sábado, 14 de junho de 2025

CAIO MARTINS: TIRO DE MISERICÓRDIA – I

 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, 

e tempo de arrancar o que se plantou - Eclesiastes 3:2




O governador Zema encontra-se diante de uma situação crítica: a enorme dívida do Estado com a União, rolada desde 1988, coisa de R$ 165 bi, o que o levou a encaminhar projeto de lei à Assembleia Legislativa pedindo autorização para transferir bens imóveis à União ou os leiloar. No caso estão relacionados equipamentos públicos como Cidade Administrativa, hospital Risoleta Neves, Palácio das Artes, escolas, fóruns, unidades da CEASA e outros. No rol, constam prédios e fazendas da Fundação Educacional Caio Martins. Uma análise à parte é oportuna quanto às Escolas Caio Martins ressaltando o grande serviço que ela prestou ao Estado e à Nação, e pelo imenso universo de caiomartinianos em todo o País, resumindo o histórico delas que teve a sua existência em face de chamados do Estado. É preciso fazer um registro, ainda, pois elas estão a um passo de passar à História em face do estado em que se encontram atualmente.

As Escolas Caio Martins nasceram em circunstância especial para atender a situações sociais e econômicas do Estado, o que será focalizado em capítulos abordando cada unidade delas atendendo, em todas as ocasiões ao chamado do governo do Estado e prestando grandes serviços às comunidades onde foram implantadas.

A criação da Escola Caio Martins foi em decorrência de sérios problemas sociais em todo o Estado de Minas Gerais. Tão grave era a situação que o governador Milton Campos chegou a cogitar a constituição de uma Cruzada de Fé e Coragem para amparar às crianças desvalidas, cogitando-se a construção de escolas-creches em Belo Horizonte para assisti-las e aos menos afortunados. O governador chegou a convocar celebridades no campo da educação e serviço social para encontrar uma solução que atendesse à sua preocupação. Ao mesmo tempo ocorria um fato no âmbito da Polícia Militar: desativar um campo de remonta (criação de cavalos) no município de Esmeraldas. O então major Manoel José de Almeida foi enviado pelo comandante geral da PMMG, Cel. José Vargas para inspecionar aquele campo e sugerir outro meio de seu aproveitamento. Iluminado, Manoel Almeida, vislumbrou que naquele campo poderia ser resolvido o problema social que afligia o governador e, assim, levou ao coronel Vargas, a proposta de implantar uma escola nele para acolher crianças desvalidas da Capital. Entusiasmado com a ideia o comandante a levou ao Secretário de Estado, Pedro Aleixo, que a aprovou e encaminhou ao governador. A proposta foi acolhida de imediato solicitando ao major Manoel Almeida a apresentação de um plano para resolver a questão visando abrigar crianças desvalidas. Não foi fácil ao major Manoel Almeida elaborá-lo. Inspirado ele aceitou a missão e elaborou o plano em tempo recorde apresentando-o ao governador, que o aprovou e assim, em 16 de janeiro de 1948, foi criada a Granja Escola Caio Martins, que logo se estenderia ao Norte de Minas

Foi, literalmente, resolvido o problema social que enfrentava o Governador Milton Campos. Foi o primeiro passo.

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