EFEITOS DA SECA

Moradores do meio rural estão assustados com o devastador efeito da seca que se prolonga no município por seis anos. Antes os efeitos danosos eram sanados com as chuvas, ainda que poucas. Contudo, nunca foram resolvidos os problemas hídricos, pois a cada ano foi sendo contabilizado a morte de vários cursos d´água, alguns muito importantes, e o comprometimento de mananciais históricos como o Acari e o Pardo.

O problema do Acari foi abordado na edição passada do PortalVEREDAS focando o trabalho do Parlamento Jovem da EE Primavera do distrito do Acari, Pintópolis. De fato, os moradores daquele distrito estão alarmados, pois a cada ano têm menos água e, agora, aponta-se o drama do Acari que resta como um fiapo de água que sequer chega ao rio São Francisco, interrompendo-se antes, em um trecho de mais de 6 quilômetros.

Lajes e Marimba interromperam o curso, neste ano.

CONFLITO

O rio Pardo está, também, seriamente comprometido – pela falta de água e pelo bombeamento de grande volume para irrigação de projetos de pimenta e pepino no município de Januária. O fato já foi denunciado por moradores da região do município de São Francisco, endereçado requerimento de providências ao Igam, e nada.

Com a extensão do período de seca, sem chuva, o Pardo fica mais comprometido e o bombeamento de suas águas para agricultura leva um risco muito sério aos moradores da região que pedem socorro. Recentemente foi promovido um encontro para debater o problema e o resultado foi desastroso, segundo o vereador Alemão, que está muito preocupado com a situação dos agricultores e moradores das barrancas do Pardo. Disse ele que, o final da reunião, acabou em tiros com ferimento de pessoas.

QUEIMADAS

Fogo acidental, fogo criminoso ou irresponsável, está causando grandes prejuízos em APPs no município. Na semana passada um incêndio devastou imensa área no entorno da Lagoa e Vereda da Prata, consumiu quase  toda vegetação rasteira da mata ciliar da lagoa, sapecando as árvores maiores; destruiu por completo a vegetação e húmus do entorno da lagoa. Os brigadistas (moradores da região) que lutaram para apagar o fogo, no outro dia, contabilizaram a morte de aves, sucuris, jacarés, em grande escala. O desastre só não foi maior porque choveu na noite de 31 de novembro para 1º de novembro, quando os brigadistas já haviam desistido do intento de debelar o fogo.

O CERRADO MORRE

Foto: PortalVEREDAS

Tem um ditado na região, para definir quando uma situação está ruim, mas pode ficar pior, que diz: “em cima de queda coice”. Pois é, moradores do meio rural estão alarmados, assustados com o que está acontecendo no cerrado, coisa nunca vista antes: as árvores estão morrendo, morrendo como se fossem pulverizadas por produto químico. Umas soltam as casas, outrasdesfolhadas secam, outras tombam-se como cortadas a machado. Em elevada o número de pés de pequi que estão morrendo, secando.

Do fundo da preocupação de um ruralista vem uma terrível lembrança, lembrança de um vaticínio: “o cerrado vai virar deserto”.