sábado, 10 de agosto de 2024

AS CASAS – II

     



    Na história de São Francisco três casas ficaram marcadas por eventos conturbados e às margens da lei: à época, as casas de Astolfo Caetano (Maria Eunícia), Oscar Caetano Gomes (Brasiliano Braz) e Sancho Ribas (Joviniano Figueiredo).
    Corria o ano de 1924, conhecido em São Francisco como o  ano do “Barulho”. Neste caso, trazemos um episódio marcante tendo como alvo as casas de Astolfo Caetano e Oscar Caetano, fato narrado por dona Maria Eunícia ao jornal O Barranqueiro: “Carolino do Amor Divino, Odorico Mesquita e José Cordeiro dominavam a política local, Antônio Ferreira Leite (Maroto) era o presidente da Câmara, Sancho Ribas, Leopoldino Nepomuceno e João Pompílio se uniram e fundaram um partido novo, indicando Oscar Caetano Gomes como candidato a prefeito. Mesquita, político de muita influência representava a outra parte. Veio a eleição e para surpresa geral ganha Oscar Caetano Gomes, o que provocou pronta reação  por parte de seus opositores, que não aceitaram o veredicto popular impedindo as sua posse Houve um levante e a cidade virou um campo de batalha. A casa onde hoje resido foi sitiada e homens armados eram postos em vigilância para defender a família de Oscar Caetano Gomes, que se homiziara na casa dele, onde hoje é a propriedade do Braz”. Neste episódio foi assassinado Raul Caetano, irmão de Oscar Caetano Gomes.
    O episódio envolvendo a casa de Sancho Ribas  foi por ele mesmo narrado: o entrevero ocorrido no ano de 1920 entre Andalécio, dito valentão da cidade, e o tenente Alcides Amaral, que resultou em atos de terror e vandalismos na cidade. Depois de sofrer terrível injúria e torturas por parte do tenente, Andalécio recorreu a um fazendeiro amigo de Januária, que o proveu  com trinta e cinco jagunços com os quais atacou a cidade, começando pela a cadeia colocando o tenente Amaral e policiais em fuga. Andalécio prometera aos jagunços o butim da invasão, especialmente a casa de Sancho Ribas, um destacando comércio, com muitas mercadorias e dinheiro. Avisado do ataque, Sancho arregimentou o pessoal que trabalhava com ele, fez uma barricada com fardos de algodão, armou todos com carabinas e farta munição. O ataque não aconteceu graças a um caso fortuito e extraordinário, que será narrado no próximo capítulo. Outra vez a casa dele esteve sob ameaça, desta vez por ocasião do Barulho, 1924, por Carolino do Amor Divino. Anotou ele: “Com esta notícia, tomei providências reunindo amigos meus em nossa casa e preparei as armas e munições para a defesa – eu tinha em casa 12 carabinas e 200 balas W.44. O ataque não ocorreu graças à chegada de um vapor ao porto trazendo a bordo o deputado federal Francisco Rocha que apaziguou  a situação”

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