sábado, 6 de dezembro de 2025

PARA NÃO PASSAR ESQUECIDO

 Oh, Minas Gerais! / Oh, Minas Gerais! / Quem te 

conhece não esquece jamais/ Oh, Minas Gerais!



Minas Gerais foi criada oficialmente como uma capitania separada em 2 de dezembro de 1720, quando a Coroa Portuguesa desmembrou a antiga Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, estabelecendo a Capitania de Minas Gerais, com Vila Rica (atual Ouro Preto) como capital. Essa data marca o surgimento de Minas Gerais como uma unidade política distinta no mapa colonial brasileiro.

Nos seus 305 anos de história, Minas Gerais se distinguiu das demais regiões que compuseram a América Portuguesa em vários aspectos relacionados à economia, sociedade e política. Com a descoberta de ouro e pedras preciosas, no final do século XVII, houve rápida ocupação do território que hoje corresponde a Minas Gerais, tornando-a a região mais populosa do Brasil até os anos 1940. Centrada na mineração de ouro e depois de diamantes, a diversificação da vida econômica de Minas foi incrementada nos séculos seguintes, mantida a importância das atividades mineradoras. Minas se transformou em importante centro de produção metalúrgica, principalmente ligado à siderurgia.

A mineração, especialmente do ouro e do diamante, transformou na causa maior para a criação de Minas Gerais deflagrada com a guerra dos Emboabas. Não precisava da revolta, segundo João Camillo de Oliveira Torres in História de Minas Gerais: “Os Emboabas acabariam vencendo por si mesmo, que não houvesse luta de mão armada. O fato de conhecerem os ofícios mecânicos, os seus hábitos de vida comercial e agrícola levariam vantagem sobre o nomandismo dos paulistas”.

A disputa pela primazia da exploração do ouro entre os paulistas descobridores da região e os forasteiros chamados de “emboabas” desencadeou a guerra. Então, como causa principal, estava o ouro, o dinheiro, a busca da fortuna. O interesse de se fixar na terra ensejou a criação de Minas Gerais, assim como aconteceu com a povoação da região do São Francisco, sem guerra, mas com a ocupação pacífica. Nem tão pacífica se nos determos nas disputas políticas.

Vá lá, Deus salve Minas Gerais, nosso torrão tão querido e tão importante na história do Brasil, em diversos campos: político, literatura, arte, invenção, história, educação, saúde, espiritualidade e esporte: Presidente Juscelino, Tancredo Neves, João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Aleijadinho, Milton Nascimento, Santos Dumont, Manuel Almeida, Carlos Chagas, Chico Xavier, Pelé e uma fila enorme. Salve todos!

MEDALHA DESEMBARGADOR HÉLIO COSTA

 



Em sessão realizada no salão do Júri do Fórum desta Comarca, na quarta-feira 3, a desembargadora Kárin de Lima Emmerich e Mendonça foi agraciada com a Medalha Desembargador Hélio Costa, instituída em homenagem ao meritório trabalho dele  durante sua brilhante carreira de magistrado. Concedida bienalmente ela destina-se a agraciar pessoas que venham prestando ou tenham prestado relevantes serviços ao Poder Judiciário desta Comarca.

A solenidade foi presidida pelo juiz diretor do foro, Bruno Motta Couto anotando-se as presenças do desembargador Luiz Carlos Gomes da Mata, representando o presidente do tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais; prefeito municipal de São Francisco, Miguel Paulo Souza Filho; presidente da Câmara Municipal, vereador Daniel Fonseca Rocha; juiz de direito da Comarca de Brasília de Minas  Iago Abreu Barbosa dos Santos; promotor de justiça Tiago de Morais Nogueira; presidente da subseção da OAB de São Francisco Révio Umberto Figueiredo Ribeiro; comandante da 13ª Cia da PMMG de São Francisco, Ten-Cel. Wilson Fabiano Gonçalves; presidente da sub comissão da ABMCJ-MG, Gracyelle Almeida Rodrigues Bicalho; defensoras pública da Comarca, Letícia Cardoso Ferreira e Lívia Martins Nunes Braga, advogados, servidores da justiça, familiares da agraciada e convidados.

O juiz diretor do Foro, Bruno Motta Couto abriu a solenidade, em seguida  saudou a agraciada ressaltando o seu trabalho em prol da Comarca como juíza e discorreu sobre a importância da comenda. Passou-se, a seguir, à entrega da medalha e do diploma, convidados o desembargador Luiz Carlos e Alexandre Mendonça, esposo da agraciada para fazê-la. O desembargador Luiz Carlos Gomes da Mata saudou a agraciada evocando o trabalho dela na Comarca e no judiciário mineiro  em tom coloquial carregado de emoção.

Em seu discurso a agraciada fez um histórico sobre a sua vinda para São Francisco, como se fosse traçado pelo destino, pois aqui ganhou o respeito e amizade da comunidade, casou-se e apaixonou-se pelo rio São Francisco e pela cidade.

Cantores são-franciscanos, de primeira linha – Sérgio Alves, Sérgio Ricardo e Wendel Brito, e o músico Jefferson Felizardo, apresentaram um repertório com canções de Tom Andrade, relacionadas ao Rio São Francisco, o que teve a aclamação dos presentes, em especial da agraciada que discorrera tanto sobre o rio em sua fala.

Após a solenidade, a agraciada recebeu os convidados no salão social da sede da Subseção da OAB, ocasião em que recebeu os cumprimentos pela honraria recebida, manifestação de muito carinho de todos, ressaltando-se, não apenas o trabalho que ela desempenhou na Comarca como juíza, mas sobretudo, agora, com diligência muito significativa, com a OAB e Prefeitura, no sentido de construir o novo fórum da Comarca. 

A comissão presidida pelo juiz diretor do foro, formada para a escolha da agraciada, foi constituída pelos seguintes membros: representantes da OAB-MG Révio Humberto Figueiredo Ribeiro; do Prefeito Municipal, Carlos Pereira de Carvalho Júnior e do presidente da Câmara Municipal, André Saraiva de Queiroz.


AGRACIADOS PELA MEDALHA NA COMARCA DE SÃO FRANCISCO



A Medalha Desembargador Hélio Costa, concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, foi instituída no ano de 1995 e a primeira entrega ocorreu no ano de 1996. Na comarca de São Francisco foram, cronologicamente, agraciados os seguintes:

João Naves de Melo, 1996; Oscar Caetano Júnior, 2000, Aristomil Gonçalves de Mendonça, 2003; Irene Veloso Gangana, 2005; João Botelho Neto, 2007; José Euclides Vieira, 2009; Epifânio Rodrigues Cordeiro,2011; Luiz Carlos Gomes da Mata, 2013; Jarbas Soares Júnior, 2015; Maria Mendes Ramos, 2017; Petrônio Braz, 2019; Élcio Gangana Ferraz, 2013 e Kárin Liliane Emmerich e Mendonça, 2025.

DETALHE: a indicação de agraciado para receber a medalha é constituída por uma comissão presidida pelo juiz diretor do foro, com os seguintes membros: representantes da OAB-MG Révio Humberto Figueiredo Ribeiro; do Prefeito Municipal, Carlos Pereira de Carvalho Júnior e do presidente da Câmara Municipal, André Saraiva de Queiroz.

Até este ano, em São Francisco, aforam agraciados com a medalha.


