XIII - Parte
ESCOLA DE BURITIZEIRO
Depois de implantada a escola Caio Martins no município de Esmeraldas, Manoel Almeida voltou os olhos para o sofrido vale do São Francisco que ele, como barranqueiro, tão bem conhecia suas necessidades principalmente no campo social e, neste enfoco, a educação.
Em 1952 a Caio Martins chegava à cidade de Pirapora instalando-se em terreno localizado à margem do rio São Francisco, bem próximo da corredeira, que muitos chamavam de cachoeira de Pirapora, numa antiga vila de pescadores – Buritizeiro. Mais uma emocionante página na história das escolas Caio Martins, que nasceram predestinadas a servir à Pátria. Assim foi em todas as ocasiões em que foram chamadas pelos governos para socorrê-los em situações embaraçosas, livrando-os de problemas políticos complicados, com reflexos na mídia. Com Buritizeiro não foi diferente. Em tempos mais distantes lá funcionava, em um belo prédio, com dois pavimentos cuja estrutura despertava atenção à distância, lá do outro lado do rio, em Pirapora, por sua imponência, uma escola de Aprendiz de Marinha. Desativado o curso da Marinha, passou ao governo do estado que ali instalou um curso de agricultura, que também foi desativado, por falta de recursos e outras condições, no governo de Milton Campos. A crítica pelo fechamento de uma escola foi grande, principalmente no meio político e na imprensa. O governador, então, valeu-se de Manoel Almeida e sua experiência na escola Caio Martins de Esmeraldas, que ainda engatinhava. Manoel Almeida não fugiu ao chamado, como bom patriota e, viu uma oportunidade de estender os ideais caiomartinianos a outras plagas. Assim, escolheu oito jovens entre os 18 do Paiol (primeiros alunos de Esmeraldas) e, compôs a Bandeira de Pirapora, e lá foram eles para mais uma grande aventura. Cada um dos jovens levava uma profissão e foi o que lhes valeu para reformar o velho casarão, que lhes serviria de lar e para implantar as primeiras oficinas e prestar os primeiros socorros no campo da saúde para moradores da vila. Começava a Escola Caio Martins a “caminhar com as próprias pernas”, lembrando seu patrono.
Em pouco tempo a escola ganhou vida, as oficinas começaram a funcionar e logo vieram as atividades sociais e artísticas envolvendo moradores da vila. Pescadores iam à escola para ver seus filhos cantando em festas da escola. Repetia-se a “síntese social”, urdida por Manoel Almeida em Esmeraldas – escolas e comunidade, um só corpo, um só caminho.
Para estender suas atividades ao campo, sobretudo para preparar seus jovens nas atividades agropecuárias, o governo adquiriu quatro fazendas – Varginha, Santa Edwiges, Coatis e São Félix e, nelas, casais abnegados se instalaram como chefes de lares recebendo as primeiras levas de alunos. Dessas fazendas saiam madeira para alimentar a grande serraria e marcenaria da Escola, uma das maiores da região naquele tempo. E mais: cereais e frutas para alimentação dos alunos.
Realizava-se na emergente escola, o que pregava Manoel Almeida, como um dos pressupostos da obra: implantar programas “adequados às necessidades de nossas crianças e do meio que atuam”.
No próximo capítulo vou registrar como participei, num certo período, da vida do Buritizeiro e lembrar dos grandes amigos que ali encontrei.
João Naves de Melo
Depois de implantada a escola Caio Martins no município de Esmeraldas, Manoel Almeida voltou os olhos para o sofrido vale do São Francisco que ele, como barranqueiro, tão bem conhecia suas necessidades principalmente no campo social e, neste enfoco, a educação.
Em 1952 a Caio Martins chegava à cidade de Pirapora instalando-se em terreno localizado à margem do rio São Francisco, bem próximo da corredeira, que muitos chamavam de cachoeira de Pirapora, numa antiga vila de pescadores – Buritizeiro. Mais uma emocionante página na história das escolas Caio Martins, que nasceram predestinadas a servir à Pátria. Assim foi em todas as ocasiões em que foram chamadas pelos governos para socorrê-los em situações embaraçosas, livrando-os de problemas políticos complicados, com reflexos na mídia. Com Buritizeiro não foi diferente. Em tempos mais distantes lá funcionava, em um belo prédio, com dois pavimentos cuja estrutura despertava atenção à distância, lá do outro lado do rio, em Pirapora, por sua imponência, uma escola de Aprendiz de Marinha. Desativado o curso da Marinha, passou ao governo do estado que ali instalou um curso de agricultura, que também foi desativado, por falta de recursos e outras condições, no governo de Milton Campos. A crítica pelo fechamento de uma escola foi grande, principalmente no meio político e na imprensa. O governador, então, valeu-se de Manoel Almeida e sua experiência na escola Caio Martins de Esmeraldas, que ainda engatinhava. Manoel Almeida não fugiu ao chamado, como bom patriota e, viu uma oportunidade de estender os ideais caiomartinianos a outras plagas. Assim, escolheu oito jovens entre os 18 do Paiol (primeiros alunos de Esmeraldas) e, compôs a Bandeira de Pirapora, e lá foram eles para mais uma grande aventura. Cada um dos jovens levava uma profissão e foi o que lhes valeu para reformar o velho casarão, que lhes serviria de lar e para implantar as primeiras oficinas e prestar os primeiros socorros no campo da saúde para moradores da vila. Começava a Escola Caio Martins a “caminhar com as próprias pernas”, lembrando seu patrono.
Em pouco tempo a escola ganhou vida, as oficinas começaram a funcionar e logo vieram as atividades sociais e artísticas envolvendo moradores da vila. Pescadores iam à escola para ver seus filhos cantando em festas da escola. Repetia-se a “síntese social”, urdida por Manoel Almeida em Esmeraldas – escolas e comunidade, um só corpo, um só caminho.
Para estender suas atividades ao campo, sobretudo para preparar seus jovens nas atividades agropecuárias, o governo adquiriu quatro fazendas – Varginha, Santa Edwiges, Coatis e São Félix e, nelas, casais abnegados se instalaram como chefes de lares recebendo as primeiras levas de alunos. Dessas fazendas saiam madeira para alimentar a grande serraria e marcenaria da Escola, uma das maiores da região naquele tempo. E mais: cereais e frutas para alimentação dos alunos.
Realizava-se na emergente escola, o que pregava Manoel Almeida, como um dos pressupostos da obra: implantar programas “adequados às necessidades de nossas crianças e do meio que atuam”.
No próximo capítulo vou registrar como participei, num certo período, da vida do Buritizeiro e lembrar dos grandes amigos que ali encontrei.
João Naves de Melo
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