sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

FOLIA DE REIS

Mantendo a tradição, vários ternos de folia cumpriram missão de adorar as lapinhas recordando a participação dos três reis magos do Oriente – Gaspar, Baltazar e Belchior na adoração ao Menino Jesus, em Belém, logo depois de seu nascimento.
Na cidade e no meio rural, diversos grupos saíram em jornada do dia 25 de dezembro ao dia 6 de janeiro, data do encerramento da jornada. Com a bandeira dos Reis à frente, o grupo chega a uma casa colocada no roteiro, faz a saudação ao Menino Jesus no presépio, com toda referência cantando a história do nascimento dele e a adoração dos três reis levando presentes ao anunciado rei: ouro, mirra e incenso.
Depois da saudação, com muita alegria, os foliões se dividem nas danças do quatro e do lundu – ma festa.
EPIFANIA
“Tendo, pois Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que os magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram eles:Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a estrela no oriente e viemos adorá-lo” – Mateus,2:1-2
A tradição popular diz que os três magos eram reis. Não há citação na bíblia a respeito. Acredita-se que eram sábios,astrônomos ou astrólogos. Não importa. Para os foliões eles era reis, os Três Reis Magos que inspiraram a sua devoção que se repete, do mesmo modo, todos os anos, em jornadas de viagem, tal qual a dos três magos para chegar à lapinha onde adoram, como eles, o Menino Deus. Não tendo ouro, mirra ou incenso, oferecem o que têm melhor de si: a expressão de seus sentimento fervoroso através da música.
Uma graça muito especial para os foliões que podem viver o grande momento experimentado pelos três reis magos, assim como foi dado aos pastores ao receberem o anúncio do Anjo do Senhor: “Eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura” – Lucas 2: 10-11. Dado foi aos pastores e ao reis magos a glória de testemunharem a presença de Deus diante dos homens.
No sentido religioso, de acordo com o calendário litúrgico da Igreja Católica, a epifania está diretamente relacionada com uma manifestação divina.
Um exemplo narrado na bíblia mostra o episódio em que houve a apresentação de Jesus Cristo ao mundo, através da chegada dos Reis Magos, trazendo seus presentes.
Padre Paulo Ricardo da equipe Christo Nihil Praeponere7, discorre sobre o assunto:
“Quando nasce uma criança, é costume que os familiares e amigos mais próximos demonstrem o seu afeto e estima com presentes dos mais diversos tipos: roupinhas e sapatinhos para agasalhar o bebê; fraldas e produtos para cuidar da sua higiene; e, um pouco mais tarde, quando ele começar a segurar as coisas com as mãos, brinquedos para que tenha com que se divertir. Os padrinhos do recém-nascido talvez até comprem uma banheira, um carrinho ou um berço, ajudando a completar o enxoval.
Mas, quando o Menino Jesus nasceu em Belém, deitado ao frio a ao gelo sobre uma manjedoura, os primeiros presentes que recebeu, de três estranhos, não foram nada comuns. O Evangelho diz que Magos vindos do Oriente, “abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11).
Ora, o que uma criança que mal acabara de nascer podia fazer com ouro, incenso e mirra? À parte o valor incontestável do ouro, o que uma pobre família de Nazaré ia querer com objetos dessa natureza? Qual o significado dessas três coisas que os Magos oferecem a Jesus e que são lembradas, todos os anos, na Solenidade da Epifania do Senhor?
Durante a Missa da Epifania de 2010, o Papa Bento XVI, expressando a mesma perplexidade dessas perguntas, reconheceu que os dons apresentados pelos Magos:
“Sem dúvida, não são dons que correspondem às necessidades primárias ou quotidianas. Naquele momento, a Sagrada Família certamente teria tido mais necessidade de algo diferente do incenso e da mirra, e nem sequer o ouro podia ser-lhe imediatamente útil. Mas estes dons têm um profundo significado: são um ato de justiça. Com efeito, segundo a mentalidade em vigor nessa época no Oriente, representam o reconhecimento de uma pessoa como Deus e Rei: ou seja, são um ato de submissão. Querem dizer que a partir daquele momento os doadores pertencem ao soberano e reconhecem a sua autoridade.”
FOTO: Terno de foliões do bairro Santo Antônio: guia Valfrido

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