NÚCLEO COLONIAL VALE DO URUCUIA – II
Estes doze meninos vão fundar uma cidade! Lá na distante, nessas terras grandes e perdidas do meu Brasil,
à margem de um rio, que poucos de nós terão ouvido sequer o nome: Urucuia. Lá, as gentes são pobres,
não há escolas, não há progresso, não há quase civilização e o homem vive por instinto, porque, se a natureza
é madrasta, ele não conhece outra mãe.” (Florence Bernard em publicação na revista O Cruzeiro no ano de 1957
antevendo o que seria o futuro do Núcleo do Urucuia e a missão de 12 professores bandeirantes:
Na manhã do dia 8 de junho de 1957 começava uma nova história para o vale do Urucuia: celebração da Santa Missa por dom José de Almeida Batista, bispo de Diamantina, inaugurando o Núcleo Colonial do Vale do Urucuia (NCVU) das Escolas Caio Martins plantado nas ruínas da fazenda da matriarca Joaquina Pereira Mota atendendo a um chamado do governo do Estado. No sopé da serra da Conceição, no vão do ribeirão Conceição, uma pista para pouso de aviões, um rancho grande, de palha, abrigo dos professores/bandeirantes, diretor do Núcleo, primeiros meninos internos, escritório e salas de aulas; três ranchos de colonos; um galpão de palha com a instalação do almoxarifado e garagem. Era só, mais nada. Os doze professores, dia após a inauguração estavam sós, mas prontos, alertas e decididos a dar uma vida nova àquela terra.
Passaram-se 68 anos, nem foram tantos assim para o confronto com a atual realidade do Núcleo. Alcançados foram os propósitos da Bandeira e realizados os ideais dos jovens professores/bandeirantes, é o que se vislumbra contemplando o que hoje ali se vê e tem. Na antiga e “mal-assombrada” fazenda das taperas encontradas tudo ruínas e abandono, ergueu-se uma comunidade palpitante, um centro catalizador social e educacional, ponto de referência e de apoio para moradores da região vibrando no coração do Urucuia, com uma gente feliz, fraterna, uma grande família. Floresce uma bela vila – distrito Caio Martins do município de Riachinho – com ruas e praças bem traçadas, com confortos de uma cidade: luz elétrica, água encanada, torres de transmissão de sinais de TV e celulares, bem equipada escola do ensino fundamental ao médio com atividades integradas voltadas para o campo, atividades esportivas e igreja consagrada à Nossa Senhora da Conceição, palco dos atos de fé, que une a comunidade.
Sessenta e oito anos, um nada no tempo que se conta, mas um marco histórico de uma grande conquista de uma gente brava, solidária, fraterna, comungando com a natureza que preserva com o olhar voltado para o amanhã preparando os seus jovens.
Núcleo Colonial Vale do Urucuia/Conceição uma vitória das Escolas Caio Martins. Vitória de um povo permanecido feliz no sertão urucuiano, à sombra da serra e banhada pelo rio Conceição – tudo Conceição. Vê-se, ali, o testemunho de uma história recente onde o Estado se fez presente graças ao compromisso patriótico das Escolas Caio Martins com o País. O Estado chamou, ela atendeu.
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