segunda-feira, 4 de novembro de 2024

O CERRADO – V

 Canarim preso na gaiola, que tristeza não será.
Canarim panhô solto, que alegria não será (Locha) 
   

O cerrado tem uma rica fauna. É verdade que já foi muito mais exuberante, porém depauperada  pela ambição dos homens ao longo dos anos, agredindo e modificando o seu habitat ela vai sendo extinta. Rui Mendonça e seu amigo Leão nas suas incursões pelo cerrado nas caçadas (quando era permitido) de veados passavam dias e noites embrenhados no cerrado, dependurados  em pés de caraíba e pequi (a flores atraiam os veados), ou metidos em locas, à espera da boa caça, deram valiosas informações  para o livro Do cerrado às margens do Rio São Francisco, uma extensa relação de pequenos e grandes animais, que conheceram, muitos deles já extintos, outros em fase de extinção. Os nomes são os conhecidos popularmente, de como os identificam o geraizeiro.
    MAMÍFEROS: anta, cachorrinho-do-mato, capivara, coelho, gambá, gato pardo e pintado, gato mourisco, jaguatirica, lobo guará, luís-cacheiro, melete (da família do tamanduá), mico, onça pintada e parda, paca, quati, raposa, saruê, tamanduá, tatus: bola, bolinha, canastra ( o maior deles podendo pesar até 80 kg), galinha, peba (tem o pequeno, vermelho, papa-defunto e o grande que não come, pesa até 10 kg), veados: campeiro, galheiro, catingueiro, catingueiro churé (pequeno do saco grande), suaçuapara vive no pântano, só sai para pastar).
    AVES: acuã, anu-branco e preto, arara – azul, amarela e vermelha, ariri, beija-flor, canaro, chorró, codorna, coruja-de-cupim, curió, ema, galinha d´água, garça vaqueira, garricha, gavião (pinhem, carcará, penacho), inhambu, jacu-pemba (pequeno), jandaia; João-Congo, João-de-Barro, juriti, mãe-da-lua (urutau); Martim-Pescador, mergulhão. papagaio,
pássaro-preto, pato preto, pêga (ave grande e agourenta), perdiz, periquito, pica-pau (cabeça-vermelha e bico torto), pomba-verdadeira (trocal), preangu, rolinhas parda e pedrez, sangue-de-boi, seriema, socó, tico-tico, tucano, urubu. (Nos anos de 1940 havia o comércio de penas de aves em São Francisco para exportação)
    RÉPTEIS: jacaré-preto, teiu.
OFÍDIOS: caninana, cascavel-da-chapada, cobra-cipó, cobra verde, coral, jararaca-da-campina e de cupim, jararacussu, quatro-presas e sucuri
    BATRÁQUIOS: jia, rã, sapo
ABELHAS; borá – mansa e brava (pau), capinheira (capim), chien (casa em galhos de árvores), europa (pau), jataí (pau), lambe-lambe (pau), mandassaia (chão), tataira (pau)
tubi (pau), uruçaí (pau e chão).
    PEIXES: bagre, gongó, piaba, pintadinho,  traira, dourado, surubim, curimatã, etc.
    A exceção da pesca nos rios Acari,  Pardo e lagoas, a  pesca é pouca, pois o acesso aos poços, no meio das veredas é muito difícil. É comum o campineiro abrir buracos em alguns pontos para pegar os peixes.

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