quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

PONTE: MAIS UM PASSO

 


O reinício da construção da ponte sobre o São Francisco, na cidade, dependia de uma homologação de licença ambiental concedida pelo CODANORTE pelo CODEMA de São Francisco. Uma licença fora dada, anteriormente, porém ela caducou-se em vista do descredenciamento da empresa licenciada e de possíveis alterações no canteiro de obras. O empecilho foi resolvido em reunião realizada pela assembleia do CODEMA na segunda-feira passada. Não há mais nenhum impedimento para que sejam retomadas as obras da construção.

O presidente do Codema, Diovani Renê Costa afirmou ter recebido do vice-governador de Minas, através do vice-prefeito Raul Pereira, uma solicitação para homologar a decisão do CODANORTE, consequentemente, a emissão da licença ambiental. Diante disto, convocou uma reunião extraordinária do conselho do Codema para apreciar aquela decisão, que foi acolhida e aprovada.

Assim, mais um passo foi dado no sentido de concretizar o sonho dos são-franciscanos e populações de municípios da região que serão beneficiados pela grande obra.


CODEMA E O CARNAVAL



Diretores do Codema, acompanhados pelos secretários Conceir Damião (Meio Ambiente), Júnior Marruaz (Infraestrutura) e João Herbert (Cultura), servidor da Secretaria de Infraestrutura, Ricardo 7R e Breno Pertinati, do bar Macarius patrocinador do evento, reuniram-se com o comandante da 13ª Cia da PMMG de São Francisco Ten-Cel, Wilson, Capitão Cliver e Tenente Dener com o objetivo de estudar uma estratégia operacional para a realização do Carnaval na Orla do São Francisco promovido pelo Bar Macarius. Cuidadosamente foram examinados todas as questões voltadas para a segurança e orientação dos carnavalescas e pessoas que transitarem pela orla durante o festejo.

A preocupação do corpo da PM e do pessoal do governo municipal foi garantir a realização do evento com toda segurança respeitando-se os dispositivos legais e, em especial, o Código Ambiental do Município. 

  O evento será realizado do dia 1º a 4 de março, das 16 às 19h (intervalo) e de 20h às 2h. A interdição da área e do circuito será feita no início do dia.

A IMPORTÂNCIA E NECESSIDADE DA CASA DA CULTURA

 


O prefeito Miguel Paulo acolheu uma proposta da Ong Preservar no sentido de criar a Casa da Cultura/Museu em São Francisco, projeto casado com implantação de uma área fixa para exposição do artesanato são-franciscano.

Falando-se, hoje, sobre o artesanato. Muito se tem dito a respeito dele no município. Sabe-se que é de uma expressiva riqueza e, também, sabe-se que os artesãos estão dispersos, não têm um espaço para expor seu produto – um espaço acessível ao público, principalmente os visitantes à cidade. Com isso, quase nada vendem ou sequer são conhecidos, e são tantos.

Um exemplo, entre tantos, do que se perde na exposição do trabalho dos nossos artesãos.  Em sua passagem por São Francisco, a sobrinha-neta de Pascoal Carlos Magno,  inspirador da Barca da Cultura, Luciana Frazão, lamentou não estar levando nenhuma lembrança de São Francisco, o que encontrou em Pirapora (as famosas carrancas) e São Romão (rendas). Depois, chegando-se a Januária, ela postou estar encantada com a riqueza do artesanato daquela cidade, encontrando-o exposto, em profusão.

É o bastante para dizer, afirmar e reafirmar, o quanto São Francisco perde não promovendo a sua cultura, o seu rico artesanato. Tomara que o projeto da Ong Preservar, abraçado pelo prefeito Miguel Paulo, se concretize.

ASPECTOS CULTURAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO

 João Naves de Melo - Membro da Comissão Mineira de Folclore


Quarta parte


OUTRAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS



CRENDICES (abusão): As manifestações são diversas e, ainda nos dias atuais, muito marcantes na vida do povo: 


LENDÁRIO: Caboclo d'água, romãozinho e famaliá, são as mais famosas. A primeira é relacionada ao pescador – entidade que atrapalha ou ajuda a pesca, conforme os agrados que receber – cachaça e fumo. A segunda diz respeito a um menino amaldiçoado pela mãe que não pode morrer e vive atormentando as pessoas, principalmente no meio rural, misturando estrume na comida, jogando pedra no telhado das casas, misturando bezerros apartados com as vacas. A terceira diz de um capetinha, nascido de um ovo de galo que, preso numa garrafa, faz a fortuna do seu dono que, em troca, vende-lhe a alma.


