Concluindo a passagem pela praça Centenário (antes Largo Santo Antônio, XV de Novembro e Oscar Caetano Gomes) fica o registro da casa da família Botelho (hoje anexo Secretaria Municipal de Educação), que nos idos da década de 1960 chamava a atenção dos passantes pelas rosas de dona Emília Botelho no jardim. Casa da família Ribas, onde atualmente reside a professora Terezinha Ribas. Na década de 1960 funcionava numa parte dela o Cafezinho de dona Luzia Ribas, banca de revistas e ponto de embarque e desembarque da jardineira, e ainda a Casa São José, dos irmãos Ribas.
Vencendo o tempo vamos encontrar o prédio do antigo Cine Canoas, que hoje não passa de um mausoléu (não é o desmerecendo, pelo contrário, pois um mausoléu é uma tumba grandiosa e imponente, geralmente construída para uma figura importante), que guarda sonhos e alegrias de uma geração. A sua construção foi uma iniciativa da Associação dos Amigos de São Francisco (também coisa do passado), que tinha na presidência o saudoso Sebastião Jarbas Soares, pai do procurador-geral do Estado Jarbas Soares Jr. O projeto arquitetônico do dr. Heráclito Cunha Ortiga, que sofreu modificações para adequação do preço da construção (e ficou pior). A iniciativa remonta ao princípio do ano de 1965 com a venda de 40 cotas no valor de Cr$ 200,00, cada – R$ 2.940.000 hoje em dia, possibilitando a assinatura de contrato com Mário Ribeiro, empresário montesclarence, com o objetivo de concluir e equipar o prédio como cinema – aparelhos e poltronas. Surgiu um pequeno entrave devido o atraso no pagamento das cotas, o que foi solucionado graças ao trabalho do advogado Oscar Caetano Júnior. Valeu o esforço, pois no dia 5 de novembro de 1965, no dia da comemoração do 88º aniversário de São Francisco, o prédio foi inaugurado. Reportagem do SF– O Jornal de São Francisco fez o seguinte registro. “A população da cidade esperava por este momento, não apenas os aficionados pela arte que projetou no mundo da fama nomes como o de Clark Glabe, Elizabeth Taylor, e outros, pois o cinema é arte e arte é civilização; isto representa a importância do grande acontecimento. O cinema é instrumento positivo de elevação, educação e melhoramento; é hoje um dos mais importantes meios de expressão do nosso tempo”.
Durante muitos anos o Canoas foi o ponto de encontro de crianças, jovens e adultos, pois além das exibições cinamotográficas ele servia para realização de shows de famosas bandas, que visitavam a cidade e para a realização de programas de auditórios comandados pelo empresário Helvéio Mendes, o que marcou época.
Tudo tem seu tempo. Atualmente pouca gente vai ao cinema, pois pela televisão ou celular tem-se tudo em casa. Contudo, há tantas outras e importantes atividades que poderiam ser levados ao cine Canoas em prol da sociedade. O desprezo de administrações do município em relação àquele importante prédio público (público porque a AASF foi extinta e ele retornou ao patrimônio do município) merece melhor atenção pelo que representa como patrimônio cultural e por seu passado histórico. Não como se encontra em reuínas numa área nobre da cidade, uma situação que depõe contra a administração municipal.
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