GRUPO DO BONDE E A AMIZADE

 


Um grupo de casais mantém, na cidade, um salutar encontro ocasional. Sugestivo o nome dado a ele: Grupo do Bonde. Poderia referir-se ao veículo, o que conduz pessoas, no entanto tem outra conotação popular: um grupo de amigos, uma turma, uma galera. Indo um pouco mais além, lembra-se da antiga expressão “andar de bonde”, ou seja, lado a lado, caminhar juntos, remetendo-se ao antigo footing em torno de uma praça. Em todos os casos implica em estar junto. Bem o disse Cícero, filósofo e orador romano,   sobre a importância da amizade: “Pois aquele que olha um verdadeiro amigo, olha um como outro, exemplar de si mesmo. Graças à amizade, os ausentes são presentes, os pobres são cumulados, os fracos são fortes, e, o que é difícil de se dizer, os mortos vivem: vivem na honra, na memória, na dor amigos”. Então, assim foi que nos idos de 2020, mais precisamente no dia 8 de março, um grupo de casais resolveu estreitar mais ainda seus laços de amizade promovendo encontros rotativos em suas residências. A iniciativa vingou-se, tornou-se rotineiro o encontrar para contar casos, rir, cantar, dançar e, porque não, saborear algumas iguarias. O grupo hoje é constituído pelos casais Tarcísio Generoso e Socorro Neves, Sérgio e Zane, André e Beatriz, Airton Veloso e Fatinha, Charlim e Dione, Evilton (in memoriam) e Letícia.

Neste mês o Grupo reuniu-se na bela residência do casal Tarcísio e Socorro, com uma ornamentação natalino foi muito especial, com alegria espontânea, muitos abraços, sorrisos, fotos e música, muita música levada por Umbelino e Dudu, e intervenções de Socorro,  Luizão, Renata e Luciana.

Nesta quadra de tantas preocupações em nosso País abrir um espaço para o refrigério da alma é reconfortante, renovam-se as energias, dá asas à alma para que ganhe a plenitude da paz, do amor, tudo o que enseja a amizade. Recorrendo, ainda ao Cícero: “Tudo o que existe e se move na natureza é criado pela amizade e dissolvido pela discórdia”.  

Assim, alimentar o sentimento de amizade é um pressuposto de viver feliz superando as ansiedades.

sábado, 29 de novembro de 2025

OS OITENTA ANOS DO LUIZ DA ACAR


  É uma grande realização quando possível ter reunida a família e muitos amigos para festejar mais um ano de vida e mais ainda quando se comemora 80 anos. O que significa comemorar oitenta anos de vida? É como um marco de sabedoria, experiência e uma jornada cheia de histórias e realizações. É uma ocasião para celebrar a longevidade, a sabedoria acumulada, os laços de amor e família, e para reunir gerações. As celebrações geralmente envolvem reconhecer o legado da pessoa, aprofundar as conexões familiares e reforçar os votos de saúde e felicidade para os anos que virão. Destarte, o lar de Luiz e Belinha, recebeu no domingo 23 amigos para a comemoração, ao lado de seus filhos e parentes. Foi um encontro aprazível, acolhedor, que teve a participação dos Mensageiros da Emoção para contar um pouco de sua história. 

Luiz Gandra Bittencourt Filho nascido em Viçosa cedo foi morar na fazenda São Geraldo onde iniciou o curso primário fazendo o primeiro contato com o campo que se atrelava à sua vida futura. Foi além cursando Agronomia na universidade de Viçosa. Ingressou na ACAR (hoje EMATER) vindo, em 1971, servir em São Francisco, onde criou profundas raízes e tanto se dedicou a esta terra. O seu trabalho foi reconhecido pela Câmara Municipal concedendo-lhe o Título de Cidadão Honorário de São Francisco.

Casando-se com Belinha ele plantou raízes firmes no município, unindo as famílias Gandra Bittencourt e Souza Pinto, tradicional família são-franciscana, constituindo uma bela família: os rebentos Luiz Neto, Danilo, Renata e Adriana; a noras  e neta.  

Luiz despontou assistindo o homem do campo como extensionista. Colaborou na formação de alunos do Centro de Treinamento de Jovens Líderes Rurais da Escola Caio Martins, que tinha como objetivo formar líderes rurais. 

Uma faceta interessante na vida do Luizão: o craque. O esporte são-franciscano teve em Luizão e Valfrido uma das maiores zagas do nosso futebol atuando pelo Estrela, que levava uma grande torcida ao estádio cantando hinos de amor.

Luiz se integrou de corpo e alma à equipe do Codema na realização de programas direcionados à recuperação da bacia hidrográfica do rio são Francisco e preservação do meio ambiente. Em reconhecimento de sua ação ele recebeu a Comenda do Buriti conferido por ambientalistas do município. 

Luiz como cidadão consciente de seus deveres para com a sociedade e a Pátria dedicou-se ao trabalho em prol da comunidade são-franciscana e de municípios da região: elaboração de projetos agropecuários, implantação da feira livre de animais, participação na fundação do Sindicato dos Produtores Rurais, implantação de projetos agrícolas no PADSA (hoje Chapada Gaúcha); na implantação de vaquejadas na região e, no âmbito de ação social, foi presidente da APACOM. 

CULTURA SÃO-FRANCISCANA

 


José dos Passos, membro do Conselho Municipal de Cultura do município de São Francisco fez uma interessante abordagem sobre a cultura são-franciscana em que destaca algumas manifestações que já se perdiam no tempo e que têm uma beleza muito especial. Assim ele escreveu:

Hoje gostaria de compartilhar um pouco sobre a rica cultura local, com ênfase nas manifestações tradicionais, especialmente aquelas ligadas aos grupos de batuques. Essas manifestações possuem diferentes nomes na nossa região: algumas chamadas de batuque, outras de Carneiro ou lambe-ro. Independente do nome, essas práticas representam a identidade cultural das nossas comunidades tradicionais, especialmente as  quilombolas e ribeirinhas, que preservam suas histórias e saberes de geração em geração. Além dos batuques, nossa região possui diversas danças tradicionais que fazem parte da memória coletiva. Entre elas, destaco o Lundu, frequentemente utilizada durante as folias, dança com forte presença histórica, que nos chegou através das tradições populares. Dentro do Lundu, encontramos variações conhecidas como 4, 4 de 8 e 4 de 12, cada uma com seu ritmo, sua cadência e seu papel social, refletindo a diversidade de expressões culturais do município.

Outro aspecto importante são as cantigas de roda e a prática da ciranda, que ainda hoje se mantém viva na comunidade de Santa Helena, sob a liderança da mestra Dona Anitta. Essa prática é um elo entre as crianças e os mais velhos, promovendo a transmissão de valores, histórias e afetos através da música e da dança. Também temos a Curraleira, uma dança que envolve muitas pessoas e que, embora tenha suas origens mais fortes na região norte de Minas Gerais e no estado de Goiás, ainda se faz presente em comunidades como Pau D´Óleo, Rio Pardo, São Martim e Catarina. Nessas localidades, a Curraleira ainda faz parte das folias, mantendo viva uma tradição que conecta pessoas, espaços e histórias locais. Outro exemplo da diversidade cultural do município é a dança do Muzuá, pressentes, ainda, em algumas comunidades. Nessa prática, os participantes colocam uma trouxa de roupa na cabeça e dançam em roda, convidando outras pessoas a se juntarem. Essa dança é um reflexo da coletividade, da criatividade popular e da preservação de práticas que carregam significados profundos sobre identidade e memória cultural. Além dessas, temos também a dança do Mergulhão, que ainda faz parte da história cultural de algumas comunidades. Eu acompanhava muito essa dança na região do Lajedo, mas ela também é encontrada em outras comunidades da margem esquerda do Rio São Francisco. O Mergulhão representa mais uma manifestação viva das tradições locais, mantendo-se como parte essencial da nossa herança cultural.

O que vemos em nosso município é uma cultura viva, que se manifesta em cada canto das nossas comunidades. Cada dança, cada batuque, cada cantiga e cada folia carrega a história, a memória e os valores das pessoas que aqui vivem. Preservar essas tradições não é apenas manter danças e músicas, é fortalecer a identidade de nosso povo, reconhecer a importância das comunidades tradicionais e garantir que essas práticas continuem a ser transmitidas para as futuras gerações.

SÃO FRANCISCO CANTA TOM ANDRADE

 



São Francisco, através da Secretaria Municipal de Cultura, Patrimônio Cultural, Turismo, Esporte, Lazer e Juventude prestou uma merecida e muito bonita homenagem ao grande poeta e músico Tom Andrade. O programa inserido na 14ª Noite Mineira de Museus e Biblioteca foi realizado na frente da Biblioteca Dr. Geraldo Ribas na quinta-feira, 27. Muito eficiente, e brilhante, a condução do programa pela historiadora da Secretaria de Cultura,  Gesilda Paraízo,  que, depois de saudar o público presente, falou sobre o homenageado, TOM, GRANDE POETA.

