolvido por um grupo de alunos dos quatros anos do curso tendo como coordenador um aluno do 4º ano, geralmente escolhido pelo grupo. Era atribuído a ele determinar as tarefas, acompanhar o andamento do projeto,  apresentar relatórios e dar a nota pelo desempenho de cada aluno – assiduidade, interesse, conhecimento, aplicação ao trabalho. As notas atribuídas pelos coordenadores eram, depois, avaliadas pelos professores de cada área tendo em conta o desempenho do Projeto, no todo, os relatórios e reuniões de apreciação.
Como se dava a integração: suinocultura, bovinocultura e avicultura – substrato para adubação da cultura de milho  (em um concurso promovido pela Emater de Esmeraldas para Produtor Jovem, o projeto do CI obteve o primeiro lugar regional com a produção de 11.500 kg/hectare). Avicultura – bovinocultura: substrato para preparação de ração para engorda de bois em sistema de confinamento com excelentes resultados (posteriormente o sistema foi interrompido pela proibição da Vigilância Sanitária do uso da cama de frango na preparação de ração para engorda de bois). Suinocultura (além do uso do churume na agricultura) integrado com a criação de peixes, diretamente no tanque. Cunicultura – piscicultura (ração). Rizicultura-piscicultura (arroz irrigado em tabuleiros, com peixes). Composto com substrato vegetal: todo extrato vegetal resultado de capinas tinha como destino a produção de composto orgânico: capim e esterco. Apicultura-marcenaria: os alunos trabalhavam na fabricação das caixas.
Projeto não integrados: equinos (doma de cavalos com orientação moderna sem sacrificar o animal); cultura do café: plantio experimental em terras de baixa qualidade que teve como resultado o “como não se deve plantar café”.
A produção alcançada nos projetos atendia, em primeiro lugar, a alimentação dos alunos. O excedente era vendido para a própria sustentação dos projetos: aquisição de sementes, adubo, ração para aves e suínos.
Integração de cursos: os alunos do primeiro grau (antigo primário e ginasial) participavam dos projetos como aprendizes, sendo assim, desde cedo  direcionados para opções futuras na escolha do curso a fazer.
Um registro para que não caia no esquecimento – professores do curso, na área específica: Geraldo Magela, Nivaldo, Reni. Funcionário de apoio: “seu” Geraldo – curral.






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