SABEDORIA POPULAR: a medicina caseira tendo como fonte principal raízes, flores, folhas, cascas e frutos de essências do cerrado e das matas. Vale-se também, de animais. Há remédios para todos os males e são famosos os curadores, raizeiros e benzedores: Catarino (Luislândia), Olímpio (São Francisco), entre eles.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

OBJETIVO DA BARCA DA CULTURA

 


A Barca da Cultura foi um projeto de cunho cultural, social e político. Cultural, pois interligava culturas diferentes e promovia o valor das culturas ribeirinhas que eram até então invisíveis para as metrópoles; social, pela sua importância como fator educativo; e político, pela possível denúncia da situação precária que a maioria dessas cidades vivia, fornecendo a hipótese de que seu pioneirismo serviu de exemplo para outros projetos culturais já realizados e a certeza de que essa intrépida empreitada merece figurar dentre os acontecimentos relevantes na memória histórica, artística e cultural de nosso país.

Certamente, com a criação da Casa da Cultura em São Francisco, a Barca da Cultura fará parte, muito rica, do seu acervo.  Sem dúvida, recorrendo-se à pesquisa de Luciana que tem como objetivo central resgatar um trajeto da memória deste empreendimento de Paschoal Carlos Magno inserido no âmbito da história sócio-política e cultural do país, como relevante e pioneiro projeto de vanguarda artístico, com rico material de estudo envolvendo artes plásticas, teatro, dança, música, canto, poesia e seus desdobramentos para as artes no Brasil. 

A CARTA AO EMBAIXADOR

 


“Meu caro Embaixador, reporto-me à sua passagem, com a inesquecível “Barca da Cultura” por São Francisco e nossos entendimentos, então. Estamos firmes no propósito da construção da Casa da Cultura, um centro   sociocultural para a mocidade despertada e para o espírito e a inteligência de todos, velhos e moços.(Descreve-se o projeto). O ilustre amigo, com sua cultura e vivência, poderá reexaminá-lo, reformulá-lo, podá-lo ou ampliá-lo dentro do contexto que se segue: a cidade tem 8.000 habitantes, (apenas a metade participa economicamente), 2.800 escolas, está em expansão (7.000 em 1970), o meio é pobre,  o município tem 8.141 km2, 62.000 habitantes. A mão de obra disponível é barata, porém inferior, o material grosso é barato, mas o de acabamento é difícil e importado.

Desnecessário dizer sobre o êxito da “BARCA DA CULTURA”. Você viu? Foram momentos de encantamento e o meu povo estava à altura. Lembra-se? Será um fenômeno fisiológico (?): o povo não entendia aquela música divina de Villa Lobos e nem o balet maravilhoso que lhe ofereceu Décio Otero, mas naquela arte por ser intrinsicamente bela e autenticamente boa penetrava na alma e no corpo de cada assistente e ele podia sentir e deleitar-se.

Neste desconhecido, pobre e distante município, nada, até então, merecera unanimidade. O povo é, por natureza e contingência histórica, desconfiado, polêmico e conflitante. A BARCA DA CULTURA venceu todas as barreiras: econômicas, políticas, históricas, sociais, étnicas e conquistou todo mundo e desmoralizou o axioma muito respeitado por aqui: o que é de graça, não presta. Foi de graça (e engraçado também, em certos momentos) e foi JOIA, como amanheceram dizendo as crianças no dia após”.


DETALHE HISTÓRICO: Lendo a carta do prefeito OCJ, em determinados aspectos, é possível estabelecer uma comparação do município de São Francisco de 1974 com o atual. Os índices são outros: população, crescimento e melhoramento urbano, saúde, etc. etc., mas na cultura ainda engatinha-se, conquanto tenha um imenso potencial, uma mina a ser explorada. 

O SONHO NÃO MORREU

 


Em fevereiro de 1974, uma barca com mais de 100 passageiros entre estudantes, técnicos, produtores, assistentes, jornalistas e artistas de várias partes do Brasil, em viagem de Pirapora até Petrolina, aportou-se em São Francisco. Uma excursão cultural inspirada por Carlos Pascoal Magno (diplomata, ator, poeta, teatrólogo) que deixou marcas profundas na população são-franciscana. Foram dias memoráveis de muita arte – arte de primeiro mundo apresentada, pela primeira vez, aos são-franciscanos: orquestra sinfônica dirigida pelo mastro Carlos Eduardo Prates, balé, oficinas de arte para estudantes; recitais na Barca e na Igreja Matriz encantando o público. 

Pela passagem da Barca o então prefeito, Oscar Caetano Júnior endereçou correspondência ao embaixador Carlos Pascoal Magno, agradecendo em nome do povo são-franciscano e anunciando o propósito de criar a Casa da Cultura em São Francisco. Esta carta, histórica, está inserida neste artigo, na página seguinte.

