Assisti a uma cena comovente na matriz Nossa Aparecida no domingo em que se comemorava a imaculada conceição da Virgem Maria. O celebrante, na companhia de acólitos celebrava a Santa Missa seguindo o ritual quando uma criança subiu ao altar passando pelo fundo, exatamente onde se encontrava o sacerdote. Ingenuamente estendeu a mão para ele, como a cumprimentá-lo e passou. O celebrante apenas o contemplou passivamente e riu. O garoto chegou ao lado do altar onde encontrou-se com um pequeno cão ali deitado. Displicente e carinhosamente sentou-se ao lado do pequeno cachorro e começou a acariciá-lo. Não foi incomodado ou admoestado pelo padre ou pelos acólitos. Os fieis acompanhavam a cena admirados. Passos seguintes, o garoto levantou e desceu do altar e pequeno cão o acompanhou e, então, brincaram felizes, sorrindo, percorrendo os corredores da imensa matriz, entre os bancos. Os fiéis orando apenas contemplavam sem dar sinal de incômodo. Ninguém se espantou com o que parecia inusitado. Parecia, pois aquela ocorrência levou-se a uma situação, envolvendo crianças, ocorrida na Igreja de Santa Inês, em Belo Horizonte, onde ouvi, na cerimônia de batismo do meu bisneto João Naves, o padre contar que de certa feita observou a ausência de uma senhora com seu filhinho, que sempre eram presentes no ofício da Santa Missa. Zeloso foi à casa dela para saber do seu afastamento (“o bom pastor vai onde se encontram suas ovelhas”). Dela ouviu a explicação: o seu filhinho corria na igreja rindo na hora da missa incomodando as pessoas, que olhavam com reprovação. Observou-lhe o padre que a igreja acolhe as crianças, como Jesus os acolhe e que, ainda criança Ele visitou um templo ouvindo e interrogando os doutores da Lei, maravilhando a todos com sua sabedoria, e afirmando estar na casa de seu Pai. Arrematou o padre que a conclamou voltar a participar da missa com seu filho, lembrando que o chamado não era dele e sim de Jesus, que disse aos seus apóstolos: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas". Volte à igreja e leve seu menino que é a alegria de nossa Casa e a de Jesus.
Vi aquele garoto correndo pelas alas da igreja, zanzando pelo altar acompanhado de seu cachorro como uma manifestação tão sublime quando nos preparamos o espírito para a celebração do Natal. Fui informado que aquele garoto sofria de algum distúrbio comportamental. Poderia ser, mas o que vi foi uma alma inocente acolhida por Jesus, no colo de Jesus.
Ah! Que Natal especial terei neste ano no encontro daquele menino no colo de Jesus! E, ainda de imaginar que o fato se deu quando se comemora a concepção da Virgem Santíssima, quando do anúncio que nos chegaria o Salvador, a graça do Criador.

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