sábado, 13 de setembro de 2025

ANTÔNIO DÓ E O SERTÃO

 


O fotógrafo Flávio Souza Cruz conhecendo o sertão de Guimarães Rosa na sua passagem por São Francisco e Januária, tomou tento da história de Antônio Dó, que partindo de São Francisco agitou o Norte, o Noroeste e municípios de Goiás e Bahia nos princípios do século XX. Durante muitos anos ele combateu e foi combatido por forças milicianas; tinha a guarida de grandes fazendeiros e outros ele assombrava com seu bando. Na tentativa de extinguir o seu bando o governo do Estado formou dezenas de forças de milicianos levando-se a entreveros e mais entreveros com mortes de parte a parte e nunca Antônio Dó foi vencido. Velho, sucumbiu-se a golpes de mão de pilão perpetrado, à traição por um de seus capangas. 

Saul Martins, Manoel Ambrósio, Brasiliano Braz e Petrônio Braz escreveram sobre a saga do bandoleiro, retratando a sua triste e terrível trajetória. Recentemente foi noticiada a filmagem sobre ele baseada no livro de Petrônio Braz, Serrano de Pilão Arcado. Ficou nisso.

A saga de Antônio Dó aproxima-se à de Lampião, mas não a repercussão, observou o fotógrafo Flávio Souza Cruz, que aventou destacar a figura de Antônio Dó como um vulto da história de São Francisco e região, especialmente Januária e Chapada Gaúcha, que teria reflexos no turismo desses municípios.

Não se levaria em primeiro plano a pecha de um bandido, mas a uma reflexão sobre o que fez dele um contra a lei, concluindo-se que, em tais circunstâncias muito ocorreu e ocorre no mundo, inclusive no Brasil. Diz Saul Martins no seu livro Antônio Dó: “Antônio Dó era um revoltado contra o mandonismo coronelesco do sertão e perigoso adversário da política dominante, na época, em São Francisco e Januária. Dizem que ele era honrado e bom e virou mau e ficou desonesto, transformado pela funesta administração da justiça, precisamente a parte que tinha o dever de realiza-la”, Brasiliano Braz escreveu (Nos caminhos da História de São Francisco): “A questão de Antônio Dó era uma bomba de retardamento que viria (...)A situação era de extrema gravidade, eis que agora sobejavam razões para a revolta do destemido sertanejo. O roubo de todo o seu rebanho e o assassinato de seu irmão foram crimes que sensibilizaram a opinião pública. Ficaram impunes e o cálice da amargura transbordou. Eram frequentes as notícias de aliciamento de jagunços”.

A história de Antônio Dó se traduz numa antítese no sertão: ele era amado e odiado.

O assunto merece a atenção da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

FOTOGRAFIAS QUE CONTAM HISTÓRIA

 


A paixão pela fotografia não tem hora nem lugar. Ela pode ficar contida por um longo tempo, hibernando na alma, até que um dia acorda, forte e saltitante, correndo sem freios rumo ao coração. E quando lá se instala, passa a ocupar um espaço fundamental na vida de quem a acolhe. Aconteceu com muita gente, em momentos diferentes e seguindo por caminhos distintos. Com o mineiro Flávio Souza Cruz, ela surgiu com poderosa força em 2008, em meio a uma longa viagem à Europa. Perto de completar 40 anos na época, com uma carreira consolidada no meio acadêmico como professor universitário em Belo Horizonte (MG), viu sua vida mudar quando retornou ao Brasil. Queria viver de fotografia, respirar fotografia, dedicar-se com afinco a uma paixão que o dominava totalmente. Tornou-se fotógrafo profissional em 2010 e, passados 14 anos, hoje está focado em um projeto documental intitulado Sagrado Sertão de Dentro, inspirado na obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Você vai conhecer um pouco desse belo trabalho nesta edição, assim como a trajetória de Flávio Souza Cruz, que certamente será inspiradora para muitos. Boa leitura.  Sérgio Branco, diretor de redação da revista Fotografe.