Nesta semana, Luciana Frazão (historiadora da arte e mestranda em Culturas e Identidades Brasileiras no IEB – USP) sobrinha-neta do embaixador Pascoal Carlos Magno esteve em São Francisco, conversando com pessoas e visitando pontos de referência – cais e igreja Matriz, rememorando a passagem da Barca da Cultura. Estava acompanhada do esposo Damian Kraus, argentina, doutor em psicologia, tradutor e revisor da Revista e Agência FAPESP. A viagem de Lucina teve início em Pirapora, passando por São Romão, terminando em Maria da Cruz com objetivo de entrevistar testemunhas da passagem da Barca da Cultura de Paschoal Carlos Magno, tema de sua dissertação de mestrado.

Parte da entrevista dela foi focada na carta do prefeito Oscar Caetano Júnior ao embaixador manifestando o sonho de construir a casa da Cultura em São Francisco. Não conseguiu realizá-lo durante o seu mandato, mas certamente plantou uma semente deixada pela Barca. Alguma coisa, depois, foi feita no trato da ideia. Entre elas a criação da Ong Preservar reunindo um grupo de professores e escritores, que tem participação valiosa na preservação e divulgação da cultura são-franciscana. Ainda assim a semente não germinava, aguardava em solo tépido. Recentemente, um vislumbre de sua germinação se vê na comunidade como tem demonstrado o Portal Veredas apresentando o trabalho de muitos artistas locais, tanto na área artesanal quanto na música e edição de documentários históricos. Há um movimento, a terra está sendo adubado e molhada. Dois sinais que podem representar a realização sonho do prefeito Oscar Caetano Júnior é o surgimento da Empresa Cine Canoas constituída por um grupo de jovens. Ela empreendeu a reforma do prédio do Cine Canoas e noticia que, nele, serão retomados os programas culturais, de entretenimento e sociais. Oura providência que leva à realização do sonho é a criação da Casa da Cultura abraçada pelo prefeito Miguel Paulo

  Cinquenta e um anos decorridos e podemos vislumbrar que o sonho não morreu.

ASPECTOS CULTURAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO

 João Naves de Melo - Membro da Comissão Mineira de Folclore




Terceira parte


Têm destaque na cultura são-franciscana os autos, folguedos e atos devocionais que marcaram época e são revividos em tempos atuais.


REI-DOS-TEIMEROSOS OU REIS DOS CACETES – um grupo de homens, geralmente em número de 12, podendo ser mais, vestidos de marinheiros, dançam no salão ou terreiro, portando cacetes (bastões de madeira com um metro de cumprimento) que são batidos no chão ou uns contra os outros, no ritmo da música, enquanto cantam. O folguedo remete-se à luta de cristão contra mouros nas praias nordestina. Os cacetes sugerem o uso das espadas. Foi introduzido em São Francisco pelo folião Adão Barbeiro. O seu grupo, após sua morte, ainda se mantém atuante. O desenvolvimento do folguedo se dá em quatro partes: o canto de entrada; segundo canto uma glosa divertida; o terceiro canto de roda e o quarto canto de saída. Um verso do canto de entrada:  “Nós, pastores/ Boas novas viemos dar/ Que Jesus recém-nascido; Que Jesus recém-nascido/ Veio ao mundo nos salvar”.


SÃO GONÇALO – terno que pode ser apresentado em qualquer época, geralmente pagando promessas. Dança-se em terreiros em frente a um pequeno altar onde é colocada a imagem de São Gonçalo. São duas alas formadas só de mulheres, vestidas de branco, tendo à frente três homens: dois guias e o mestre. As mulheres, todas de branca empunham arcos enfeitados, de duas a duas com os quais fazem belíssimas coreografias. Famoso foi o grupo de João Pomba Triste e Badé. A festa de São Gonçalo veio para o Brasil, vindo de Portugal através dos fiéis do santo de Amarante.


CARNEIRO – é uma vibrante dança de terreiro, originada do batuque. O ritmo da dança é marcado por caixas. No terreiro dançam homens e mulheres, que, rodopiando, tocam costas contra costas imitando a pancada do carneiro quando briga. Tempos atrás a dança era conhecida como umbigada, que foi proibida por padres considerando-a sensual: os pares, no ritmo das caixas, encontravam-se na roda dando umbigadas, isto é, batendo barriga contra barriga. Então, os dançadores, no lugar da umbigada, passaram dar o toque, homem na mulher, com as costas.


FOLIA DE REIS  –  um folguedo de cunho devocional da maior importância. De dia 1º a 6 de janeiro, um grupo de homens (foliões) empunhando violas, violões, rabecas, caixas, reco-reco, balainho e outros instrumentos, saem, durante à noite, visitando casa por casa saudando o Deus-Menino no presépio. Depois da saudação, para agradecer as dádivas (esmola ou comida) dançam o quatro e lundu.