Tom Andrade tem lugar especial meio aos grandes músicos e compositores de São Francisco. Desde jovem já revelava seus pendores como intérprete de músicas com sua voz suave, muito afinada. Com o tempo, na vivência musical, foi-lhe despertado o pendor poético e, então, começou a compor suas próprias canções com uma poesia muito apreciada. A sua sensibilidade chama atenção. Ele deu às suas canções um conteúdo histórico e regionalista, como vemos em muitas de suas canções e, em especial, no hino a São Francisco, que ele nos brindou. Vem-nos  à lembrança a sua trajetória manifestada ainda quando muito jovem cantando em rodadas de amigos e  participando das reuniões do grêmio da Escola Caio Martins e das apresentações do jogral. Por fim, como era de se esperar, ele deu um salto formidável, foi para Montes Claros e lá encontrou outras artistas como ele participando do excelente Grupo Agreste – Gútia, Pedro Boi, Zé Chorró, Sérgio, Manoelito e Braúna, cantores e compositores que se consagraram, assim como o Tom. Um destaque muito especial quando Tom nos presenteou, em parceria com o  poeta Fernando Rubinger, a música Andança. Depois, Saudade Teimosa e uma adaptação do Bumba meu boi com Manuelito. No segundo LP do Grupo Agreste, “Chegança”  Tom, participou com duas parcerias com Manoelito: Quebra de Milho e Lamento Agreste.   O terceiro LP, em 1988, o LP “O Caminho se faz no caminhar...” Tom Andrade tinha uma relação muito afetiva com os jovens caiomartinianos e isto o levou, na década de 1980, a gravar um belo LP com um coral formado por alunos da Escola Caio Martins de Esmeraldas gravado em Belo Horizonte. São muitas canções e gravações, solo ou com bandas famosas; várias de suas músicas foram gravas por cantores famosos. Um belíssimo trabalho foi o CD Eternos Girassóis, com canções admiravelmente interpretadas por sua talentosa filha Lívia Andrade. Tom foi sempre muito generoso dando força a novos cantores.

A trajetória do Tom não foi só na música. Ele prestou serviço na Funai como técnico. Preocupado na formação de lideranças indígenas, ele encaminhou um grupo de indígenas para estudar no Centro de Treinamento da Escola Caio Martins de Esmeraldas, o que rendeu frutos sendo o principal Sonia Guajajara ministra do assuntos indígenas.

Atualmente Tom reside em Penedo, numa cidade que o remete diariamente à sua terra natal, pois ela fica às margens do rio São Francisco. 

Nesta noite congratulamo-nos, em nome de todos os são-franciscanos, com nosso tão ilustre conterrâneo e amigo. Sabemos do tanto que ele ama sua terra, assim como ele por ela é amado. Tom, receba nosso carinho e nossas homenagens.


UM SHOW DE GRANDES CANTORES


A participação de cantores da terra foi sensacional. Todos muito emocionados pela oportunidade de cantar para o amigo Tom enviando-lhe emocionadas mensagens, que ele acompanhou através de transmissão ao vivo por Fernando Luiz Fernando Araújo. Cantores e canções interpretadas, todas de autoria do Tom Andrade:  João Herbber: Saudade teimosa; Janine: Meu Olhar; Sérgio Ricardo e Umbelino: Voz da gente; Sérgio Ricardo: Zabumba; Guilherme Barbosa: Desventura do coração; Serjão: As meninas e  Meu Rio; Wendel: Carrancas; Adilson Canhoto: O caminho se faz no caminhar; Kaká Sposi: Quebra de milho (com coro do público); Adilson Chacrinha e Dedé: Saudade Severina; Edna Maria: Chuva no sertão; Dedé, Urucuiana, Agnaldo Roberto e Pepino – Zumbi. A belíssima canção Na minha terra passa um rio teve o solo de flauta de Jefferson Felizardo e a lindíssima declamação de Damaris com perfeita performance.

Apoio musical: Christian - contra – baixo, Tiago Moura - teclado e auxiliar de transmissão. Participação especial: coral de crianças da EE Coelho Neto, cantando o Hino da Escola composto pelo Tom Andrade. 


NOITE FANTÁSTICA


As pessoas que tiveram o privilégio de assistir a este belo espetáculo constaram como São Francisco tem enorme potencial artístico, são tantos e excelentes cantores que deram, com muita cainho e arte um “tom” muito especial às canções do Tom. Foi maravilhoso e a moçada tão talentosa mostrou o seu valor.

De parabéns, também e muito especialmente está o secretário João Hebber e sua equipe – da biblioteca e da Secretaria, que num esforço comum e com muita dedicação, ofereceram ao são-franciscano um espetáculo de rara beleza e muita arte. Melhor, ainda, foi ouvir a mensagem do Tom, lá da distante Penedos, quase à beira do mar, agradecendo, comovido a homenagem do seus conterrâneos e amigos.


 UM DETALHE


Do céu veio um abençoado presente para a festa: a dadivosa chuva. O público resistiu ao vento e ao aguaceiro, agradecendo a chuva e o espetáculo de tanta arte.

sábado, 22 de novembro de 2025

DOIS GRANDES RIOS – DUAS TRAGÉDIAS

 


O rio São Francisco, maior rio totalmente brasileiro, considerado o “fator precípuo da existência do Brasil”, o rio da “Integração Nacional”, tem uma pungente história da sua navegação.

Rio Volga principal via fluvial da Rússia, fundamental para o transporte, economia, cultura e ecossistema

Os dois importantes rios têm, em comum, o registro de uma pungente história: os barqueiros.

No rio São Francisco as barcas faziam o transporte de cargas e passageiros  no percurso entre Pirapora e Juazeiro num percurso de 2.300 km em viagens que duravam  quinze ou mais dias. Segundo  Zanoni Neves (Os remeiros do Rio São Francisco)  “as varas que os remeiros utilizavam para empurrar as embarcações rio acima eram instrumentos de trabalho contundentes, isto é, produziam ferimentos ... O contato do instrumento de trabalho com a pele do “reculta” (recruta), ou seja, o remeiro que que se iniciava na profissão, provocava o surgimento de pequenas bolhas no peito, conhecidas entre eles como cabeça de prego. Na verdade iniciava-se desta forma um processo inflamatório. Até consumar-se a cura, o principiante passava por uma longa e dolorosa iniciação, podia culminar com a utilização de toucinho quente, fervendo (ou sebo quente) aplicado ao ferimento – considerado pelos veteranos muito útil para a formação do calo. Às vezes era preciso segurar o recruta pelos pés e pelas mãos, pois a terapia não era propriamente indolor. O toucinho quente servia para cauterizar a ferida, formando-se então o calo”. Diz Zanoni que mesmo doente, o remeiro às vezes submetia-se ao trabalho para não sofrer agressões de seus pares. A alimentação dos remeiros, comum, era a jacuba feita de farinha de mandioca, rapadura e água.

A história dos barqueiros do Volga   e do São Francisco reflete a dureza e a resignação dos trabalhadores ribeirinhos. Ela evoca a imagem de pessoas simples, que enfrentam o sofrimento, a exaustão e o peso de sua sina com determinação e resistência, simbolizada pelo repetido comando "Firme, puxa!". Há uma comparação entre a grandiosidade indiferente do rio e a dura realidade dos barqueiros, que, apesar do sacrifício, continuam em sua jornada. Há uma reflexão sobre o destino e o ciclo da vida, inspirada em conceitos como o de semeadura e colheita, sugerindo que tudo tem seu tempo determinado, conforme ensinado pelo O Caibalion. O texto busca consolar e homenagear esses "pobres inocentes", reconhecendo a dureza de sua existência e desejando-lhes um descanso ou recompensa divina.

