III - parte
Olimpíadas - CI Esmeraldas |
Manoel Almeida, de exemplar e
criativo militar, revelou-se um grande educador, um sociólogo, pedagogo, um
idealista incansável e plantador de sonhos realizáveis. O seu trabalho, desde
os primeiros anos da instituição, revelava uma faceta muito importante de sua
personalidade – era um patriota. A respeito, registro o que disse um
padre-educador canadense em visita à Escola de Esmeraldas, quando ficou
conhecendo o trabalho de Manoel Almeida, isso nos primeiros anos da
instituição: “Agora sei qual é o verdadeiro sentido da palavra patriotismo”.
Eram inúmeras as caravanas que visitavam aquela unidade a cada fim de semana ou
domingo, conversando com imberbes alunos do primeiro Curso Normal Regional, o
que se dava, muita vezes, em rodas de conversa no bosque – belo bosque da
escola. Comum eram as visitas de Helena Antipoff, uma ardorosa incentivadora do
coronel Almeida, Amaral Fontoura, deputados e governantes – Pedro Braga, Arnon
de Mello, Juscelino Kubistchek (então governador de Minas), governador Bias
Fortes e tantos outros. De uma feita, embevecidos, os alunos ouviram histórias
contadas por Malba Tahan, à sombra das árvores do bosque. Fantástico. De cedo os
alunos já conviviam – e ouviam – com ilustres figuras do campo da educação e da
polícia nacionais, o que não fazendo parte do seu currículo escolar, por simbiose
enriqueciam seu conhecimento preparando-os para missões futuras. E isto tornou
possível a formação das Bandeiras do Carinhanha e Urucuia, com seus componentes
imbuídos de muito ideal e amor à Pátria. E, depois, ainda no primeiro ano do
Núcleo Colonial do Carinhanha, no mês de dezembro, seis alunos do Curso Normal
Regional de Esmeraldas, quatro deles com menos de 15 anos, foram estagiar e
colaborar com os bandeirantes na instalação daquele Núcleo – uma jornada sem
igual e impossível nos dias de hoje se considerarmos o ECA.
A Escola Caio Martins alçou altos
voos e foi se assentar nas barrancas do São Francisco e vales do Carinhanha e o
Urucuia e lá, mais do que cumprir sua
sacrossanta missão no campo da educação, plantou nova civilização que teve
forte marco no processo de conter o êxodo rural para as grandes cidades e de
assistir uma gente esquecida.
Juvenília |
O Núcleo do Carinhanha
transformou-se na formosa e progressista cidade de Juvenília (cidade dos
jovens, como batizada foi por Antônio Montalvão, fundador da cidade extremo de
Minas com Bahia, Montalvânia), cumprindo-se o que vaticinara o jornalista Waldemar Malburguer de Oliveira,
diretor da revista Minas Magazine, em mensagem aos jovens bandeirantes: “...E se resistires
a tudo e, amanhã transformardes aquelas quase selvas num aglomerado
humano e, quem sabe, mesmo numa cidade diferente, marcando uma civilização
espiritual nova para combater a desordem moral que se alastra, cheia de
homens com uma consciência sólida, sãos de corpo e espírito,
transbordantes de amor pelo próximo...”
Vila Conceição |
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