O Governo Federal anunciou a nova hidrovia do Rio São Francisco com a extensão de 1.371 quilômetros navegáveis interligando Pirapora a Juazeiro, Bahia (BA), e Petrolina, Pernambuco (PE). O propósito desta hidrovia é o de permitir o transporte de cargas do Centro-Sul ao Nordeste de forma mais econômica e sustentável. Interessante é a projeção de que já no primeiro ano será retomada a navegação comercial, a movimentação de cargas pelo Rio São Francisco alcance 5 milhões de toneladas.
“A Nova Hidrovia do São Francisco representa mais um avanço para a logística nacional, integrando regiões e promovendo um transporte mais limpo, eficiente e competitivo”, destacou o secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).
O barranqueiro contempla o projeto olhando o passado – primeiro, historicamente, promovendo a integração nacional, NORTE-SUL; depois a implantação de fazendas levando-se à criação de vilas e cidade. Canoas, depois barcaças singravam suas águas estabelecendo-se o comércio norte-sul, quando as águas do São Francisco eram singradas por vapores e rebocadores promovendo o transporte de passageiros e cargas. O tempo foi passando, as águas do cerrado minguando, afluentes secando e o rio, gradativamente, tomado por aluviões de arenitos, os enormes bancos de areia.
Vem, agora, o projeto da hidrovia. Importante e necessário sobre vários aspectos aliviando-se o transporte rodoviário, que é caro e exige constantes obras de conservação de rodovias. Fica, porém, uma pergunta, com os olhos no lençol d´água que se espelha aos olhos do ribeirinho, com a visão dos enormes bancos de areia (veja-se na foto acima como foi a dificuldade de abrir um estreito canal para passagem da lancha de travessia do rio aqui em São Francisco, À medida que a draga retirava areia as águas do rio a repunha lenta em continuamente. Imagine-se isso numa extensão de 648 km, referente à terceira etapa da obra conectando Bom Jesus da Lapa e Cariacá a Pirapora)
Outro fator preocupante que não foi ventilado no anúncio, pelo menos por enquanto: como fica a reposição das águas no São Francisco se todos os seus afluentes (pelo menos no Alto Médio São Francisco) estão comprometido em sua maioria. Nenhuma ação foi anunciada para recuperar as nascentes e proteger os afluentes. Sem eles não haverá o rio e, consequentemente, a hidrovia.
Em tempo: em São Francisco há uma batalha para recuperar veredas com construções de barragens subterrâneas que envolve projeto de Ongs e recursos da plataforma Semente do Ministério Público. Na extensão do problema é um quase nada, seria como o beija-flor tentando apagar um incêndio na mata. Fez a parte dele. E o governo, como fica no caso?
DETALHE NESTA SEMANA: Uma lancha da travessia do rio encalhada no canal tendo que ser rebocada. E acontece ainda no mês de junho.
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