“Deus vos salve, Casa santa/ Onde Deus fez a morada”
Desde o dia 25 de dezembro ternos de foliões percorrem os caminhos da roça e ruas da cidade visitando lapinhas para saudar o Menino Jesus, lembrando a adoração dos três Reis Magos. Affonso M. Furtado da Silva, no livro Reis Magos – História – Arte – Tradições, traz à memória: “Há cerca de dois milênios, o Evangelho de Mateus consagra, no relato do Capítulo 2, a jornada dos Magos do Oriente. Partiram de suas terras e, guiados pela luz de uma estrela resplandecente, chegaram à gruta, em Belém, na Judéia, para adorar o filho de Deus que havia nascido, ofertando-lhe régios presentes: ouro, incenso e mirra”. Esse episódio, tempos depois, veio a se constituir na essência da celebração da Epifania a primeira manifestação de Cristo aos gentios.
Séculos e séculos passados repete-se a história, ainda brilha a estrela do Oriente. A cada ano, ternos de foliões visitam lapinhas saudando o menino Jesus. Saem à noite, pois é preciso para seguir o brilho da Estrela Guia e, nas casas visitadas encontram o presépio uma lembrança do cenário onde se deu o nascimento do Menino Deus, representados neles as figuras do Menino Jesus, Maria e José, seus pais, os pastores com suas ovelhas e os três Reis Magos, que chegam no dia 6. Os foliões levando os instrumentos, muitos fabricados por eles mesmos, que imbuídos de muita devoção, reverenciam o nascimento do Menino Jesus com hinos e danças.
Uma lembrança; o primeiro presépio foi uma inspiração de São Francisco de Assis 1223, construído no meio de uma floresta.
Neste período, à chegada da Epifania, quando nossos foliões avançam noites adentro saudando as lapinhas, vêm os nomes de alguns foliões de São Francisco: Adão Barbeiro, Adão Serafim, Locha, Vicente Quiabo, Marciano, Abraãozinho, Dino do Retiro, Irmãos Corrêa, Olegário, João Raposo, Joaquim Figueiredo, Henrique Quente, Minervino, João Pomba Triste, Marciano, Nego de Venança entre tantos. Levam, com seus instrumentos musicais e vozes, nossas saudações ao Menino Jesus, lembrando, com fervor, a passagem dos Reis Magos cuja festa se comemora, em São Francisco, na igreja Santos Reis.
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