Triste trabalho e sina dos barqueiros, uma vida difícil e sofrida dos barqueiros, trabalhadores que puxam ou empurram barcos ao longo dos rios. Ele mostra a luta e a dor que enfrentam diariamente, carregando cargas pesadas e sentindo o cansaço e o sacrifício físico. Apesar de toda essa dificuldade, eles continuavam firmes em seu trabalho.

O que se deduz: a mensagem espiritual que, apesar das dificuldades, há um tempo certo para tudo. Ele traz a ideia de que existe um equilíbrio na vida, onde o sofrimento faz parte de um ciclo maior. Segundo a espiritualidade, tudo está conectado e nada acontece sem um propósito. Os barqueiros, com toda a sua dor e esforço, também têm um lugar e um momento de descanso no plano divino.

sábado, 15 de novembro de 2025

REALIZAÇÃO DE UM SONHO

 


Na avenida Oscar Caetano Gomes um pequeno prédio se destaca desde o mês de janeiro deste ano ostentando no frontispício o nome: Clínica dos Olhos Alto São Francisco. É mais que simplesmente mais uma clínica, a história desse empreendimento revela muito mais: a realização do sonho da jovem empresária Naiane Cordeiro Oliveira. À frente de uma ótica, no contato constante com clientes ela percebeu como para eles, alguns da zona rural, era precário o atendimento oftalmológico e o acompanhamento em casos de emergências. Aquela vivência, que lhe causava preocupação, a levou realizar um projeto ousado – e põe ousado nisso – construir uma clínica ótica onde pudesse proporcionar um atendimento diário, facilitado e prático às pessoas que dependem de acesso a oftalmologista. Construiu um pequeno prédio para instalar a clínica muito prático, desde o recebimento ao atendimento dos.  Depois, a aquisição dos equipamentos:  oftalmoscópio (para visualizar o fundo do olho), a lâmpada de fenda (para examinar as partes anteriores do olho com alta ampliação), o tonômetro (para medir a pressão ocular) e o autorrefrator (para medir o grau do olho). Prédio e aparelhos não foi tudo. Naiane conseguiu reunir oftalmologistas altamente qualificada, que atendem em Montes Claros e Belo Horizonte. Destarte, tornou possível à clínica agendar atendimento de segunda a sexta-feira. Um detalhe: o atendimento diário do oftalmologista é importante no caso de ocorrência de acidentes oculares como ocorrência de corpos estranhos nos olhos decorrente de acidentes de trabalho e outros. 

Corpo de oftalmologistas: Dr. Juliano Maia, Marden Azevedo, Lucas Veloso e Thiago Bassi. Dr. Juliano tem uma relação familiar com São Francisco, ele é neto do casal José D´Àvila Pinto e Jandira de Souza Pinto. Belo Horizonte tem consultório próprio, atende no Hospital Felício Roxo e em Montes Claros. Em São Francisco, ele faz um atendimento mensal por desprendimento pessoal em benefício da comunidade. A clínica é gerenciada por Leiliane Rocha Neves que, ao mesmo tempo, cuida dos procedimentos que antecedem o atendimento do profissional.

O desprendimento da jovem Naiane mais que um espírito empreendedor, é um exemplo de tenacidade, de trabalho, tudo refletindo em benefício da população são-franciscana.

CONSCIÊNCIA NEGRA

 





No dia 20 de novembro, feriado nacional, celebra-se a importância da cultura e luta do povo negro contra o racismo e a opressão. É oportuno que se faça uma revisão sobre a história do negro no Brasil e, consequentemente, ao fio da nossa etnia. Então, somos levados a ultrapassar a antropologia detendo-nos em um aspecto singular, o que certamente mais fala do negro em nossa formação: à sua personalidade e à sua alma. Isto pode ser visto no fantástico livro MÃE ÁFRICA de Fidêncio Maciel de Freitas, que nos leva a mergulhar na África onde ele viveu na República Camarões por mais de quatro anos como diretor de uma grande construtora brasileira. Interessado apaixonadamente pela África, escreveu o livro revelando religiões, crenças e costumes africanos com singularidade e honestidade – uma obra apaixonante de imenso valor histórico e cultural.

Na apresentação do livro, ele delineia o seu conteúdo fundamental: “Nada mais ultrapassado do que discutir superioridades raciais. Os homens são iguais, embora as culturas sejam diferentes. Usando uma linguagem moderna podemos dizer que o homem é uma máquina viva, dotada de um computador. E o que diferencia um indivíduo do outro não é a máquina, nem o computador, mas o software instalado em cada um. Este software é a cultura da pessoa, no seu sentido mais amplo. Acrescente-se a esta definição materialista o sopro de Deus, já que o homem é um ser religioso, mesmo que, às vezes, possa não aceitar esse fato”. Ele cita Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala) uma verdadeira ode referencial à nossa etnia:  “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo (...), a sombra, ou pelo menos a pinta do indígena ou do negro (...) A influência direta, ou vaga e remota do africano. Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera da vida trazemos quase todos a marca da influência negra da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer, ela própria amolengando na mão o bolo de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o primeiro bicho de pé de uma coceira boa, da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a primeira sensação completa de homem, do moleque que foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo”.

Tudo resumido não há de se negar, nem estender polêmicas, somos uma nação com uma bela mescla: branco, negro e índio. E Deus seja louvado!


A ÁFRICA – II

Ao ensejo da comemoração da Consciência Negra, que implica num conceito que a todos interessa pela formação do povo brasileiro, vamos dar um giro ao grande continente africano.  

Na África, onde ficou a alma do negro? Nas savanas, florestas, rios, lagos, vales, animais, choças, instrumentos de caça e de trabalho, nos cantos e ritos livres, na voz da natureza, no murmurejar dos rios e fragmentar de cachoeiras, nos perfumes inebriantes da flora e tudo resumido no espírito coletivo: homem – terra na liberdade plena do seu assentamento milenar na Terra-Mãe. Ah! África milenar! África do Kilimanjaro de pico nevado beijando o céu, das cataratas da Vitória cavando abismos, dos lagos alimentando veios d´água, que serpenteiam suas extensas planícies. África milenar que na travessia da história traça os fios da civilização na estrutura de Lucy.  Do ouro, do diamante, do marfim, objetos da cobiça de homens que, não satisfeitos em usufruir e usurpar seus bens naturais foram além, quiseram o homem dele fazendo seu escravo ou objeto de riqueza no comércio humano. Alex  Haley em tintas vivas e marcantes pela ignomínia, no livro RAÍZES, descreve com realismo a escravidão, o desenlace extraordinário de tudo que naturalmente existia, a posse vital, que ao negro foi roubado arrancando-o da sua terra. Roubaram-lhe a Mãe-África e o levaram a um mundo que lhe era estranho em todos os sentidos. Contudo, como dádiva para a nova nação, da Mãe-África ele trouxe traços de sua alma base de uma nova raça. Por curiosidade, um são-franciscano quis conhecer a sua ancestralidade e para isto recorreu ao laboratório Genera fazendo o teste de ancestralidade genética e como resultado, ainda que considerado branco, teve como resultado que seu DNA procedeu de diversas regiões da África, concluiu, como Fidêncio, que a cor da pele não significa nada, pode ser a “máquina”, mas não o software.

São tantas as histórias, romances, poesias e músicas que buscam descrever a sanha do negro arrancado de sua terra-mãe, que com seu o trabalho, a sua arte e a sua alma, transformou-se em uma agente na criação de novas nações. Encontramos na literatura pátria registros do grito lancinante de revolta de autores diante de tão aviltante ignomínia, dentre eles Castro Alves em dois plangentes poemas: Vozes da África e Navio Negreiros, que em tempos idos eram declamados nas escolas primárias despertando nas crianças o conhecimento da etnia brasileira. Melhor, muito melhor, que o estardalhaço que se vê nos dias atuais sem sequer dar conhecimento daquilo que é mais importante para nossa nação: o que somos!

sábado, 8 de novembro de 2025

EE DR TARCÍSIO GENEROSO HOMENAGEIA PROFESSORES

 


A E.E. Dr. Tarcísio Generoso promoveu no sábado 8 o Programa Minas com Todos: acolher para avançar. O evento aconteceu no auditório do Colégio Pentágono com a presença dos diretores, professores e servidores do estabelecimento.