Os ternos ainda homenageiam São Sebastião, São João, Bom Jesus da Lapa, Senhora da Aparecida. Em São Francisco existem mais de cem ternos de foliões. Destaca-se a memória de Adão Barbeiro, que foi reconhecido além, fronteiras constando de diversas pesquisas folclóricas – televisão, jornais e livros.

sábado, 15 de fevereiro de 2025

BIODIVERSIDADE

 

No dia 12 deste mês, o promotor de justiça Daniel Polignamo recebeu em seu gabinete o presidente do Codema, Diovanni Renê Costa; a vice-presidente do CBH-SF9, Alda Maria e o biólogo Rubens, do IBAMA, ocasião em que foi  apresentado a ele um projeto de pesquisa do IBAMA, conduzido no Médio São Francisco nos últimos 14 anos relativo à aquacultura. O projeto visa o monitoramento da biodiversidade por meio da ciência cidadã, onde os próprios ribeirinhos são responsáveis por coletar dados e gerar informações que subsidiam os órgãos públicos na gestão ambiental.

Objetivo da apresentação foi o de aproximar os órgãos que  buscam, em conjunto, recursos para dar continuidade ao projeto que teve início em 2014 com a participação de 14 pescadores, parceiros, que fazem a captura de peixes de todas as espécies, principalmente as ameaçadas de extinção, que são remetidos a laboratórios para exames e catalogação. Estende-se, ainda, ao combate de espécies de predadores que causavam imenso prejuízo à população de peixes do rio. A coleta é feita no São Francisco  entre o trecho da foz do rio Urucuia à altura da Vila Travessão de Minas.

O promotor Daniel Polignamo mostrou-se acessível ao projeto no sentido  de fazer a captação de recursos financeiros para o seu andamento até a liberação de recursos já agendados com a Plataforma Semente do Ministério Público.

ASPECTOS CULTURAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO

 João Naves de Melo – Membro da Comissão Mineira de Folclore



Segunda Parte

Destacam-se muito na cultura são-franciscana, os autos e as danças ligados, quase sempre, à religiosidade, o que caracterizava muito a população de tempos passados.

Danças:

Três danças muito apreciadas pela população fazem arte das apresentações dos ternos de folia no ciclo natalino e em outras festas devocionais. Destacam-se:

QUATRO – variação do Cateretê, sem o sapateado. Quatragem. Oriunda do Sul, certamente vinda de Portugal. Dança somente de homens, geralmente quatro, como indica o nome, mais pode ser dançada com 8 ou 12 figuras. O acompanhamento é feito com violão, viola, rabeca, caixa, pandeiro, reco-reco e balainho. As letras das músicas,  geralmente, evocam motivos da natureza, especialmente animais, e fatos do cotidiano narrando histórias vividas na comunidade. 
LUNDU – dança muito sensual, envolvendo homens e mulheres. A letra, geralmente, é uma glosa, pasquim, contando histórias locais. O instrumental usado é o mesmo. O homem começa a dança, sapateando e batendo palmas no meio do salão, chama um companheiro, batendo palmas – o homem sapatea e rodeando uma mulher, como se fosse tomá-la nos braços, mas ela, dançando, o refuga. Vão se alternando os pares até ao final da música ou enquanto está animado o grupo.
CATIRA – uma variação do cateretê ou do quatro, com dezesseis elementos, inclusive com a participação da mulher. Dança-se em rodas, diferente da dança do Alto Paranaiba, que tem a formação de duas alas; o destaque da dança é o sapateado. Não é muito comum em São Francisco ultimamente.

Folguedo

BOI-DE-REIS – variação do Bumba-meu-boi, é a maior atração cultural de São Francisco no período natalino, muito apreciado, sobretudo, pelas crianças, que acompanham o cortejo pelas ruas da cidade com grande animação. É um folguedo muito bonito e alegre tendo como figuras o boi, a mulinha de ouro, o bicho tamanduá, a onça, vaqueiros, catirinas, feiticeiro. A festa se encerra no dia 6 de janeiro com a morte do boi. Assim diz a tradição, mas como a animação é muito grande, em São Francisco, é comum a dança durar mais de um mês especialmente com o “Boizinho das Crianças ruflando latas, à guisa de caixas e cantando pelas ruas da cidade. Segundo Câmara Cascudo este folguedo teve origem no ciclo econômico do gado, sendo produto de tríplice miscigenação, com influência do indígena, do negro e do português. O enredo do folguedo conta uma história muito interessante e rica de ilustrações. Os figurantes do cortejo do boi chamam atenção pela forma pitoresca, dinâmica e alegre na atuação.