Apresentando o fotógrafo Flávio Souza Cruz, registramos sua passagem por São Francisco na “Rota do Grande Sertão:Veredas” tendo percorrido 30 viagens quando aportou em São Francisco, nesta semana. Aventurou-se pelos caminhos descritos por Guimarães Rosa em sua grande obra, mergulhando na geografia e na metafísica, procurando registrar através da fotografia a cultura, o modo de vida, a beleza, os mistérios e tudo que envolve a alma do sertanejo. Na visão de suas fotografias sente-se, como vivas as pessoas retratadas colocadas, com realidade em seu ambiente de vida. 

O secretário João Hebber foi sensível ao receber Flávio destacando a historiadora Gesilda Paraizo e o músico Sérgio Ricardo para apresentar as riquezas de São Francisco para ele e isso possibilitou seu contato com muitos tipos da terra – pescadores, artesãos e quilombolas, retratando-os com arte, maestria e profunda sensibilidade. Encontrou-se com Guilherme Barbosa num giro fotográfico e visitou a redação do Portal Veredas onde, em prazerosa e muito proveitosa conversa mostrou parte de sua bela e importante obra, em fase de conclusão: Sagrado Sertão Veredas. 

As fotografias de Flávio Souza Cruz repercutem histórias. Além da plasticidade, que é de grande destaque em P&B, elas têm traços da sensibilidade do fotógrafo com o sertão, o sagrado sertão com a essência das coisas, Deus, o tempo e o espaço.

ECOS DE UM GRANDE DESFILE

 


Francine Nobre, sua equipe, diretores de estabelecimentos de ensino, professores e servidores  que se empenharam na realização desfile cívico de 7 de Setembro em São Francisco merecem muitos aplausos e reconhecimento da população são-franciscana  pela realização do evento. São Francisco viveu uma tarde/noite de intenso fervor cívico, despertando o patriotismo e o amor à Pátria no seio de crianças e jovens, o que vêm caindo no esquecimento ou, propositalmente, excluídos da vida dos brasileiros. Todas as escolas tiveram uma participação elogiável pelo garbo, pela alegria e pela apresentação de pelotões caracterizados conforme a época com detalhes que remetiam o público aos tempos idos, aos primeiros tempos do Brasil. 

Meio a tanto cuidado, no sentido tradicional, destacaram-se os Desbravadores e a EM Cívico Militar José D´Ávila Pinto na cadência remetendo-se às apresentações dos meninos da Escola Caio Martins e do GEDAM. Empenho que chamou muita atenção foi o formidável aparato do complexo da FADENORTE, que assumiu o desfile com entusiasmo, com dever cívico 

Foram três horas de muita expressão cívica, muita beleza plástica, entusiasmo e ordem de um desfile que prendeu um grande público ao longo da avenida Presidente Juscelino e Praça Centenário do início ao final. 

DESFILE DE SETE DE SETEMBRO

 


A secretaria municipal de Educação levou ao público são-franciscano um desfile cívico em comemoração à Independência do Brasil com a participação entusiasmada e muito bem organizada de estabelecimentos de ensino da rede municipal com a participação de estabelecimentos das redes estadual e particular. Com a tolerância de apenas 30 minutos foi dado início ao desfile com a composição do palanque oficial ocupado pelo prefeito Miguel Paulo, do vice-prefeito Raul Pereira, presidente da Câmara, Daniel Rocha, secretários municipais (Francine Nobre da Educação, João Hebber, da Cultura, José Botelho Neto, da Agricultura, Conceir Damião, do Meio Ambiente, Júnior Marruaz da Infraestrutura e Edilei dos Recursos Hídricos, Ten-PM Rener, vereadores e presidentes de Conselhos Municipais. O prefeito Miguel Paulo, em rápidas palavras abriu o evento destacando a importância e significado da data saudando os são-franciscanos como participantes do desfile como assistentes. O secretário João Hebber, brilhantemente, cantou o Hino Nacional e, com sua filha Jaine, o hino à cidade de São Francisco.