A abertura do evento foi feita pela vice-diretora, Vilma Beatriz, e diretor Antônio Marcos, manifestando a satisfação e alegria de contar com o trabalho tão dedicado e produtivo do corpo docente e servidores. Participação especial foi a palestra do professor João Naves, exaltando a importância do papel do educador na construção de uma sociedade melhor e na grandeza da pátria.

Participação especial, ressaltando o papel do educador: Mensageiros da Emoção.


Confraternização


Após o programa, a escola promoveu um momento de confraternização entre a direção, professores e familiares. Foi um momento de grande alegria.

terça-feira, 4 de novembro de 2025

CULTO AOS MORTOS


A História revela fatos demonstrando o respeito e veneração aos mortos passando pelo Egito, Índia, Grécia, México, Peru, entre tantos outros países. Segundo Fustel de Ccoulanges “os mortos eram tido como entes sagrados. Os antigos davam-lhe epítetos mais respeitosos que podiam encontrar em seu vocabulário; chamavam-lhes de bons, santos, bem-aventurados (...) os túmulos eram templos destas divindades. Por isso tinham a inscrição sacramental Dis Manibus (Deus, dê-me mãos). Diante do túmulo havia um altar para os sacrifícios igual ao que há em frente dos templos dos deuses”.

O que é visto atualmente difere um pouco do culto que os antigos reservavam aos seus mortos, mas preserva-se o sentimento, o que se observa nas manifestações do Dia de Finados – visita aos cemitérios onde túmulos de mortos mais recentes são cuidadosamente ornamentados com flores e manifestações de saudades. Por outro lado, o que chama atenção são os túmulos mais antigos de mortos que não têm mais parentes vivos ou famílias amigas que deles pudessem cuidar. Assim, no conjunto do cemitério, no caso o da Saudade, existem muitos túmulos em ruinas totalmente esquecidos. Alguns conservam antigas lápides onde são identificadas pessoas sepultadas, que tiveram vida ativa na sociedade e que fizeram parte da história de São Francisco. Um exemplo: o túmulo de José Rodrigues Bispo e sua esposa Maria Teodora. Ele era anspeçada da Polícia Militar de Minas, destacado no Palácio da Liberdade. Ele participou da Revolução de 1930, conquanto tenha recebido medalhas de honra, nela sofreu ferimentos que comprometeram sua saúde levando-o a morte prematura. Sua esposa, dona Maria Teodora participou da história são-franciscana como afilhada de Antônio Ferreira Leite,  Presidente da Câmara Municipal de São Francisco (chefe do executivo). O túmulo do casal estava abandonado com galhos de árvores e grades de ferro cobrindo a lápide e um imenso crucifixo de Jesus (nem o Divino Mestre mereceu atenção).

A Prefeitura, através de órgão específico, deveria cuidar da preservação desses túmulos: limpeza, alguns retoques, por menores que sejam, para preservá-los e transmitir uma atitude de respeito àqueles que foram parte ativa da sociedade são-franciscana. 

SÃO FRANCISCO: 148 ANOS


No dia 5 de novembro de 1877 a Vila São José de Pedras dos Angicos foi elevada à categoria de cidade recebendo o nome de São Francisco e, com tal ato, para ela foi transferida a sede do município de São Romão. São Francisco, contudo, tem uma história mais remota, possivelmente ao ano de 1702 (não há registro da data exata), com o assentamento da gleba de Domingos do Prado e Oliveira, que recebeu o nome de Pedras de Cima, referência ao belo cais de pedras azuis onde foi plantada a fazenda que, depois receberia o nome de Pedras dos Angicos, referência ao bosque de árvores do mesmo nome existente nas proximidades do cais. Com a criação da paróquia de São José em 1876, o povoado foi elevado à categoria de Vila de São José de Pedras dos Angicos. Em o resumo da origem de São Francisco.

O tempo foi passando. Pelo caminho do rio, embarcado em vapores, chegavam as famílias (Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão e outros estados), que foram formando a sociedade da nova cidade. Outras famílias vieram pelo sertão, do núcleo fundado por Antônio Gonçalves Figueira, fundador de Montes Claros, companheiro de Matias Cardoso, pai de Januário Cardoso e tio de Domingos do Prado). Nos primeiros anos foram muitas as batalhas de combate a índios e bandoleiros e a índios rebelados no Nordeste.

Muita história passada, tantas lutas, tantas tragédias que geraram fatos marcantes, ainda que indesejáveis: Antônio Dó, Andalécio, o Barulho, que resultados da sanha política muito deletéria. São Francisco ocupava uma vasta área indo a limite com Goiás, englobando São Romão, Buritizeiro, Arinos, constituindo grande município. Vieram as emancipações: São Romão, Arinos e Buritizeiro e ainda assim, o município de São Francisco ocupava um vasto território de mais de 8.141km². Foi depois fracionado perdendo os distritos de Urucuia (que englobou Pintópolis) Serra das Araras (Chapada Gaúcha) e Icaraí de Minas. Atualmente com a área de 3.208 km², o 20º maior município do estado em extensão territorial São Francisco tem uma expressiva pecuária, com o maior rebanho bovino do Norte de Minas e grande produtor de leite. Certamente que portas se abrirão ensejando seu desenvolvimento com a ligação com o Noroeste de Minas e Brasília-DF através da ponte sobre o rio São Francisco. São novos tempos, é preciso, contudo, dar maior ênfase a sua cultura, que é muito expressiva em vários campos, uma das maiores do Norte de Minas. No caso, desponta-se o trabalho que vem realizando a Secretaria Municipal de Cultura com uma atenção muito especial para vários setores da manifestação da cultura popular e alavancando o turismo.

Há, então, motivo para comemorar os 148 anos da cidade e o desenvolvimento do município. 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

REFLEXO DA CONSTRUÇÃO DA PONTE

 


Os são-franciscanos vivem a expectativa da construção da ponte sobre o rio São Francisco. Trata-se de um sonho acalentado há muitos anos, algumas vezes anunciada a construção com pompas para cair no esquecimento, logo depois dos períodos eleitorais, em desilusão. O governo Zema, neste ano,  reativou a esperança depois de um período de frustração com a paralisação da obra, então iniciada com festas. Neste ano o ritmo de trabalho desperta atenção e confiança. Ao mesmo tempo vê-se o avanço na pavimentação de trecho da rodovia MG 402, São Francisco – Pintópolis, que possibilitará a ligação do município a Brasília-DF e diversos municípios do Noroeste de Minas.

Interessante observar – o que passa despercebido em diversos setores da comunidade – é o reflexo da construção fora do município. Há um interesse de empresários com os olhos no futuro, o que poderá mudar o cenário de São Francisco em diversas áreas. Chama atenção, em primeiro plano, os projetos de construção de hotéis na cidade, que poderão cobrir uma lacuna muito grande no sistema de hospedagem com qualidade. Isso é importante quanto ao acolhimento confortável que poderá ser ofertado a viajantes e turistas (para quem não conhece, tem o exemplo de um hotel de meio de viagem localizado em Buenópolis – sabe-se de viajantes que amenizam o tempo de viagem, que vindo de Belo Horizonte, pousam naquela cidade. Tal pode acontecer com São Francisco que estará na rota de ligação do Nordeste com a Capital Federal. Estão sendo anunciadas as construções de três modernos hotéis na área próxima das barrancas do São Francisco. 

Outro fato que não pode passar despercebido foi a visita do empresário Pedro Lourenço de Oliveira, também conhecido como “Pedrinho BH” que está por trás do Supermercados BH, além de ser o dono da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro. Ele visitou  o supermercado que tem na cidade, mantendo encontro com o prefeito Miguel Paulo. Como grande empreendedor que é, com ampla visão. Certamente a construção da ponte que ligará o Nordeste a Brasília não lhe passa despercebido.

