sábado, 10 de agosto de 2024

AS CASAS – I

     

 




    São Francisco tem  razoável número de casas desabitadas e algumas  em ruínas perdidas nas brumas do tempo. A concentração maior delas fica em trechos da avenida Olegário Maciel, ruas Antero Simões, Silva Jardim e Sancho Ribas, setor mais antigo da cidade. São partes da história de São Francisco que remonta ao ano  de 1876 no registro  do cientista inglês Richardson Burton que por aqui passou em viagem de canoa: “São José de Pedras dos Angicos tem, atualmente, 95 casas e uma população de 500 almas...” – isto nas  barrancas do rio
    A casa é um símbolo da vida em sociedade, deu origem às fratrias, depois às tribos e, enfim às cidades,  elemento primordial da fixação do homem depois da vida nômade. Temos, como exemplo, a criação de Roma, segundo alguns historiadores, por Rômulo que reuniu homens construindo ao acaso algumas cabanas, aglomerado que chegou a vila e depois a cidade. Assim aconteceu com São Francisco no raiar do século XIX Em princípio um povoado criado por  Domingos do Prado e Oliveira, reunindo grupos de famílias para cumprir o desiderato de vigiar o rio São Francisco. A casa foi o marco da fixação. O povoado foi crescendo. Em 1879 transformou-se em cidade, instalando-se nela o governo transferido de São Romão, que só foi possível pelo fato de dispor  casas necessárias à implantação da Câmara Municipal e do Judiciário. A pequena cidade foi se expandindo. As primeiras ruas: Direita (a que partia à direita da Igreja), Sossego (Antero Simões, hoje), a atual Montes Claros e avenida Olegário Maciel. Um complexo habitacional formado nas proximidades da pequena igreja consagrada a São José. As casas eram  singelas, levantadas com adobe ou pau a pique; baixinhas e geminadas em determinados trechos. Por volta de 1930 e de 1940 foram sendo construídas casas mais sólidas, algumas imponentes como os solares: Oscar Caetano Gomes (hoje da família Brasiliano Braz) Sancho Ribas (hoje família Figueiredo), Joãozinho Figueiredo, Djalma Baeta (hoje família Caetano), Astolfo Caetano, Manoel Ferreira, Francisco Mendonça, Agabo Ribas, Raul Coutinho, sobradinho da avenida Montes Claros construído pelo Coronel Andrade, herói da Guerra do Paraguai, atualmente ocupado por repartição pública municipal. Quanta história guardam essas casas!     

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