REUNIÃO DO COMEIAS

 

Realizou-se em São Francisco, no dia 12 deste mês, no salão de eventos da PRESERVAR, reunião com os conselheiros do Comeias Coletivo Local do Meio Ambiente/ Promanciais/ COPASA, sob a direção do coordenador Raul Pereira. Assuntos tratados:  Apresentação do Coordenador Geral de Ações Ambientais da COPASA,  Sandoval de Almeida Murta. Apresentação dos Levantamentos para melhoramento nos Trechos Priorizados das Estradas Vicinais/Ações Ambientais na região do Retiro. Discussões e Propostas para escolhas de novos coordenadores do Colmeia-SF. Outros assuntos de interesse da Entidade Mantenedora do Promanciais/COPASA. 

Na reunião foi noticiado que o  Comeias tem programado para o município de São Francisco a construção de barraginhas e bolsões de contenção pluvial nas estradas vicinais. Dois importantes projetos em defesa do meio ambiente e da recuperação de recursos hídricos. 

Colmeias um pilar fundamental para o desenvolvimento do Programa Pró-Mananciais é a mobilização social, estimulando a pró atividade, a responsabilidade compartilhada, a solidariedade, a criatividade e o protagonismo, a partir da formação de Coletivos Locais de Meio Ambiente - Colmeia – grupo formado nos municípios onde o Programa atua, imprescindível em todas as etapas do seu desenvolvimento – diagnóstico da bacia hidrográfica, planejamento, execução e monitoramento das ações.

A Copasa conta com equipes socioambientais regionalizadas, responsáveis pela condução do processo de formação dos Colmeias e acompanhamento do desenvolvimento do Programa nos municípios, assumindo o secretariado nos Colmeias. Além da equipe da Copasa, os Colmeias contam com representantes da prefeitura, da Emater e outras instituições/atores interessados em contribuir na recuperação e preservação das bacias hidrográficas de captação e recarga dos mananciais.

O Colmeia elabora o Plano de Ação, baseado nas necessidades ambientais do município e na lista de ações do Programa, a qual é aprovada pela Arsae (Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais)

 Até o momento são 249 Colmeias formados, totalizando quase 4.000 membros participantes.

CINE CANOAS – O RETORNO

 

Na manhã da sexta-feira 14, Elivelton Tomaz, presidente da empresa Cine Canoas Produções, recebeu uma comitiva formada por representantes de diversos setores da comunidade, para mostrar o andamento das obras de restauração do prédio do Cine Canoas. Entre outras presenças encontravam-se o promotor de justiça Daniel Polignamo, o secretário municipal de Cultura, João Herbber, a coordenadora do departamento de cultura da Secretaria municipal de Cultura, Gesilda Paraizo, João Naves, representante do Preservar, membros da Defesa Civil Municipal e operários que estão à frente dos trabalhos.

Causou boa impressão o andamento da obra que, à vista, já deu uma nova imagem ao prédio que se encontrava abandonado e em ruínas. Elivelton, discorrendo sobre o projeto, anunciou que a proposta do Cine Canoas Produções é a de transformar aquela sala em um espaço de multiuso,  dedicado ao cinema, teatro, apresentações culturais diversas – shows musicais, programa de calouros, espaço para realização de conferências. A inspiração, diz ele, veio de uma visita que fez ao Cine Santa Tereza em Belo Horizonte, um centro cultural e artístico que atrai, e diverte, um grande público na Capital Mineira. Então, ele pensou para si: por que não implantar em São Francisco um espaço similar? Acreditou que seria possível realizar o propósito e movimentou o então grupo do Coletivo Canoas, transformando-o em uma empresa que, de imediato, colocou a Cine Canoas no alvo do seu projeto. Contou com o apoio do prefeito Miguel Paulo, auxílio dos companheiros da associação e foi à cata de recursos. O propósito foi bem acolhido e ele conseguiu recursos para dar o primeiro passo: a reforma do prédio, que espera concluir até o mês de junho. A segunda etapa será mobiliar o espaço, adquirir e instalar o maquinário para exibir fitas cinematográficas.

A comunidade são-franciscana vê com bons olhos e entusiasmo o trabalho da Empresa Cine Canoas Produções e a disposição de Elivelton Tomaz, sem dúvida, um bom exemplo, e estímulo, para outros grupos da comunidade que, da mesma forma, podem trabalhar em prol da melhoria e desenvolvimento de São Francisco em diversas áreas. 

NO MUNDO DA FANTASIA

 


Sábado 8, à noite, ao adentrar-se no salão de festas da sede da Subseção da OAB, cada pessoa assustava-se tendo-se a impressão de estar vivendo um conto, estar mergulhando em um mundo fantástico, multirracial, com tendas de gitanos, cigana lendo as mãos de curiosos desvendando mistérios, em set de Hollywood divertindo-se com personagens bizarras e alegres, embrenhando-se pelo sertão são-franciscano em tempo de Antônio Dó, cruzando-se com fadas e fadinhas, personagens circenses, deparando-se com senadores de Roma, personagens do faroeste americano, espanholas, vaqueiros, policial vigilante, padre e freira, cego com bengala procurando caminho, mulher gato, magistrado, pirata, marinheira. 