São sinais externos. E aqui no município, o que se faz a respeito? Em alguns setores da comunidade já vem sendo debatida a situação, sobretudo quanto ao anel rodoviário colocando em apreciação o risco do acesso à ponte ser através de via urbana, a avenida Perimetral Oscar Caetano Júnior como se propala até mesmo em meios oficiais.

Trata-se de uma questão que deve ser discutida e debatida pela Câmara Municipal e com a sociedade, pois há detalhes importantes que devem ser observados anteriormente para que não se possa lamentar no futuro quanto ao que se tornar inconveniente. 

CINE CANOAS

 


No dia 4, às nove horas, a Cine Canoas Produções Ltda. apresentará ao público o projeto de “Reparos Emergenciais do prédio do antigo Cine Canoas”, executado com recursos oriundos da Lei Paulo Gustavo via Estado de Minas Gerais. Segundo Tom, que está à frente do projeto, o “evento visa apresentar as melhorias de reformas realizadas no espaço Cine Canoas” com um olhar na utilização dele pela sociedade em múltiplos eventos, tendo como objetivo final a instalação da sala de exibições cinematográficas. 

COMEMORAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DA CIDADE

 


A Vila de São José de Pedras dos Angicos transformou-se em cidade de São Francisco, com isso criando o município (não emancipando) no dia 5 de novembro de 1877. A efeméride vem sendo, através dos anos, comemorada pelos são-franciscanos, às vezes efusivamente, outras com apenas referências. Grandes e muito participativas foram as promoções da ONG Preservar como o evento Raízes Culturais São-franciscanas envolvendo escolas do município, e festas distintas promovidas pela Sociedade Beneficente Feminina (que já não existe), com homenagens aos cidadãos beneméritos (pessoas que serviram à comunidade e residiam noutras cidades). Eram interessantes os envolvimentos das escolas e vários setores da comunidade.  Em certos anos sequer foi lembrada a data.

Neste ano a Secretaria Municipal de Cultura promoverá a comemoração da data com uma programação especial (cartaz acima) na orla do rio São Francisco.

Ressalte, nesta programação, a apresentação do projeto e objetivo da Casa da Cultura/Memória de São Francisco no prédio da antiga cadeia, praça Januária para a população e, em especial, para artesãos do município.

AGENDA DO MÊS DE NOVEMBRO

 


São Francisco com uma agenda movimentado com eventos  no final de outubro e no início de novembro. 


AGROINDÚSTRIA LEGAL


No dia 30 vindouro o governo de Minas através da EMATER, com a participação dos parceiros  FADENORTE, SABOROSO e SICOOB CREDINOR, realizará em São Francisco o 9º Fórum Estadual Agroindústria Legal – legalização de agroindústrias. São convidados para o fórum agricultores e interessados que processam alimentos. Em pauta:  produção de mel, temperos, quitandas, leite, ovos, polpa de frutas e cachaça. 

Local e horário do evento: auditório da FADENORTE, às 12h30. O Evento contará com quatro palestrantes da Emater, SEAPA, e IMA

São Francisco tem destaque na produção de pão de queijo, polpas de frutas, temperos, quitandas, cachaça e expressiva produção de leite.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

MAIS GIOVANNI SASSÁ

 


Na sua apresentação em  São Francisco,  na Biblioteca Pública Dr. Geraldo Ribas, o são-franciscano Giovanni Sassá matou saudades – voltou à sua infância, divertiu-se com o público e, em especial, com as crianças. Foi uma noite memorável. Na ocasião, ele conversou e ajustou com o secretário da Cultura de São Francisco, João Hebber, a apresentação do seu projeto artístico em São Francisco: Show – Pé de Sonho, que tem se apresentado em várias cidades do Estado com absoluto sucesso e muita repercussão.

O próprio Sassá nos apresenta O SHOW - PÉ DE SONHO: “O Pé de Sonho vai apresentar ao público sucessos do grupo, levando a plateia a um mundo mágico onde o lúdico, o conhecimento e a fantasia se entrelaçam por meio de personagens diversos que dialogam com um fascinante universo musical. O repertório oferece canções do novo CD, como Tiranossauro Rex, Sistema Solar e Macaquinho Lelé, além de sucessos dos CDs já lançados, como Bicho de Bocão, Lá vai Chapeuzinho, Que Bicho Será?, Urso, Rock da Barata, Bruxa de Verruga e Borboleta Azul entre outros sucessos. O grupo contará com a presença das cantoras Sarah Lopes, Lia Lopes, Maria Almeida e Amora Nunes, além de Kristoff Silva (voz), Geovanne Sassá (percussão e voz), Weber Lopes (violão e voz), Ivan Corrâ (baixo), Rogério Delayon (guitarra) e Ricardo Cheib (percussão). OFICINA LÚDICO-MUSICAL Ele visa despertar a criança para a magia e a riqueza do mundo da música, com a exploração de sonoridades, ritmos, instrumentos e o próprio corpo. Elas vão experimentar instrumentos diversos, muitos deles bem incomuns e curiosos, fazer ritmos simples e complexos, aprender sobre características e propriedades sonoras, viver a relação música/corpo/movimento e cantar canções do grupo. Além disso, nossos ministrantes, Geovanne Sassá e Weber Lopes, farão diversas brincadeiras músicas, numa atmosfera informal e bem humorada.

Vejamos a dimensão do Show: 2 turnês em Minas Gerais nos últimos 3 anos, contemplando 20 cidades.  Mais de 30.000 CDs vendidos. 16 animações de alta qualidade e diversos vídeos no seu canal do Youtube 40 milhões de views e 83.000inscritos no canal do youtube  Parceria com a ORQUESTRA OURO PRETO com 05 concertos com média de 1.000 pessoas cada OUTRAS REALIZACÕES  Carnaval nas cidades de Congonhas e BH (Prefeitura de BH e Vale)  Veiculação do programa semanal Pé de Sonho no Rádio (2014 a 2019), na Rádio Inconfidência FM 100,9  Inclusão das animações na grade de programação da Rede Minas,  Canções adotadas como recurso pedagógico nos livros didáticos ÁPIS EDUCAÇÃO INFANTIL, da rede SOMOS SISTEMAS DE ENSINO S.A. (circulação nacional),  Os CDs do grupo têm sido adotados em escolas como estratégia pedagógica, culminando em mostras, exposições e apresentações anuais,  SEMANA DA EDUCAÇÃO, promovida pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Tema: Música e aprendizagem.  ENCONTRO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO promovido pela REDSOLARE. Tema: Música e aprendizagem. 


CRIANÇAS FELIZES

 Criança feliz/ Feliz a cantar/ Alegre a embalar/ Seu sonho infantil/ 

Oh! Meu bom Jesus/ Que a todos conduz/ Olhai as crianças/ Do nosso Brasil




O verso acima é de uma antiga  música, composição de Francisco Alves ( Rei da Voz) e René Bittencourt, mas o sentimento que traduz é atualíssimo.  Que as crianças possam sempre cantar feliz, sonhar... e que nossa prece chegue a Jesus pedindo que conduza as crianças do nosso Brasil. E como se faz necessário quando o futuro da nação se mostra tão conturbado, tão dividido, sem esperanças...

Enquanto isto há casos de ações esporádicas e até rotineiras desenvolvidas por grupos voluntários e solidários. Um caso recente é o da Fraternidade Acácia Sanfranciscana, entidade das esposas dos maçons da Acácia Sanfranciscana. Individualmente ou em grupo, elas se fazem presentes assistindo crianças e suas mães em São Francisco. No sábado 11, à guisa da comemoração do Dia das Crianças, a Fraternidade levou cem crianças das famílias dos vicentinos da cidade para uma tarde de muita festa. O brilho nos olhos, os sorrisos e gritos diante das brincadeiras e das guloseimas que recebiam e retratavam como é doce a inocência. Se o país vai mal, elas sofrem as consequências na mais pura inocência. As Fraternas (como são tratadas as membras da entidade, e o nome já diz tudo, ou seja, leva-se à ação de fraternidade) brincavam, conduziam, riam felizes e viviam aquele momento com mais profundo amor. Havia, ainda, a participação de seus maridos em ação direta ou comovidos com a felicidade das crianças e delas.

