VEZ DA VIOLA
Apresentação Violas de Minas, com show de grandes nomes da viola, foi levada a público na quinta-feira 14, na Praça da Liberdade, Belo Horizonte, para comemorar a conclusão dos estudos do Iepha-MG sobre as violas e sua importância para a cultura mineira. O show foi comandado por Chico Lobo, Pereira da Viola, Wilson Dias, Letícia Leal, Orquestra Oficina de Estudo Viola de Betim, entre outros convidados.
A respeito do grande acontecimento falou o presidente do Iepha, Michele Abreu Arroyo, dando a dimensão e a importância da viola à cultura mineira: “O reconhecimento da viola como patrimônio cultural possibilita ao Iepha o conhecimento e a promoção desta prática cultural que articula tradições de encontro, de festa, de devoção em todo o Estado. A viola e os violeiros tocam o coração e alma de Minas Gerais”.
O Registro dos “Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola em Minas Gerais”, ao ser aprovado pelo Conep, passa a integrar o conjunto dos bens culturais reconhecidos como patrimônio de natureza imaterial do Estado: O Modo de Fazer o Queijo Artesanal da Região do Serro (2002), Comunidade dos Arturos, de Contagem (2013), Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2014) e as Folias de Minas (2017).
Sem dúvida, essa notícia será recebida com muita alegria por Ursulino Ramos Ferreira, presidente da Associação dos Violeiros de São Francisco, transmitindo-a aos seus associados e ao público são-franciscano no transcorrer do festival de violeiros que a associação realizará no sábado dia 16. Será, também, do agrado de Dino do Retiro, Valfrido do Sobradinho, Irmãos Correa do Sagrada Família, João Raposo e de dezenas de violeiros de São Francisco.
A notícia tão alvissareira faz justiça à expressão desse instrumento na vida de nossa gente, principalmente os violeiros dos ternos de folia, que alegram o povo nas mais diversas manifestações religiosas ou profanas no correr do ano.
E isso nos traz à memória nomes como os dos mestres Minervino e Nego de Venança que se fizeram famosos como artesãos fabricando a famosa viola caipira, ambos levando o nome de São Francisco a alhures, com todo mérito. Leva, também, à lembrança de Adão Barbeiro que, tendo a viola como instrumento de arte, tanto fez em prol da cultura são-franciscana, levando-a as mais distantes terras.
Reconhecida, a viola vai chorar com dengo, muito mais, no passar o Lundu, no movimentar o Quatro ou no acompanhamento mavioso da saudação à Lapinha homenageando o meigo menino Jesus. E fazendo reviver a figura de São Gonçalo do Amarante, que fez da viola o meio de exercer o seu ofício de salvar mulheres da vida fácil. Ora, viva, ora viva!
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