sábado, 14 de junho de 2025

Festas Juninas: ANTO ANTÔNIO E SÃO JOÃO


  São Francisco para no mês de junho. São treze dias dedicados a Santo Antônio com  trezena, novenas, missas, barraquinhas e shows artísticos no bairro do mesmo nome. Ao mesmo tempo, acompanha-se a saída de romeiros para a festa de Santo Antônio de Serra das Araras, tradicional. Depois de Santo Antônio vem São João, a festa mais tradicional de São Francisco. Não adianta insistir, no dia 24 de junho a cidade fica deserta. Um dia antes, o povo vai para as roças ou se recolhe em suas casas para comemorar o santo à moda antiga – fogueira, canjica, quentão, quitandas e danças debaixo de toldo de bandeirolas coloridas. Não é feriado decretado, mas a cidade para por completo, funcionando apenas alguns estabelecimentos oficiais e, assim mesmo, em meio turno. 

São João é festejado com muita alegria, danças, músicas e farta guloseimas. São João dorme no dia que lhe é dedi­cado. Se ele estiver acordado, vendo o clarão da fogueira em sua honra ele não resistirá e descerá do céu à terra. Para acompanhar a oblação, e o mundo acabará em fogo.

Se São João soubesse/ Quando era o seu dia/ Descia do céu à terra/ Com prazer e alegria./ Minha mãe, quando é meu dia?/ - Meu filho, já se passou./ - Numa festa tão bonita/ Minha mãe não me acordou!/ Acorda, João!/ Acorda, João!/ João está dormindo,/ Não acorda não.

A festa de São João, em tempos idos, quando São Francisco as famílias se reuniam no passar da noite de 23 para 24 de junho. Fogueiras iluminavam suas ruas poeirentas – eram tantas e tantas que pareciam um imenso luzeiro. No abrandar da fogueira, vinham as cerimônias tão afetivas e que tanto respeito guardavam: batizados e compadrios. Os compadres, ou comadres, davam as mãos, um de cada lado da fogueira. Depois, de mãos dadas, saltavam a fogueira rezando:  “São João dormiu/ São Pedro acordou/ Vamos fazer compadres/ Foi São João que mandou”. E eram compadres para sempre, com todo respeito e dig­nidade. 

A cerimônia para se fazer afilhado tinha o mesmo ritual. A oração diferia, no entanto: o padrinho tomava a mão do afi­lhado e, com ele dava três voltas em redor da fogueira, repe­tindo a oração: “Eu juro, por Santo Antônio, São Pedro e São João que fulano é meu afilhado”. O afilhado repetia: “Eu juro, por Santo Antônio, São Pedro e São João que fulano é meu padrinho”. Terminada a cerimônia, o afilhado beijava a mão do padri­nho e pedia a bênção, atitude que seria repetida pela vida afora, com todo respeito e devoção.

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