João Naves de Melo
Qual
manto de sisudez
O
cinza tinge o sertão
Árvores
e árvores ressequidas
Galhos
tortos desfolhados
À
míngua de chuva/vida.
Mas
agosto é prenúncio da Primavera
Não
por encanto, por esperado
O
amarelo como gotas de ouro
Surge
rendando o teto do sertão
De
espaço em espaço pingado
Reluz
o sol em brilhantes ipês
O
festival do amarelo
Outras
floradas ganham exuberância
A
caraibinha da branca à roxa
A
sucupira preta vestida de roxo
Há
de se ver e o perfume solver
Da
branca flor da sambaíba
De
cálice aberto aos beijos das abelhas
De
tronco mais fornido, como rei
Mais
espaçado o pequi abrindo-se
Em
flores brancas e tão suaves
Promessa
de riqueza no sertão.
Na
beira do rio o pajeú
Vestindo-se
de flores verdes
Que
vermelhas se transformam, depois.
AGOSTO!
Ainda sem chuva
E
nem chegou a Primavera
Mas
impressiona o festival de cores
Sertão:
cerrado, mata seca, barrancas
Tudo
seria infinitamente mais belo
Tudo
seria infinitamente durável
Não
fosse a ganância de homens
Que
por dinheiro destroem um paraíso
A
natureza resiste! Agosto se repete!
A
guisa do Dia do Folclore – 22 de agosto
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