sábado, 27 de janeiro de 2018

DICOTOMIA

O Brasil vive momentos de grande tensão e de muitas incertezas. Com uma democracia remodelada por uma Constituição que soçobrou dos escombros de um regime fechado e de liberdade vigiada, não consegue deslanchar-se, pois esbarra em entraves políticos. Do ideário dos paladinos que batalharam, com boas armas -  da razão e convencimento - e conseguiram encerrar o regime de exceção, esperava-se que a nação atingiria alto desenvolvimento e o povo seria mais feliz, mais recompensado.
Deu quase tudo errado. Um dos pilares da abertura e da constituinte, uma esperança do povo, para ocupar a presidência da República, eleito indiretamente, morre antes da posse. E veio um presidente baldeado do antigo regime – o recomeço perdeu um pouco da credibilidade. Vem a primeira eleição, pelo voto popular. Surge do nada o “Caçados de Marajá”, e adoça o eleitor com grandes promessas e tem uma fantástica vitória – era a bandeira da esperança. No meio do caminho o tropeço e lá veio o triste episódio do impeachment. Assume, outra vez, o vice que, felizmente, sem muitas firulas põe a economia nos trilhos, sem alarde e avanço no bolso do povo. Itamar Franco debela a inflação com Fernando Henrique no Ministério da Fazenda. O sucesso foi o caminho para Fernando Henrique alçar-se ao posto de mandatário da nação. Fez bom governo, mais voltado para o social, à esquerda como era filosofia do seu partido PSDB. Com ele, além do controle da inflação, foram implantados os programas sociais: Bolsa AlimentaçãoBolsa EscolaAuxílio-Gás, erradicação do trabalho infantil, por meio do PETI e o Brasil Jovem, com objetivo de atender jovens de 15 a 17 anos residentes em comunidades de baixa renda, cuja renda familiar per capita seja de até meio salário mínimo.O governo de FHC criou ainda o ENEM, 1988, o FIES, 1999
Veio, depois a fase petista. Deu-se continuidade aos programas sociais, ampliados como outros programas como da Minha Casa, Minha Vida, ampliação do FIES, criou o ProUni em 2004, Luz apara todos, Brasil Alfabetizado,  Educação, Fome Zero, Pronatec, Brasil sem miséria – complementando o Bolsa Família.
Vem a queda da presidente Dilma no desfecho de revelações de escândalos que abalaram os alicerces da nação e levou tanta gente às barras dos tribunais, sendo principais operações Mensalão e Lava Jato – um desvio fantástico de dinheiro público.
Assume o poder, o vice da chapa da presidente Dilma, portanto do mesmo ninho, o vice Michel Temer do PMDB, indefectível partido que sempre esteve colado ao poder, como garça vaqueira no lombo de bois ode rêmoras em mar aberto no dorso de tubarões. Veio a grito: foi golpe. E fica uma indagação: golpe no seio do mesmo grupo?
Questão de tetas que será objeto de continuação desta crônica.

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