sábado, 3 de fevereiro de 2018

DICOTOMIA II

O Brasil não vai encontrar o seu caminho se persistir a dicotomia esquerda e direita para modelar um sistema no sentido de conduzir o país. A história já registrou que os regimes extremos não levam a lugar nenhum e que por mais propaganda que se faça deles, no fim, sempre redundam em fracassos. Lamentavelmente as lições não são aprendidas e, se o ação, deixam de lado quando o resultado não satisfaz  interesses pessoais ou de grupos.
O Nazismo, pela extrema direita, apesar do poderia de Hitler, redundou em uma grande fracasso, uma catástrofe para a humanidade cujos reflexos, que ainda em dias atuais são sentidos e comentados.
O Comunismo implantado na Rússia, criando-se o império da União Soviética, com quase toda metade da Europa e parte da Ásia, ainda que criado à força, depois de anos de glória e decantado no meio de artistas e intelectuais, esfacelou-se, como foram esfaceladas as estátuas de Lênin e Stálin.
Do comunismo ou socialismo, de maior expressão, resta a China, que de comunismo só tem o partido, a nomenklatura, pois o modelo é do capitalismo, invadindo o mundo todo com seus produtos e, pelo que sabe, na produção desses bens, não se vê nem sinal da mais valia.
Cuba, idolatrada pelos intelectuais e artistas brasileiros – só no falar, porque na hora de passear e investir, o fazem nos EEUU ou na França – tem um regime ditatorial, o mesmo acontecendo, em escala muito pior, com a Coréia do Norte belicista e isolada do mundo.
O ambiente sempre é propício à existência da dicotomia – esquerda e direita. Uma, de um lado, sempre sonhando com “revoluções sociais” e a outra na manutenção do status quo, ou sistema que lhe é favorável. Raymond Aron, no livro O ópio dos Intelectuais, analisa o fato observando que “Assim como o conceito de esquerda, o conceito de revolução não cairá em desuso. Ele igualmente exprime uma nostalgia que vai durar enquanto as sociedades forem imperfeitas e os homens quiserem reformá-las”.
Aqui no Brasil a esquerda, há muitos anos no poder, deixou de promover a revolução sonhada, a implantação do socialismo como salvação das classes menos favorecidos, porque, infelizmente, desviou-se do caminho e caiu na malha da corrupção. No caso, o mesmo Raymon Aron observa: “Os secretários de sindicatos aceitam sem muita dificuldade uma sociedade que não lhes recusa a participação do poder e nas suas vantagens” – e ainda alimenta o sonho da revolução ameaçando o mundo da “direita”.
Isso explica muito o que aconteceu com o país em suas história recente.

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