segunda-feira, 25 de setembro de 2017

CAIO MARTINS, RETRATO DE UM BRASIL DE HOJE

                                                                                       VIII - Parte
Ainda passeando pela Escola Caio Martins de Esmeraldas, lá pelo idos de 1953, cinco anos depois de fundada a instituição, quando foi dado um salto para o futuro com a criação do curso Normal Regional, uma visão do coronel Almeida no sentido de atender a zona rural e, em especial, o Vale do São Francisco, com levas de professores imbuídos de um ideal: transformar o homem do campo através da criança. Buscamos, como registro pessoas que marcaram e deram vida à escola, pois o tempo é implacável no sentido de colocar no esquecimento pessoas que não se destacaram pela proeminência, pelo nome.
Já foram citados os primeiros diretores – da Escola e do Curso Normal – capitão Zohir Piedade Gavião e dona Maria Célio Santos. Lembramos dos primeiros professores, pessoas tão importantes e imorredouras na história da instituição, merecendo um relevo maior na história de Minas, como educadores.
Vamos, agora, buscar outras figuras:
Dona Targina, esposa do sargento Chico. A sua casa era o segundo lar dos alunos. Recebia-os, todos, com carinho, atenção e muitos agrados da culinária. Era uma festa, aos domingos, acompanhar, lá em sua casa, o almoço do capelão José Agusto, degustando o frango com quiabo. Inês, filha de dona Targina era aluna da primeira turma do CNR.
Dona Raimunda, pessoa miúda no físico, uma gigante na cozinha da República e do artesanato, cozinhando com amor, dedicação apuro, como se tratasse de seus filhos Virgínia (da primeira turma do CNR) e Márcio.
Sargento Penido – chefe de lar e farmacêutico da escola – Vilma, minha esposa, e muitas meninas-moças do Noroeste e Norte de Minas, conviveram com o casal, como filhas, pois era essa a filosofia da Escola.
Geraldo Ribeiro (Barraco) – chefe de lar – pedreiro e exímio violonista, que nos brindava com gostosas valsas. Geraldo Ribeiro Filho, o Nenê, ex-diretor do Núcleo Colonial do Carinhanha e Centro Educacional de Januária, é filho dele.
Zé Fininho e dona Mundica, chefes do lar, criaturas cheias de amor e carinho para com as crianças aos seus cuidados. Mestre Juventino que formou a primeira banda de música da escola (foto); Manoel Araújo, professor de práticas agrícolas que os alunos chamavam de Manoel Agrônomo – fora da sala de aula incentiva o esporte, principalmente o vôlei (foto); ele era um dos destaques do time amador da Escola, o Santa Tereza (mais tarde casou-se com Anésia, aluna da primeira turma). Sargento Barroso, esposo de dona Maria, uma voz de destaque no coro Orfeônico Catulo da Paixão Cearense; seu Geraldo e dona Geralda (tecelã). Cabo Xisto encarregado da Pedreira; Isaias e Osvaldo, motoristas dos caminhões. Sargento Navarro e dona Orminda – ele motorista dos carros leves, ela costureira. Sargento Enedino, chefe de lar da fazendinha Paulista, um bucólico lugar, com imenso coqueiral (macaúba); professor Alfredo Pinto, chefe de lar da fazenda Vista Alegre, nas barrancas do rio Paraopeba. Sargento Lara, Mirim (motorista do coronel) e outros tantos que minha memória não conseguiu alcançar, passados que são tantos os anos e pela imensa falha que temos com a nossa história – um exemplo é São Francisco.

Foto e Texto: João Naves de Melo

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