O tema do desfile foi muito interessante trazendo ao público diversas fases da história do Brasil desde o descobrimento, Com uma locução firme o apresentador foi chamando os participantes, conforme a era que representavam, assim formada. Abertura: Desbravadores: Período Colonial de 1500 a 1530: CEMEI Monteiro Lobato, CEMEI Raio do Sol, CEMEI nossa Senhora Aparecida, CEMEI Pedacinho do Céu e Infantil da EM Bom Menino. Com muito garbo, bem estilizadas e com muita graça, as crianças passaram pela a avenida. Período Colonial 1530 a 1822 – EM do Bom Menino, Fundamental I, EM Paulo Freire e EM São Judas Tadeu. Período Imperial  1822 a 1889 e período Republicano 1889-1930: EM do Bom Menino, fundamental II, EM Cívico Militar José D´Ávila Pinto e Colégio Pentágono. Período contemporâneo, final do século XVII aos dias atuais: Colégio Plano, Colégio Plano Kids, Colégio Plano – cursos técnicos- Colégio Fadenorte, Faculdade Fadenorte, UNIMONTES e EE Mestre Hercília.

sábado, 6 de setembro de 2025

AGENDA

 CODEMA – diretores do Codema reuniram-se com o prefeito Miguel Paulo e secretário de Meio Ambiente, Conceir, nesta semana, visando ultimar as providências no sentido de implantar a política de combate à poluição sonora de acordo com as legislações do Estado e do Município. Em primeiro momento decidiu-se convocar todos os operadores de veículos de comunicação volante que atuam na cidade – bicicletas, motos de carros dando-lhes conhecimentos das normas estabelecidas, para que obtenham licença especial para operar a atividade.


PATRIMÔNIO CULTURAL – Na quinta-feira desta semana reuniu-se o conselho do Patrimônio Cultural para capacitação dos conselheiros recentemente empossados visando o desempenhos deles nas funções do Conselho como organismo consultivo e deliberativo da administração municipal. Muitos esclarecimentos foram prestados e questões levantadas a respeito do patrimônio histórico de São Francisco.

A historiadora Gesilda Paraizo e a arquiteta Daniela Spina, da Secretaria de Cultura, discorreram sobre a relevância e as finalidades do Conselho concitando cada conselheiro a exercer, com todo empenho e perseverança, a sua função. De imediato, ficou agendado nova reunião para a próxima semana a fim de examinar e deliberar sobre diversos processos de licenças na área do patrimônio histórico.


SÃO ROMÃO – O Portal Veredas recebeu uma mensagem do procurador Jarbas Soares Jr. dando a auspiciosa notícia da construção de uma ponte sobre o rio São Francisco em São Romão. Diz a mensagem: “São Romão recebe os estudos sobre a ponte . Depois do início da obras em São Francisco e a licitação da ponte em Manga, a 3ª ponte sobre o Rio São Francisco, prevista no acordo de Brumadinho costurado pelo Poder Executivo, MP e Defensoria, começa a dar sinais de vida . Os órgãos do @governomg estão em campo fazendo as sondagens necessárias no local da futura ponte em São Romão . E a dor da tragédia vai transformando regiões e trazendo esperanças vida nova para a população sofrida com a constante seca e escassez.”

INDEPENDÊNCIA DEPENDENTE

 “Em teu seio, ó Liberdade,

Desafia o nosso peito a própria morte!”


Sete de Setembro é uma data histórica para o Brasil, mas pouco representando para muitos brasileiros. A data representa mais que o desligamento da colônia do jugo português. Representa a história de uma nação que se formava querendo ser parte do concerto das nações que floresciam e das já consagradas no mundo. Foi a conquista da soberania e a formação de um país independente, podendo tomar decisões políticas, econômicas e sociais. Tal desiderato, porquanto idealizado pelos construtores da nova noção, não foi fácil, exigia uma transformação social profunda que à época, mantida era a escravidão e a desigualdade que contrastava com outras independências da América Latina. Um tento positivo e cantado: conseguiu-se com um grito sem derramamento de sangue.

