O regime das precipitações pluviométricas no município de São Francisco aponta para uma grande deficiência. Tempos idos a média era regular, ainda que muito baixa, por volta de 900mm/ano, atualmente não passa de 700mm. O que se observa nos últimos anos tem sido que as precipitações estão sendo cada vez mais baixas e, o que é pior, de forma irregular, ou seja, chove-se muito em curto espaço de tempo e depois vem a estiagem, que se prolonga. Os efeitos são observados em todo o município: dezenas de veredas, córregos e riachos encontram-se em fase de extinção. Houve, anos atrás, um trabalho bem ordenado pela Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com o apoio do Codema e do Projeto João Botelho Neto focado nas questões hídricas do município. Foi uma fase interessante na recuperação de nascentes, construção de barraginhas e tanques, e proteção de veredas. Uma pena que este esforço tenha sido interrompido com enormes prejuízos para o município. Agora, algumas iniciativas sinalizam uma mudança deste cenário, com a volta da preocupação com o sistema hídrico. Uma prova são as construções de barraginhas subterrâneas através de recursos repassados pela Plataforma Semente do Ministério Público e por iniciativas da Caritas e do pároco Nery Segala na construção de pequenas e pontuais barraginhas no distrito de Santa Izabel de Minas. Anuncia-se que o prefeito Miguel Paulo fará desdobramento das secretarias municipais, com a criação da secretaria de Recursos e Hídricos e Ações Comunitárias. É um bom sinal, pois através dela será possível retornar ao primitivo projeto Plantando Água. Com tal iniciativa é possível reter as águas pluviais para o uso imediato e para a reposição do lençol freático. Um caso, apenas como exemplo, é registrado nas fotografias desta edição: com poucas horas de chuva na cidade formam-se torrentes de água escoando pelas ruas como um riacho, que se perde por não ter sido retido. E as inundações tão comuns na região da rua Silva Jardim, que transformam áreas do centro da cidade em verdadeiros lagos causando grandes prejuízos. São águas factíveis de serem represadas. É um pouco, mas some-se isto com os anos repetidos.
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