XXVI - Parte
CENTENÁRIO DE JANUÁRIA
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Acampamento de alunos da Caio Martins em Januária |
Outubro de 1960 marcou um grande encontro de representações das Escolas Caio Martins em Januária. Motivo especial: comemorar o centenário daquela bela cidade, berço natal do fundador das Escolas, Coronel Manoel Almeida, e de um grande caiomartiniano (autor do Hino às Escolas Caio Martins e presidente do Conselho Diretor da instituição), um grande amigo, mestre, pesquisador e propagador do folclore barranqueiro, Coronel Saul Martins.
Não havia, naquela época, a apresentação de shows de artistas, as grandes bandas, como nos tempos atuais. De grande mesmo foi somente a apresentação de uma banda de música que creio ser da Polícia Militar de Montes Claros ou de fuzileiros navais.
Em festa de tão grande importância e repercussão no vale do São Francisco, o coronel Almeida acreditou e ousou apresentar como atração, os meninos das Escolas Caio Martins, muitos deles filhos de sertanejos da região.
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Ginastas |
Não me lembro bem da apresentação dos grupos de Pirapora, Januária e Carinhanha e Urucuia – creio que se sobressaíram mais nos desfiles, como escoteiros, principalmente, posto que a história da escola é ligada e inspirada na vida do escoteiro Caio Martins tragicamente morto na Serra da Mantiqueira, em um desastre de trem. Dele foi a frase, ao lhe ser oferecido socorro, posto estar muito ferido:
“atenda os outros primeiros, pois o escoteiro caminha com as próprias pernas”. Morreu em consequência dos ferimentos, mas sua frase transformou-se num lema histórico, numa palavra de ordem das escolas Caio Martins –
“caminhar com as próprias pernas”.
Alunos da Escola de Esmeraldas apresentaram uma bela alegoria, no desfile pelas ruas da cidade, destacando-se a ginástica rítmica por um grupo de alunas do curso normal e um pelotão de escoteiros. À noite, em um palco armado em praça pública, as alunas da mesma escola apresentaram um número artístico muito especial: quadro das raças que, através de músicas especiais, fazia referência ao índio, ao português e ao escravo.Fechando o quadro, o produto da miscigenação das etnias: o brasileiro, com a apresentação da Aquarela do Brasil.O grupo da ginástica e do quadro foi magistralmente ensaiado pelas professoras do curso normal da Escola Caio Martins de Esmeraldas, Stela e Marisa.
A apresentação do Centro de Treinamento de São Francisco foi especial, uma pequena peça teatral retratando a vida bucólica do homem do campo em perfeita harmonia com a natureza, isso com poemas e músicas com apresentações que chamaram atenção por Davi Lelis e Helenice, declamando, e Lídia, cantando, com muita ternura, que belíssima era sua voz.
O coronel acreditava, botava fé e esperava muito de seus jovens pupilos e eles não o decepcionaram, as Escolas Caio Martins brilharam na festa do centenário de Januária e sua apresentação ficou registrada nos arquivos da Casa da Memória daquela cidade.
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Helenice |
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Lídia |
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Maria Vilma |
Texto e fotos: João Naves de Melo
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