sábado, 10 de agosto de 2024

AS CASAS – IV

  



   Em São Francisco algumas cidades atravessam o tempo com serventia, outras tantas estão abandonadas, em ruínas e outras demolidas para dar lugar a prédios novos. Entre a que têm serventia encontramos a casa que fica na esquina da avenida Montes Claros com Praça Januária com vista direta para a rua Direita. Não há registro  data de sua construção, informando-se que ela foi construída por dona Francelina Alexandrina Azevedo que a vendeu ao padre Nicolau Cimpoli que a reformou e ampliou segundo Brasiliano Braz (São Francisco no caminho da história). Depois ela foi vendida ao espanhol Perfecto Rajo Fortes, que nela instalou uma pensão. Em 1945 ela foi adquirida por Geraldo Ribas para a instalação da Prefeitura Municipal. Sucessivamente nela funcionaram? O Fórum, Emater, Inspetoria de Ensino, Junta de Serviço Militar e, atualmente abriga departamentos da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e o CBHSF.
    No prosseguimento da avenida Montes Claros, logo depois da primeira casa, encontra-se o Sobradinho. Não há registro da data de sua construção. Sabe-se que ele pertenceu ao Coronel Andrade, herói da Guerra do Paraguai, depois a Antônio Firmino Morais Pinto e Oscar Caetano Gomes. Nele funcionou a Prefeitura Municipal no governo de Oscar Caetano Júnior, residência do dr. Mário Célio Caetano e, por fim, tem sido ocupado por departamentos da Prefeitura Municipal.

 O EPISÓDIO TENENTE ALCIDES X ANDALÉCIO

  


Como foi narrado no capítulo anterior, para vingar a afronta contra ele cometida pelo tenente Alcides do Amaral, Andalécio Ferreira invadiu a cidade com um bando de jagunços que arrigimentara em Januária com o apoio de um fazendeiro amigo. A invasão foi frustrada pela inusitada ação do soldado Timóteo. O tenente Alcides que diante da invasão do Andalécio se pôs em fuga deixando a cadeia a descoberto, voltou com ar de herói depois que os jagunços deixaram a cidade em consequência da ação heroica do soldado Timóteo. O que fez o tenente? É o que narra, em seu diário, Sancho Ribas que viveu o episódio. “Um simples soldado do destacamento de São Francisco, salvou a cidade do saque e das depredações que com certeza viriam a fazer se fossem vitoriosos os malfeitores.  (...) O tenente Alcides, no dia seguinte,  foi avisado da debandada dos jagunços, saiu do esconderijo furioso e mau. Estava debruçado numa janela de frente, muito despreocupado, um rapazinho, o tenente o almejou e matou. Foi em seguida para o quartel e reuniu os soldados do destacamento  que estavam dispersos e deu para prender na cidade em suas casas as pessoas com as quais antipatizava. Foram presos e trazidos à sua presença sete cidadãos que nada tinham com os acontecimentos o tenente, sem nenhum interrogatório os fuzilou sem piedade. Findo este vandalismo, o Alcides telegrafou ao Chefe de Polícia em Belo Horizonte, contando a história ao seu modo. Que foi atacada a cidade, mas que ele tinha dominado todos os assaltantes e matado 12 jagunços. Na ocasião ninguém o desmentiu e ele ficou como herói recebendo promoções sucessivas até o posto de major, quando morreu em um hospital em uma mesa de operação. O soldado que foi a salvação da cidade, o Timóteo, em vez de remunerá-lo bem, mandou-o recolher-se ao batalhão sem pagamento. O soldado veio procurar-me e contou toda a história  conforme disse acima. Cente, dei-lhe 200 mil reis para a viagem e ele ficou satisfeito porque naquele tempo era um bom dinheiro. Aliás, dei pouco, e depois, pensando melhor me arrependi de não ter dado maior quantia ao verdadeiro salvador da cidade.” Como foi narrado no capítulo anterior, para vingar a afronta contra ele cometida pelo tenente Alcides do Amaral, Andalécio Ferreira invadiu a cidade com um bando de jagunços que arrigimentara em Januária com o apoio de um fazendeiro amigo. A invasão foi frustrada pela inusitada ação do soldado Timóteo. O tenente Alcides que diante da invasão do Andalécio se pôs em fuga deixando a cadeia a descoberto, voltou com ar de herói depois que os jagunços deixaram a cidade em consequência da ação heroica do soldado Timóteo. O que fez o tenente? É o que narra, em seu diário, Sancho Ribas que viveu o episódio. “Um simples soldado do destacamento de São Francisco, salvou a cidade do saque e das depredações que com certeza viriam a fazer se fossem vitoriosos os malfeitores.  (...) O tenente Alcides, no dia seguinte,  foi avisado da debandada dos jagunços, saiu do esconderijo furioso e mau. Estava debruçado numa janela de frente, muito despreocupado, um rapazinho, o tenente o almejou e matou. Foi em seguida para o quartel e reuniu os soldados do destacamento  que estavam dispersos e deu para prender na cidade em suas casas as pessoas com as quais antipatizava. Foram presos e trazidos à sua presença sete cidadãos que nada tinham com os acontecimentos o tenente, sem nenhum interrogatório os fuzilou sem piedade. Findo este vandalismo, o Alcides telegrafou ao Chefe de Polícia em Belo Horizonte, contando a história ao seu modo. Que foi atacada a cidade, mas que ele tinha dominado todos os assaltantes e matado 12 jagunços. Na ocasião ninguém o desmentiu e ele ficou como herói recebendo promoções sucessivas até o posto de major, quando morreu em um hospital em uma mesa de operação. O soldado que foi a salvação da cidade, o Timóteo, em vez de remunerá-lo bem, mandou-o recolher-se ao batalhão sem pagamento. O soldado veio procurar-me e contou toda a história  conforme disse acima. Cente, dei-lhe 200 mil reis para a viagem e ele ficou satisfeito porque naquele tempo era um bom dinheiro. Aliás, dei pouco, e depois, pensando melhor me arrependi de não ter dado maior quantia ao verdadeiro salvador da cidade.”

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