Tudo isto aconteceu por conta de Gisele para comemorar o seu  aniversário. O que muitos governantes não conseguem, Gisele tornou possível, um encontro multirracial, de crenças, costumes e status diversos, personagens atemporais revivendo capítulos da História Universal, na esteira do bem, espargindo-se a felicidade.

Se é possível idealizar, se é possível sonhar, por que os homens tornam o mundo tão difícil com tanta intolerância, especialmente os governantes que tudo complicam satisfazendo seus egos?

Gisele, ao lado de Renato, são tão sereno, simpático e afável, reinou com fulgor e brilho naquela noite memorável. A alegria dela, meio aos abraços e muito carinho, leva-se a um  pensamento: “Os melhores momentos da vida são compartilhados com amigos". E Gisele, por certo, naquele universo diversificado, mas todos com um só pensamento e corações unos, poderia se deleitar no que traz o Eclesiástico: “um amigo fiel é poderosa proteção: quem o encontrou, encontrou um tesouro. Não há nada que se compare, é um bem inestimável. Um amigo fiel é um bálsamo de vida.”


sábado, 8 de fevereiro de 2025

AJUSTE NO TRANSPORTE ESCOLAR MUNICIPAL




 Na sexta-feira,7, no auditório da Onge Preservar,  a Secretaria Municipal de Infraestrutura e o Consórcio SPA Transporte promoveram uma reunião  com prestadores do transporte escolar, com o objetivo apresentar as diretrizes para o ano letivo e ouvir as demandas da categoria.

O Secretário de Infraestrutura, Júnior Marruaz, destacou a importância da organização e do cumprimento das normas para garantir um transporte seguro e eficiente. A advogada Janine, representante do consórcio, discorreu sobre questões contratuais e operacionais.

A reunião reforçou o compromisso da Prefeitura e do consórcio em continuar aprimorando os serviços, garantindo melhores condições de trabalho aos prestadores e mais segurança aos estudantes que são o público alvo.

BAIRROS DA CIDADE

 Resumo de publicação feita pela ONG Preservar na década de 2000




BAIRRO BANDEIRANTE


O local onde foi erguido o bairro Bandeirante chamava-se, na década de 60, Quiçaça (diz-se de uma terra muito seca, de vegetação xerófita, ou seja adaptada ao meio seco; mato baixo e espinhento; espécie de capoeira. Existia, naquela área o campo de aviação da cidade e uma casa onde morava o zelador do campo. A casa se transformou muitos anos depois na Escola Municipal Dona Ditinha e o campo foi removido para outro local. Então, no governo de Aristomil Mendonça, (1967/1971) teve inicio a urbanização do bairro – arruamentos e construção de casas. A marca mais importante dessa criação foi a construção da Vila Militar e Quartel da PMMG, pela Prefeitura, e a igreja Nossa Senhora do Carmo.

BAIRRO SAGRADA FAMÍLIA


Foi implantado a partir do ano de 1977 como consequência de uma grande enchente do rio São Francisco, para abrigar os flagelados. Era tudo muito precário. A prefeitura doava os lotes, mas as pessoas não tinham condições de construir suas casas. Aí surgiu a figura do padre Vicente que passou a construir, com recursos da igreja, casas para os pobres. No começo o bairro era conhecido como ITASA por causa da fábrica de doces do mesmo nome construída naquela local. Depois, o nome foi oficializado como Sagrada Família, sugerido pelo padre Vicente. A  maioria das ruas do bairro tem o nome de padres. Nele situam-se a Igreja da Sagrada Família, EE Sagrada Família, a Estação de Tratamento de esgoto da COPASA. É o mais populoso bairro da cidade, com mais de 10 mil habitantes. 

BAIRRO FUNCIONÁRIOS


Foi criado no governo de Oscar Caetano Neto, situando-se entre os bairros Bandeirantes, João Aguiar e Sagrada Família. Em princípio foi uma iniciativa para favorecer os funcionários da Prefeitura, uma forma de saldar seus créditos com o município. Depois foi se expandindo transformando-se em, um grande bairro.


BAIRRO JARDIM MILENA


Situa-se em área que antigamente pertencia à Fundação Educacional Caio Martins, no prosseguimento do bairro Funcionários. O bairro foi implantado pelo construtor Antônio.... que permutou uma fazenda localizada na comunidade de São Domingos, com a área da Fucam. O nome é uma homenagem à sua filha.

