Rio Vieira |
Dia 22 de março, data em que a ONU lançou a Declaração Universal dos Direitos da Água determinando-se que ele seria a data oficial para comemorar e realizar atividades e reflexão sobre o significado da água para a vida na Terra.
Neste mesmo dia, a ONU lançou a Declaração Universal dos Direitos da Água, que apresenta entre as principais normas:
A água faz parte do patrimônio do planeta; A água é a seiva do nosso planeta; Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados; O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos; A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores; A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo; A água não deve ser desperdiçada nem poluída, nem envenenada; A utilização da água implica respeito à lei; A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social; O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Essa Declaração foi dada no dia 22 de março de 1992. Foi um alerta. Agora, fica a pergunta? A defesa da água, a proteção dos recursos hídricos e tudo que se diz respeito a eles em relação à VIDA na terra mudou, melhorou?
Pelo noticiário do dia a dia percebemos que, pelo contrário, o homem acaba, sistematicamente, com este vital recurso que nos oferece, de graça, a natureza, o que nos leva a deduzir que não levará muitos anos ele não será mais de graça: gastar-se-á fortunas para obtê-lo e, não o conseguindo, muitos nações serão arrastadas a guerras.
Para não ir muito longe, focando o que acontece no mundo e até mesmo, reduzindo espaço, no Brasil, retenha-se em Minas Gerais, estado responsável por mais de 70% das águas do rio São Francisco. No ano passado acompanhou-se a crise hídrica ameaçando Montes Claros sujeitando a população da cidade a severo racionamento; mesma ameaça paira sobre Belo Horizonte, onde as fontes que alimentam o sistema estão sendo reduzidas e ameaçadas por interesses econômicos, como represa das Flores e nascentes da Gandarela. E, por trás de tudo, está a negligência ou interesses de governantes. O povo assiste de longe, faz pouco caso das Ongs que defendem esse direito. Depois, quando acontecer, será tarde ou complicado: veja a situação de Montes Claros: o que foi feito para restabelecer o fornecimento de água para a população em futuro próximo?
Em São Francisco centenas de mananciais estão totalmente comprometidos, muitos totalmente secos, outros tantos intermitentes, o que tem levado o governo municipal a abrir barraginhas, tanques e até perfurar poços em leitos secos de lagoa em busca de água. O que era fartura, caminha hoje para um deserto. E a população ainda dorme.
E quando tanto se espera por medidas saneadoras por parte dos governantes, vem a lei que autoriza o corte do buriti. Era só o que faltava. Primeiro o pequi, a cagaita, o baru, a fava d´anta, e quando deles nada mais resta, para satisfazer o interesse econômico (no caso de buriti disfarçado como interesse social), lá vai o buriti que no cerrado concentra-se em veredas para reservar as águas que serão, depois, distribuídas em pequenos córregos e, depois, ajuntados em mananciais que alimentarão o São Francisco.
Concluindo: veja-se a situação do rio São Francisco, morrendo à míngua. E, para mitos tudo se reduz a um fato: a falta de chuva.
ÁGUA: UM ALERTA
Sabemos que a água é um recurso essencial para a sobrevivência de todos os seres vivos. Ela atua mantendo nosso corpo hidratado, ajuda no transporte de substâncias, funciona como solvente, regula a nossa temperatura, participa de reações químicas, entre várias outras funções.
Apesar de o nosso planeta ser repleto de água, estima-se que apenas 0,77% esteja disponível para o consumo humano em lagos, rios e reservatórios subterrâneos. Vale destacar, no entanto, que essa quantidade não está distribuída igualmente por todo o território, consequentemente, existem locais onde esse recurso é considerado bastante valioso. Em virtude dessa desigualdade de distribuição, em várias regiões ocorrem verdadeiros conflitos por água.
Além da escassez de água em algumas regiões, enfrentamos ainda o problema da baixa qualidade. A poluição causada pelas atividades humanas faz com que a água esteja disponível, porém não esteja própria para o consumo. Estima-se que 20% da população mundial não tenha acesso à água limpa e, segundo a UNICEF, cerca de 1400 crianças menores que cinco anos de idade morrem todos os dias em decorrência da falta de água potável, saneamento básico e higiene.
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