O TEMPO
Onde ficaram meus sonhos?
O brilho dos meus olhos?
A minha inocência?
Onde vou encontrar o eu-menino?
O brilho dos meus olhos?
A minha inocência?
Onde vou encontrar o eu-menino?
E não vejo o muro de barro
Coberto de musgo,
Que com desvelo levava
Para montar o presépio!
Coberto de musgo,
Que com desvelo levava
Para montar o presépio!
E as mamoneiras dos terrenos baldios
Onde eu era Tarzan?
E pipa a colorida
Balança em que espaço?
Onde eu era Tarzan?
E pipa a colorida
Balança em que espaço?
Os dedos arrebentados nas pedras,
Não tenho;
Os galos incômodos na testa,
Não passam de lembranças.
Não tenho;
Os galos incômodos na testa,
Não passam de lembranças.
Os vergões do marmelo nas pernas,
Não vejo.
Ainda que doessem
Hoje são somente lembranças.
Não vejo.
Ainda que doessem
Hoje são somente lembranças.
Onde ficaram os meus sonhos?
Onde vou buscar minhas fantasias?
Cadê o eu-menino que se perdeu?
Vou saber em que caminho…
Onde vou buscar minhas fantasias?
Cadê o eu-menino que se perdeu?
Vou saber em que caminho…
João Naves de Melo
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