ASPECTOS CULTURAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO

 João Naves de Melo - Membro da Comissão Mineira de Folclore


Primeira Parte


Eu nunca tive dúvidas quanto à beleza de nossas manifestações culturais, mas sempre que tenho oportunidade de assistir a uma demonstração convenço-me que elas são muito mais ricas e emocionantes do que consigo registrar. Muitas vezes cheguei a pensar que fosse exagero de minha parte o fato de me sensibilizar com os acordes das violas e o gemido da rabeca, o ritmo forte dos violões e o repicar dolente, surdo e apaixonado das caixas. Depois, movimentando todo aquele instrumental, a alma do barranqueiro, cheia de paixão, doçura, volúpia e encanto, revelando o sentimento brotado da terra, das águas, dos buritizais, com os matizes do nosso pôr-do-sol. Tudo com tanta simplicidade.

Numa feita, quando missionários da Sagrada Família no Centro Cultural constamos como é intensa a impressão que esta cultura causa às pessoas. Estavam, no salão, o grupo são-franciscano de Seresta, uma preciosidade, formado por senhoras de nossa sociedade, homens e rapazes, com violinos, bandolins, violões, pandeiro e vozes, muitas melodiosas. No repertório verdadeiras pérolas de nossos compositores – Dr. Oseás Pimenta, Tom Andrade, Dona Maria Eunice e Natália Canabrava - músicas suaves aos ouvidos e doces ao coração – e outras do cancioneiro popular.

No meio do salão, entre padres italianos, argentinos, chilenos, bolivianos, espanhóis, e brasileiros, Adão Barbeiro comandou a sua turma no Terno dos Temerosos (Reis do Cacete). Foi vibrante e contagiante, a cada repique dos cacetes no piso ou   uns contra os outros, ao som da música que evoca a saudação ao Menino Jesus no presépio.

Depois o João Pomba Triste, à frente de senhoras humildes circunspetas por feitio, mas serenas e bonitas na expressão da dança, que contava a história de um frade dominicano do século XVIII – São Gonçalo do Amarante. Todas de branco, deslizando, com o compasso interrompido no contra-pé, na maneira peculiar ao ritmo da dança, pareciam damas dos salões nobres de Viena. No entrelaçar dos arcos, numa mágica e bem ensaiada coreografia, aplausos retumbavam.

Vem o Locha, já de cabelos brancos, mas lépido como um menino, com Marciano, Vicente e c o m p a n h e i r o s, eletrizando a assistência com as danças do Quatro e do Lundu. Os volteios do Quatro e o sapateado do Lundu não deixavam ninguém quieto na cadeira – tinha que balançar. Pedidos insistentes de bis para fotografia.

A emoção, enfim, envolveu a todos. Fez com que representantes do Rio Grande do Sul viessem mostrar as canções das coxias; que uma chilena cantasse, cheia de emoção, a sua distante pátria. Mais emoção no ar. Padre Vicente não resiste e diz: “Todos cantaram sua terra, eu também quero cantar a minha”. Empunhou, para surpresa de todos os presentes, o violão, e com um coro formado pelos Padres João Otto e Germano, entoaram canções populares da Alemanha. No ar, a emoção, a saudade, a alegria de se viver toda uma vida refletida nas tradições de sua gente.

Ali, sem necessidade de nenhuma pintura, nenhuma explicação, nada, nada mesmo, estava demonstrado, nos poros e no coração, o que é a tradição, a cultura de um povo, a beleza do folclore e a grandeza da alma do homem quando se enternece diante de suas raízes.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

PRAÇA CENTENÁRIO

 


O artesão Luz Neto, visitando a redação do Portal Veredas, fez uma abordagem saudosa e muito interessante sobre a Praça Centenário. Uma observação, de entrada leva a uma reflexão interessante: a praça perdeu o brilho, está sem vida. Ele justificou a observação evocando cenários passados, ainda no tempo dela como praça Oscar Caetano Gomes com um palpitante movimento de domingo a domingo.  Sem dúvida, era uma azáfama permanente de pessoas frequentando o Bar Trianon, onde a rapaziada se encontrava para tomar sorvete e jogar sinuca; lanchonete do Ló, com quitandas e doces de primeira qualidade, sobressaindo-se a famosa caçarola de dona Mariinha; bar do Manuel, ponto de encontro de jogadores de futebol depois das partidas domingueiras para celebrar vitórias tomando cerveja nas taças conquistadas; boate Alvorada com pista de dança encerada, diziam que era com vela para melhor deslizar, palco de apresentações de cantores famosos como Altemar Dutra e esposa; o Ponto da jardineira no Café de Dona Luzia com imenso movimento de embarques e desembarques para Montes Claros e Urucuia; hotel de Dona Amanda sempre repleto de  viajantes (categoria que quase não se vê atualmente em consequência da internet); Cine Canoas com atrações diárias de filmes, na maioria de faroeste, nem sempre bons, mas nada importava senão a oportunidade de se divertir e reencontrar os amigos; o Coreto. Ah! O Coreto! Era palco de serestas, apresentações artísticas, altar para cerimônia religiosa na Semana Santa (Procissão do Encontro), espaço de lazer para a criançada no escorre-escorre. Em tempos outros é de se lembrar o footing, o passeio de rapazes e moças dando voltas nela em direções contrárias motivando a troca de olhares tão romântico. Tantos eram os moradores que ao cair da tarde colocavam cadeiras nas calçadas para o animado sarau comentando o dia corrido.