O evento aconteceu no salão da Ong Preservar que é aberto às atividades comunitárias. No final, certamente, todos se emocionaram com aquele momento vivido com crianças felizes e, como dito antes. Não fica apenas nesta ocasião.

sábado, 11 de outubro de 2025

DE OLHO NO FUTURO

 “O autor que transforma palavras em mundos e sentimentos em histórias, nossa mais profunda 

admiração. Que sua inspiração nunca se esgote e que suas páginas continuem a ilustrar tantas vidas”


Assim o Colégio Pentágono recebeu autores da terra para a realização do Super Evento de Autógrafos, intitulado: “Escritores de sucesso: estrela que brilham”, no sábado 4. Os astros da escrita, da palavra e da arte, contudo, foram os alunos do Colégio, do infantil ao ensino médio. Pais, parentes e convidados lotaram, literalmente, os corredores e salas do Colégio indo às mesas onde pequenos autores, com muita postura, davam autógrafos em seus primeiros livros. Sensacional! Sem dúvida, uma iniciativa louvável que pode ir muito além do momento de festa, quem sabe, ao surgimento de novos autores em São Francisco. O processo educativo é esse: abrir as portas procurando levar os alunos ao encontro do amanhã com uma formação consolidada e, quiçá, como autores. 

A sessão de autógrafos foi ato culminante do evento. Antes, contudo, os alunos do Colégio, do infantil ao ensino médio, levaram ao público apresentações literárias e culturais, ocupando o palco com muita graça, leveza e encantamento. Cantaram dançaram, declamaram poesias, de tudo um pouco. Uma participação especial foi a dos Mensageiros da Emoção trabalhando, como tema, a palavra. 

O evento prestigiou, ainda, escritores da terra montando estandes para exposição de suas obras permitindo-se uma ligação entre o ontem e o presente com o olhar no futuro. Muito importante a iniciativa do Colégio ressaltando a importância da leitura e da escrita numa época a cultura está sendo relegada a segundo plano.



UMA NOITE DE MUITA ARTE

 


A Biblioteca Pública Municipal Dr. Geraldo Ribas promoveu , na quinta-feira 9,  a 13ª edição da Noite Mineira de Museus e Bibliotecas, evento que acontece, simultaneamente em diversas bibliotecas públicas do Estado. Neste ano a atração foi o projeto “Conversas e Batuques”.com Geovane Sassá.

O público foi recebido num ambiente bucólico, muito agradável, na pequena praça da Quixabeira, suavemente iluminada resplandecendo a sua centenária beleza. Gesilda Paraizo fez abertura do evento saudando Sassá, que saudou o público e, de imediato, deu início à sua performance. Durante duas horas ele envolveu o público, principalmente as crianças que dançaram divertidamente. Por diversas ocasiões, Sassá se interagiu com o público que cantou com ele e o aplaudiu com entusiasmo. Sassá narrou facetas de sua vida artística, desde o tempo de criança na Rua Torta (Fabrício Viana), com um pequeno circo e outras estripulias; a curta passagem pela Escola Caio Martins de Esmeralda e sua introdução no mundo artístico na Capital Mineira; lembrou da criação do Grupo Tambolelê que fez tanto sucesso no País e no exterior, com excursão na China, Nova Zelândia e outros países da Ásia e da Europa; da apresentação especial acompanhando Milton Nascimento em Nova Iorque; do seu trabalho com crianças, até 9 anos de idade, em Belo Horizonte; do projeto Grupo Pé de Sonho, que está rodando várias cidades de Minas e que, em breve estará em São Francisco. Sassá fez um passeio musical exibindo seus variados instrumentos com o apoio de Guilherme Barbosa no violão, formando uma dupla excepcional. Incrível é a variedade de instrumentos que ele usou na sua apresentação. Caríssimos? Raros? Extravagantes? Qual o quê. O que impressiona é como ele consegue extrair sons de colheres de pau, palitos, recipientes de plástico, potes, apito de nariz (indígena) imitando o canto de pássaros. Mostrou que a arte e a beleza da música se encontra nas coisas mais simples. Um orgulho para São Francisco ter um consagrado artista e, mais, ainda pelo projeto que ele implantou em Belo Horizonte para as crianças.

Foi uma noite maravilhosa. Sassá, mais uma vez empolgou o público de sua terra que o aplaudiu com alegria. A iniciativa da Biblioteca Dr. Geraldo Ribas em destacar o trabalho do Sassá  foi de suma importância desmitificando o ditado de que “Santo de casa não faz milagre”. Sassá tem brilhando Brasil afora e até no exterior e, no caso, estava a merecer um encontro artístico com seus conterrâneos recebendo deles todo carinho e admiração. De fato é preciso prestigiar e valorizar os filhos da terra. 

Enfim, foi uma belíssima promoção da bibliotecária  Jussara Nascimento e sua  equipe da Biblioteca Dr. Geraldo Ribas, do secretário João Hebber e da Gesilda Paraizo.



LIBERDADE E PAZ: ANSEIO DA HUMANIDADE

 


É inerente ao homem o sentimento de liberdade e o desejo de paz, mas a suas conquistas nem sempre são espontâneas, de graça. Um exemplo, entre tantos, temos a figura de Moisés libertando o seu povo da escravidão no Egito. Não foi uma concessão graciosa, exigiu sacrifício, tenacidade, persistência e resistência. Cercear a liberdade de pessoas ou de um povo decorre de atos tiranos e há tantos registros históricos a respeito, a interferência externa, como coerção ou violência que impede o exercício do cidadão da capacidade de agir e de ser agente de transformação na sociedade de participar do processo político. Em situações que são comuns em determinados países vão de encontro ao pensamento de Santo agostinho para quem a liberdade era o livre-arbítrio. No caso em comento, não é o que se vê na Venezuela que vivi uma democracia segundo o governo brasileiro. Pode-se ir um pouco além, sem se aprofundar, buscando o conceito de Jean-Paul Sartre sobre a liberdade: “O homem é livre porque escolhe sua própria essência e que as escolhas são concretas e históricas” é o ideal que quase sempre enfrenta algozes. Rudolph Steiner ligou a liberdade à capacidade de criar novas intuições e atos criativos, que não podem ser previstos ou predeterminados. Nem é preciso comentar.

Dois fatos recentes despertaram sentimentos de euforia e de esperança na humanidade (para os homens de bem): A paz na faixa de Gaza, que teve o protagonismo do presidente Trump dos EE.UU, e a concessão do prêmio Nobel à venezuelana  María Corina Machado. No primeiro caso, ao invés de tomar partido por “a” ou “b”, incentivando o conflito, ele usou do convencimento. No segundo caso, a decisão foi do Comitê Nobel que no anúncio do nome da ganhadora teceu contundente crítica ao governo venezuelano, que atenta contra a democracia. Em sua decisão o Comitê Nobel disse que a líder da oposição venezuelana trabalha incansavelmente pela democracia e atende aos três requisitos para o prêmio estabelecidos pelo próprio Alfred Nobel. E mais, que Machado demonstrou que as ferramentas da democracia também são ferramentas da paz. Ela personifica a esperança por um futuro diferente, no qual os direitos fundamentais dos cidadãos sejam respeitados e suas vozes ouvidas. 

O sonho pela liberdade torna-se realidade quando há propósito no sentido de consegui-la. Então, se vê: nunca é tarde para viver em um país em um regime de liberdade em toda a sua amplitude. Pode demorar, mas há exemplos como o famigerado Muro de Berlim e a Bastilha.

sábado, 4 de outubro de 2025

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

 



O dia 4 de outubro é consagrada a São Francisco de Assis. Nesta data foi descoberto um grande rio na costa Atlântica do Brasil, o Opará dos índios, o nosso São Francisco. São Francisco de Assis, nasceu em Assis, Itália,  entre 1181 e 1182, que renunciou à riqueza da família para viver em pobreza e fundou a Ordem dos Frades Menores (Franciscanos). Conhecido como padroeiro dos animais e da natureza, ele pregou o amor aos pobres e à simplicidade, sendo um dos santos mais admirados pela Igreja Católica. Em 1209, São Francisco atraiu um grupo de seguidores que, inspirados por sua pregação e exemplo de pobreza, também decidiram adotar o mesmo estilo de vida. Juntos, eles formaram a Ordem dos Frades Menores, popularmente conhecida como Franciscanos. A ordem recebeu a aprovação do Papa Inocêncio III, e sua missão principal era pregar o Evangelho e servir aos pobres.

