XXV - Parte
OS CAIOMARTINIANOS
Ao ensejo da reunião de um grupo de ex-alunos da Escola Caio Martins de São Francisco, realizada na semana passada no sítio de Luís e Sandra (ela ex-aluna), vamos focar o amor do ex-caiomartiniano por sua escola.
Em primeiro lugar vamos fazer uma correção quanto ao nome de ex-caiomartinianos, pois pelo que demonstram quase todos alunos que passaram pelas escolas – todas elas: Esmeraldas, Buritizeiro, Urucuia, Januária, Carinhanha e São Francisco -, não existe a figura do ex, pois eles sempre serão caiomartinianos.
O vínculo exterior desse amor à Escolas aflorou em 1968, quando o caiomartiniano Jonas Batista Pereira e um grupo de caiomartinianos criou a Associação de Ex-Alunos Caio Martins com objetivos de preservar o ideal caiomartiniano e estabelecer uma ajuda ao aluno egresso das Caio Martins. Em princípio, a Associação promoveu encontros de ex-alunos na Escola da Esmeraldas, no dia 1º de Maio. Assim, a cada ano acontecia um animado e muito festivo encontro de caiomartinianos brotados das mais diferentes regiões do estado de Minas e de outros estados – era, na verdade um chamariz. Momentos de alegre confraternização, de abraços, rever fatos e contar casos, por em dia as notícias de cada um – uma família se reunia. Nos fins de tarde, realizava-se uma partida de futebol reunindo um time formado pelos alunos egressos e por atuais alunos.
Por muitos e muitos anos o encontro do 1º de Maio foi marcado pelo encontro de caiomartinianos de todas as épocas. Banho de alegria e felicidade.
Reunia aqueles grupos, a cada ano, a mística caiomartiniana que tinha como dois grandes símbolos a Flor-de-lis e o belo hino composto pelo saudoso Saul Martins com o chamado de alerta “Se da Pátria os anseios ouvis, se quereis uma infância feliz…” Sim, quase abraçados, muitos tomadas pela emoção, indo às lágrimas, peito estufado, cantavam o hino como que revivendo uma epopéia.
Infelizmente, a vida tem, às vezes, seu curso interrompido e desviado. Foi o que aconteceu com o encontro anual dos “ex-alunos”. Assumindo a presidência da Fundação Caio Martins a professora Márcia Almeida, esposa do fundador da grande obra, Manoel Almeida, delegou o comando ao coronel reformado Reinaldo. Foi um desastre para a Fundação. Não vouanalisar os fatos, nesta oportunidade. Registro apenas que no primeiro ano de sua intervenção, o coronel Reinaldo enterrou a beleza, a simplicidade e o sonho do 1º de Maio, foi praticamente decretada a diáspora dos caiomartinianos que ali se reuniam todos os anos. Nunca mais foi igual, por mais que se tentasse, a mística murchara.
Em compensação assistimos o rebrotar do espírito que une essa moçada. Na distante Rondônia (Vilhena), Anísio mantém acesa a chama caiomartiniana: com José Naides, Serginho, e outros companheiros, criaram o Grupo Ex-alunos da Turma de83 (curso de agropecuária do Centro Integrado). A cada ano encontram-se em uma determinada cidade e comemoram com imensa satisfação. Aqui em São Francisco, Juarez, Neto, Fernando e outros, mantém acesa a chama caiomartiniana, reunindo os caiomartinianos egressos da Escola de São Francisco uma vez por ano. Neste ano se encontraram no sítio da ex-aluna Sandra.
Repetem, malgrado os empecilhos, o refrão: “Companheiros, amigos, marchemos/ Pela estrada de Caio Martins/ Escoteiros, alerta! Exaltemos! O seu nome na voz dos clarins”.
No verso final do Hino Saul Martins vaticinava sobre o futuro da Escola e sobre o que ela seria na alma de cada caiomartiniano vida à fora: “Flor-de-lis, eis o emblema sagrado/ Que nos une e conduz ao chamado/ Desta escola que à grei vos desperta;/ Levantai vossas mãos pequeninas: Sempre alerta, escoteiros de Minas! Pelo Bem do Brasil, sempre alerta”.
A! Brasil.
Texto e fotos: João Naves de Melo
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