AS BARRAGINHAS
O governo federal anunciou a nova hidrovia do rio São Francisco, uma medida que corresponde, sem dúvida, à necessidade de implementar o transporte hidroviário no país, até então menosprezado. O rio São Francisco tem um papel muito importante na história do Brasil. Não muito longe no tempo, ele desempenhou um papel de destaque na navegação singrado por uma frota de vapores e batelões. O tempo foi passando, deu-se prioridade ao transporte rodoviário em detrimento ao ferroviário (o que é incompreensível) e com o hidroviário, este tendo como razão a situação do rio com baixa vazão e muitos sedimentos de arenito. Ao tempo da construção da barragem de Três Marias, apontou-se a necessidade de construir outras barragens, retendo água para manter a vazão do São Francisco para servir à navegação e à irrigação. Nada foi feito. Conquanto observando a baixa vazão ele tem servido apenas à irrigação e, por fim, à transposição de suas águas para regiões áridas do Nordeste.
A cada ano que passa mais dramática é a situação do rio. Fala-se muito em recuperá-lo, mas de prático nada é realizado, e ele morre. Assim, para implementação da hidrovia é preciso que se cuide de um processo de recuperação dos afluentes do rio para que possa haver o suprimento de água para manter o nível navegável, considerando o calado das embarcações certamente maiores que as lanchas da travessia do rio em São Francisco, que já enfrentam dificuldades imensas para encontrar canais navegáveis.
Agora vislumbra-se um socorro, um trabalho de beija-flor apagando incêndio na floresta, mas um sinal positivo de ação. Um processo demorado, vai levar muitos anos, mas é de recuperação e não de destruição: a construção de barragens subterrâneas. Com recursos alocados pela Plataforma Semente do Ministério Público, neste ano, foram construídas 15 barragens subterrâneas no município, na maioria no distrito de Santa Izabel de Minas.
Destacando a importância dessas barragens para recuperação de veredas, o Portal Veredas publicará, a partir desta edição, dois capítulos com informações técnicas prestadas por Rafael Alexandre Sá - Engenheiro Agrônomo responsável pela Track Engenharia e Flávio Pimenta Figueiredo - Engenheiro Agrícola Coordenador Técnico do Projeto - FUNDEP.
É um começo. Seria interessante, a seguir que o governo municipal volte a implementar o projeto de construção de barraginhas e tanques e o federal alocar recursos para construção de barragens de maior porte para reter ás águas pluviais que também tem sido, a cada ano mais escassas.
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