Tradicionalmente o dia de São Francisco de Assis é festejado em São Francisco na igreja levantada em sua homenagem no bairro Sobradinho da paróquia Nossa Senhora da Aparecida, que antecipou os festejos para o dia 27 de setembro. A  festa iniciou no dia 24, com missas e barraquinhas em todos os dias. Diferente dos anos anteriores, quando eram realizadas novenas, neste ano realizou-se um tríduo. O celebrante da Santa Missa de encerramento da festa foi o pároco padre Welkler, que na homilia discorreu a cerca da servidão do santo obediente à palavra de Deus, à caridade e aos ensinamentos de Jesus Cristo. Neste sábado, 4, às 8 h foi celebrada Santa Missa em honra a São Francisco de Assis na sua capela.

RIO SÃO FRANCISCOL 424 ANOS


“Rio São Francisco fator precípuo da existência do Brasil”.  Escreveu o engenheiro Geraldo Rocha, não sem razão, pois a interpretação desta sentença  deveria ser estudada nas escolas, a começar do ensino fundamental através da Geografia e da História com a pergunta: por que ele é o rio da Integração Nacional? Poderiam e encontrar uma resposta sobre o que disse o pesquisador Vicente Licínio Cardoso no livro À margem da História do Brasil: “São Francisco é  um rio sem história, frase que define, como nenhuma outra, a ignorância rebelde e perigosa em que temos incidido sobre nossas própria coisa”

O quanto o rio São Francisco é importante para nós que temos nele “preso o umbigo” como dizia Geraldo Ribas ou a alma como sentenciou Saul Martins. Dele tanto usufruímos, desde a água que sacia nossa sede ou nos serve em itens essenciais à nossa vida diária. Em troca o que lhe damos? A população e governantes  pouco fazem, ou quase nada, para evitar que, com o tempo, talvez não muito longe, ele possa a ser uma lembrança como centenas de cursos d´água que o alimentavam, “filhas do cerrado”, que hoje são imagens do passado. Secam-se as veias do São Francisco.

No ano de 2001, comemorando os 501 do descobrimento dele, através do PJBN e Codema, desenvolveu-se em São Francisco um complexo de ações desenvolvidas visando a sua revitalização: construção de barraginhas, proteção de nascentes, construção de tanques, proteção de veredas e outras providências. Poderá ser dito tratar-se da ação que lembra o beija-flor apagando incêndio na floresta, mas foi uma ação importante que deu certo por bom tempo. Descuidou-se um governo municipal jogou por terra este trabalho e o que se registra é um terrível e pernicioso retrocesso. Contudo, acede-se uma luz com a atua administração municipal e a revitalização do Codema e a participação de organismos privados.

Rio São Francisco, 524 anos. Há motivo para comemorar a data? Por razão sentimental sempre haverá, mais ainda quando nos postamos no cais na hora de Angelus ao badalar dos sinos da Matriz, embevecidos pelo esplendoroso presente que o Criador nos oferece a cada dia: o pôr do sol fantástico, inigualável.   É um caso de amor cantado por Guimarães Rosa: “A formosa cidade de São Francisco a que o rio olha com melhor amor”. 



LIXO NAS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO

 


É incrível e até mesmo inacreditável que na questão do problema do lixo na cidade, um dos casos graves é o descarte dele nas margens do rio São Francisco. Poderia se dizer tratar de ignorância um indivíduo sair de sua casa e jogar nas barrancas do rio toda espécie de lixo: vasos sanitários, colchões, aparelhos domésticos estragados, garrafas, sacolas com seringas e por aí afora. Poderia, mas não fica nisto sem dúvida. É vandalismo, espírito contraditório, sem escrúpulo. Ora, não respeitar, pelo menos, o rio que lhe dá água para a sobrevivência.  É como se diz de uma pessoa mal-agradecida – cuspir no prato que comeu. 

O governo municipal e o Ministério Público, como se viu na reportagem neste Portal, estão voltados à questão do lixo no município. Em passos adiantados, fazendo sua parte, a cada ano, o professor Roberto e acadêmicos da Unimontes desafogam o rio da sujeira provocada pelo homem. No dia 3 e professor Roberto e acadêmicos, mais uma vez, recolheram lixo ao longo das margens do rio na cidade. É um ato simbólico, mas na verdade educativo conclamando a comunidade a fazer o mesmo, cuidar do rio.  No caso, é bom que se faça um alerta, também, aos proprietários de bares da orla, pois de suas instituições escapa muito lixo nas adjacências do rio, o que ficou comprovado na coleta do grupo de Unimontes.

1º FÓRUM LIXO E CIDADANIA DE SÃO FRANCISCO


  O problema do lixo é a geração e descarte inadequado de resíduos, que causam sérios impactos ambientais e de saúde pública, como a poluição do solo, água e ar, a proliferação de doenças. A solução envolve gestão eficaz de resíduos, reciclagem, compostagem, redução do consumo, educação ambiental e a conscientização de que a responsabilidade é compartilhada por toda a sociedade. No município de São Francisco a questão é muito grave, na área urbana e no meio rural com a contaminação do rio e do lençol freático. É um problema que não preocupa muito a população, senão por parte de alguns setores, quando surgem problemas relacionados ao lixo. O problema, contudo, precisa ser encarado com muita seriedade pelo poder público e pela sociedade pelos desdobramentos que implica, entre eles a situação dos catadores de lixo. 

O problema, ultimamente tem merecido a atenção do Ministério Público e do governo municipal através da Secretaria do Meio Ambiente, com a realização de  estudos que se desenrolam há alguns meses  culminando com a realização do 1º Fórum Lixo e Cidadania do Município de São Francisco realizado na sexta-feira 3, ação promovida pelo governo municipal e Ministério Público. Na sala de reuniões da Secretaria Municipal de Educação, no começo da manhã, reuniram-se: os promotores da Comarca, prefeito Miguel Paulo, vice-prefeito Raul Pereira, presidente da Câmara Municipal Daniel Rocha, secretários municipais, vereadores, representantes de diversas entidades do município,  da associação dos catadores de lixo de São Francisco e um eclético público. Após a fala do prefeito, vice-prefeito e dos promotores discorrendo sobre o propósito do Fórum,  assessores do MP fizeram uma detalhada exposição virtual a respeito da situação do lixo na cidade e dos catadores de lixo. Uma exposição muito interessante sobre detalhes que escapam ao conhecimento da população, quando deveriam ser como uma cartilha para cuidar do problema como ele merece. Pelo apresentado, a questão merece uma atenção muito especial, em todos os aspectos, não só para a destinação do lixo que exige procedimentos específicos de acordo comas questões ambientais e de saúde, mas, ainda, pela situação dos catadores que tem exposta a sua saúde diariamente sem qualquer amparo.

O prefeito Miguel Paulo e o secretário Conceir Damião mostram-se preocupados e inteiramente voltados no sentido de buscar soluções que o problema exige, sobretudo no caso dos catadores. Assim como ocorreu com o Seminário promovido pela Unimontes, o passo seguinte é usar o aparelho administrativo (secretarias do Meio Ambiente, Educação, Desenvolvimento Social, Saúde), os órgãos de apoio: Codema, Sindicatos, e Associações Comunitárias para resolver o problema que se mostra muito grave pela imposição de Lei, no caso do descarte. É preciso, também, o envolvimento da população,  fazendo a sua parte  na questão do descarte do lixo doméstico e, sobretudo, evitando  atirar lixo em terrenos baldios ou nas margens do rio (uma agressão à natureza).