O Brasil seguiu o seu rumo. Lá se vão 143 anos dos laços rompidos, de colônia a uma jovem nação. Anos atravessados com grandes conquistas, grandes nomes se pontificando em todos campos – da política às ciências, da literatura à música, do labor ao esporte e no campo da produção de alimentos. Uma nação iluminada, cantada como Terra de Santa Cruz, porque abençoada, desde a sua descoberta ao avanço de sua história. O mundo, em todos rumos da Rosa dos Ventos, foram conhecendo uma Terra, que se mostrava com um futuro grandioso. Não falta muito, considerando a sua grande riqueza natural, das mais fantásticas e ricas da Terra; de sua gente de raça mesclada, um tipo novo, viril, incomum. O Brasil ganhou o mundo tremulando o pendão verde-amarelo.

Passaram-se os anos. E hoje? Ainda somos uma grande nação, porém desconhecida e pouco amada por seus filhos. Os descaminhos levando à falsas veredas que comprometem o futuro da nação, a uma política sem compromisso com a verdade, com a virtude, mas apenas agindo, em grande parte, em interesse próprio. E assim, a nação vai se distanciado do seu grito de independência, porque se detém no tempo e se vê fragmentada a sociedade. Muitas ameaças turvam o céu pátrio e tornam sombrias as expectativas de seu futuro. Ora, que se guarde um fanal expresso no Hino da Independência: “Brava gente brasileira/ Longe vá, temor servil/Ou ficar a Pátria livre/ Ou morrer pelo Brasil”.

Ruflem os tambores, alteiam-se a vozes e viva o Brasil!

TRAVESSIA UMA ANÁLISE DA AUDIÊNCIA

 


O questionamento às duas empresas foi feito apenas pelos vereadores Arlen Kexedé e vereadora Gessica e por  Ana Rodrigues e Altamir. Levantaram problemas que são muito graves, sérios e de difícil solução para contemplar ou satisfazer todos. Naturalmente faltou uma manifestação maior e mais contundente por parte dos usuários, levando seus problemas e oferecendo soluções. Contudo, a iniciativa primária teve seu mérito, pois mostrou os dois lados do problema e a origem de tantos conflitos. O vereador Arlen e a vereador Gessica representaram a fala dos usuários com informações prestadas por Ana e Altamir. Por outro lado, os empresários demonstraram suas razões.  Alguns pontos de conflito foram resolvidos, em parte, como a rapidez de embarque e partida das lanchas; o embarque de caminhões com combustíveis, com a sugestão de fixar os horários embarque exclusivo. Entra aqui a Câmara Municipal visando legalizar a medida como força de lei. O caso das exclusividades merece, de fato, uma análise mais apurada, pois a benesse pode ser razoável, mas a conta quem paga é o empresário. É preciso ter um critério mais apurado com identificação legal das prioridades. Caso sério e que sempre foi preocupante é o dos banheiros públicos. É assunto para a Câmara debater com o prefeito municipal, pois é muito sério considerando o imenso constrangimento de mulheres sem um local com privacidade no caso das necessidades fisiológicas – os homens se valem do mato. Mais fácil, porém da mesma importância, é o controle da poeira no porto e nas vias de acesso com o uso de irrigação com caminhão pipa.

A audiência teve sua importância. Demonstrou a preocupação da Câmara Municipal e o espírito cooperativo dos empresários. Esqueceram-se, contudo, para dar termos ao maior dos problemas, de convidar São Pedro convencendo-O a abrir as portas do céu para que caia abundante chuva. E que haja esforço comum, de governantes e comunidade, para socorrer o São Francisco, a cada ano mais assoreado e carente de água.