A população que habita às margens do rio São Francisco, especialmente na cidade, que tem o rio São Francisco como provedor imediato e direto de suas necessidades de consumo, contando com o eficiente sistema de tratamento e distribuição de água da Copasa, não avalia o que representa o sofrimento e causa de atraso para a população rural, que não tem acesso à água, com raras exceções, como da vila Santana de São Francisco. Vive-se com minguadas latas de água distribuídas por caminhão-pipa. Quem tem água encanada e tratada em casa, com abundância, não é capaz de imaginar o drama de moradores do meio rural, das donas de casa que dependem de água para múltiplas funções e não a tem. E não fica apenas nisto, o que já é muito grave. Como incrementar as atividades agrícolas – criação de animais, irrigação essencial ao desenvolvimento de capineiras, plantio de feijão, hortaliças? Sem água não há vida, não há desenvolvimento. A vida se arrasta sempre não esperança da chegada das chuvas que se sabe, na região tornam-se raridades.
Em recente publicação do vice-prefeito Raul Pereira, foi dado conhecimento a sua entrevista com o ministro Wellington Dias (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social). O fruto do encontro, muito importante por sinal, pela iniciativa do vice-prefeito, não vai alterar em absolutamente nada a situação hídrica do município A construção de cisternas nas casas para retenção de água da chuva é solução individualizada não se estendendo à comunidade. Pior é a distribuição de caixa d´água e canos, quando o que falta é água.
O ideal, e necessário, é o governo municipal retomar o projeto plantando água que tanto resultado foi colhido no município anos atrás. Construção de tanques, barraginhas, proteção de nascentes, terraceamentos, todo tipo de obra que possa reter a minguada precipitação pluviométrica conhecida do município. Indo mais longe, com vista a um projeto mais amplo que pode beneficiar um número muito maior de pessoas do meio rural, até mais de mil: a construção de barragens. Um exemplo está aí: as barragens de Jiboia e do Traçadal, que modificaram o meio assistindo e promovendo a população. Então, por que não investir na construção de barragens? Como fator político imediato parece não ser um bom negócio. Este projeto é tão significativo e importante que levou técnicos do Norte de Minas ao estado do Ceará para conhecer o projeto de armazenamento de água da chuva com barragens. Foram tão longe enquanto sabemos que aqui, no município de São Francisco, em escala menor, a experiência tem anos de passagem. Numa análise crua, pela incúria de nossos governantes, repete-se: tem anos, mas ficou no tempo, pois foi desativado o projeto Plantando Água dos programas do PJBN, Codema e Preservar. Fica a pergunta: por quê? Sem resposta, e ninguém deu a mínima e a situação de penúria perdura.
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