Sete capítulos foram dedicados a análises superficiais, mas com observações percucientes a respeito da situação do cerrado – sua importância e situação no Noroeste de Minas. É evidente que há muito mais para se comentar, principalmente quando se vê o trabalho de construção de barragens subterrâneas no município graças ao apoio do Ministério Público. Ora, quem diria, vejam onde chegou-se, construir barragens subterrâneas em veredas que, se sabe antes verdadeiros mananciais. Há uma preocupação, pelo menos visando de cuidar e preservar o que resta do cerrado.
Em décadas passadas acompanhou-se em São Francisco a derrubada de extensas áreas do cerrado para a produção de carvão com fim de alimentar as usinas de produção de ferro. As marcas ficaram, sem remédio.
Agora, com toda força, chegam as usinas fotovoltaicas na região. Em Arinos a meta prevista é atingir uma área de 80 mil hectares com o “plantio” dessas placas de energia sendo metade com o desmatamento de Cerrado e a outra metade em áreas predominantemente de pastagens – no caso de captação de águas pluviais para o lençol freático considere-se o total, pois antes, com as pastagens, embora menos eficiente que a cobertura arbórea, ocorria-se a captação.
O projeto é interessante: compromisso de ampliar a geração de energia limpa e renovável por uma empresa gigante do país visando a produção de aço. Antes o ferro, agora o aço. É o progresso, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Trata-se de um projeto fantástico, de grande dimensão, ocupando vastas áreas. Certamente não será o único. Em breve virão outros e mais outros valendo-se de uma grande riqueza que tem a região: muito sol no correr de todo o ano.
Energia renovável. E o cerrado, a natureza, os cursos d´águas, como serão tratados? O governo ataca o agro que produz alimentos, mas por um lado é partícipe na alteração do nosso bioma de maneira irremediável e sem compensações anunciadas.
Precisa-se de energia? É evidente e, em especial a limpa que tem influência no clima. É possível, assim, que não muito distante, seja dispensada a geração de energia hidráulica destinando-se os rios à navegação e irrigação, como ocorrem em países como a China. Fica a pergunta: a água para manter o sistema terá cuidados de preservação com o mesmo interesse?
Nenhum comentário:
Postar um comentário