A Operação Mensalão revelou um verdadeiro e imenso escândalo envolvendo a mais nobre estatal do pais, a Petrobras. Cada dia uma notícia ruim era dada, e os brasileiros quietos. Benesses com o governo boliviano que, depois de investimentos recebidos expulsou a Petrobras do país – e o Brasil ainda mais fez: compra gás da Bolívia. Aquisição da malfadada refinaria de Pasadena, revelada, depois, ser uma sucata. E dinheiro saindo pelos dutos em profusão. E os brasileiros quietos.
Aí veio o investidor americano, descobriu a lambança e de como seu dinheiro estava virando fumaça. Bateu nas portas da justiça, americana, é claro. Resultado: a Petrobras para se livrar de uma situação bem mais grave, propõe um acordo: pagar US$2,95 bilhões aos acionistas americanos. Valor equivalente a R$ 9,6 bilhões, bem mais que o valor até então devolvidos à empresa através da operação Lava Jato -R$ 1.475.586.737,77, dinheiro obtido por meio de acordos de colaboração e leniência fechados com delatores e empresas envolvidos no esquema de corrupção que agia na Petrobras.
Como noticiado, a Petrobras deve pagar 3 bilhōes de dólares para colocar um ponto final no processo coletivo que acionistas americanos moveram contra a empresa brasileira, por causa das perdas decorrentes do Petrolão. Se o acordo for aprovado pela Justiça americana, será o quarto maior desse tipo já fechado na história dos Estados Unidos.
Os 3 bilhões de dólares representam outra paulada no caixa da empresa, mas eliminam a possibilidade de um júri popular arbitrar por soma ainda maior. Quem pagará o custo, ao final, serão os brasileiros que não roubaram um centavo da Petrobras e desde sempre arcam com a sua existência, fruto do delírio nacionalista.
Afinal, de quem é a culpa. Muitos foram os larápios. Muitos foram os beneficiados, artífices da tramoia, mas quem era o chefe? No caso da Petrobras, diante do tamanho do esquema, os culpados só poderiam ter chefes. E, no caso da Petrobras, gigante estatal com uma direção indicada por políticos, esses chefes só poderiam ser políticos. E, no caso da gigantesca e estratégica Petrobras, esses políticos não poderiam agir sem o consentimento do maior dos políticos.
A empresa, no seu acordo, invoca a Lava Jato. Os procuradores da Lava Jato já apontaram, com abundância de provas, quem era o chefe, o comandante máximo, aquele que tinha total domínio dos fatos — que precisavam da sua aprovação direta ou indireta para se realizarem como tais — e deles usufruiu política e materialmente.
A narrativa da Petrobras nos Estados Unidos e no Brasil só fará totalmente sentido quando o chefe do esquema de corrupção que quase nocauteou a maior empresa nacional — e jogou o país numa crise econômica sem precedentes — for condenado em definitivo. A condenação em definitivo dará sentido e final feliz, pois exemplar, a um crime do qual não se admite repetição.
Enquanto isso, o povo vai tapando o rombo, pagando a conta com sucessivos aumentos nos preços do gás (que atingem toda população diretamente) e combustíveis (que atingem, indiretamente, toda a população).
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