Luz Neto deixou a sua impressão que é uma realidade: a praça, hoje Centenário, como resultado do progresso, perdeu o seu esplendor, a sua alegria, a pulsação de gentes. Hoje, no final do dia, com fechamento de lojas e bancos, ela dorme, não há vida.

Uma dica: Luz Neto é um brilhante artesão. É notável o seu trabalho,  com madeira: belíssimas miniaturas reproduzindo peças de arquitetura e outras do cenário da cidade, com muita perfeição e detalhes interessantes. A sua oficina, localizada na rua Sancho Ribas, 449 merece ser visitada. Com o projeto que a Ong Preservar está desenvolvendo junto ao prefeito Miguel Paulo, ele e outros artesãos do município, poderão ter um espaço para exposição e venda permanente de seus trabalhos, o que será, consequentemente, de grande importância para a divulgação da cultura são-franciscana.

A QUIXABEIRA

 


São Francisco tem um monumento histórico que passa desapercebido aos olhos da população, que é de se lamentar pela falta de interesse em conhecer a história do município, de seus bens culturais, materiais e imateriais. Trata-se, neste caso, da centenária Quixabeira localizada na região do cais, em um espaço ao lado da Biblioteca Pública Geraldo Ribas. As quixabeiras encontradas na beira do rio foram objetos de descrição do cientista viajante inglês Richard Burton, que por aqui passou em 1867. São Francisco era, ainda, Vila de São José das Pedras dos Angicos (Viagem de canoa de Sabará ao oceano Atlântico): “Na margem do rio e na povoação, veem-se várias quixabeiras, belas árvores, muito copadas, cujas flores aromáticas e cuja sombra perfumada atraem multidão de abelhas”. A quixabeira remanescente, por milagre salvou-se da extinção quando da construção do dique, pois das outras noticiadas por Richard Burton nem sinal restou. Ligada ao folclore, a quixabeira,  talvez esta mesma, é cenário de uma bela lenda indígena relatada no livro de Brasiliano Braz, São Francisco no Caminho da História. Muito bonita e apaixonante história que reúne figuras de índios, índias, a bela Iara e um surubim de cabelo. Faz parte do acervo cultural são-franciscano.

Em São Francisco o patrimônio histórico não é valorizado podendo, no caso, relacionar a demolição da histórica sede da União Operária, de dois sobradões famosos, do coreto; a falta de registro da “Estrada Baianeira” e tantos outros itens. Para que não se digam que são coisas de somenos importância, o que aliás é comum no trato do assunto, registra-se a iniciativa, muita oportuna e inteligente, de um prefeito da Chapada Gaúcha, que tirou proveito da história de Antônio Dó (mais que São Francisco, palco maior de sua saga) mandando construir um túmulo com a inscrição: “Aqui jaz o famoso bandoleiro Antônio Dó”. Notícia colhida pelo jornal O Barranqueiro, anos atrás, dá conta da visita da poetisa Adélia Prado passando por São Francisco, acompanhando um escritor peruano, pedindo informações de como chegar-se ao monumento de Antônio Dó. Tem repercussão sim, além-fronteiras. 

Homenageando nossa centenária e ainda tão bela Quixabeira, publicamos um belo poema da  poetisa, barranqueira de coração, Marina Naves, cantando o nosso rio e dando uma dica romântica do motivo da longevidade da nossa Quixabeira.


O RIO


As lágrimas regam a quixabeira

que ainda resiste chã, centenária,

c'oas raízes fincadas na ribanceira

de uma terra outrora viva, lendária.


O rio, ao seu lado, chora a secura

 que quando pequena fui julguei ser

 impossível, sonho ruim, loucura!

Chora o rio, eu rio longe — esquecer!


Como esquecer? Essas águas fizeram,

moldaram a minha alma. Sou seus flancos,

seus bancos de areia que fundos geram

mistérios, dores, trancos&barrancos.


Como não me lembrar da mansa luz

que o sol jorra sobre suas correntes?

Um reflexo de sonho que reluz

naquelas águas — espelhos — valentes?


Com suas cores dóceis aprendi

a amar o mundo. Seu encontro co'aurora

me ensinou, co'a força da sucuri,

a amar a vida de hoje, ontem — de outrora.


Ai! Se eu pudesse, meu sangue eu daria,

para regar teu leito fraco e triste!

O que me resta apenas, em agonia,

é chorar por ti, como quem ainda persiste

(em manter sempre viva a quixabeira).