XI - Parte
As escolas Caio Martins, transformadas em Fundação,
passaram por uma profunda mudança sem perder, contudo, sua filosofia, sua
essência educacional e pragmatismo fundamentado no pensamento de Manoel Almeida
em seu comprometimento com a cidadania e formação de homens cônscios de seus
deveres para com a Pátria. Uma grande inovação veio com o "livro verde"
(o programa), uma nova sistemática no projeto educacional que tinha, no Centro
Integrado de Educação de Esmeraldas, o seu principal pilar. Foi uma revolução,
sem dúvida. Um projeto educacional que englobava todos os segmentos do CI –
alunos (da infância à juventude), professores, funcionários, médicos e
segmentos da população vizinha – era uma só comunidade voltada para um projeto
de formação dos alunos.
Eu terei
oportunidade para falar sobre o trabalho realizado no Centro Integrado de
Esmeraldas que, em sentido estrito, poder-se-ia ser considerada uma
universidade que abrigava alunos da grande BH, de vários municípios do Norte e
Noroeste de Minas, uma diversidade social que influenciava no trabalho
cotidiano até mesmo orientando a metodologia empregada.
Em primeiro plano, deixo o CI para avançar noutra
direção, a rede intrínseca de planejamentos, trabalho, e operação que
possibilitava a ação comum de todas as unidades da FUCAM. Da diretoria
executiva e do CI emanavam as diretrizes que serviam como liames entre todas as
unidades, eram todas, como um só corpo. Não apenas de trabalho operacional, mas
também de propostas educacionais e de idealismo. Eram um universo.
Lembro de passagens interessantes, neste contexto, proporcionada por um
importante setor criado no novo organograma: a diretoria de Centros e Núcleos e
o Setor de Produção. Foi quando aconteceu uma mudança em minha vida. O coronel
Almeida alçou-me do Centro de Treinamento de São Francisco para assumir os
cargos de diretor do Centros e Núcleos e Setor de Produção da FUCAM. Uma grande
responsabilidade, sobretudo pela recomendação do então presidente da entidade,
desembargador Antônio Braga: “você será os meus olhos nas distantes unidades da
Fucam”. Assim, em cada visita que eu fazia, mensalmente, em cada unidade, eu
procurava trabalhar com cada diretor, servidor, funcionários e alunos,
procurando fazer presente a entidade com toda sua expressão. Depois, eu levava
ao presidente, um relatório circunstanciado do que era realizado em cada
unidade. O que eu via sempre me enchia de prazer, de alegria e me leva à
certeza que a Fucam estava no caminho certo na formação de cidadão “cônscios de
seus deveres para com a pátria” como preconizava Manoel Almeida.
Era admirável como os diretores das unidades se dedicavam ao seu
trabalho, a identificação com os ideais
da Fucam e o amor que dispensavam aos alunos, como trabalhavam para responder
às necessidades de cada localidade.
Buritizeiro, Conceição (Urucuia), São Francisco, Januária, Juvenília
(Carinhanha) – cada unidade com sua característica e sua história, todas, no
entanto, tão importantes e transformadoras do meio, conforme sua atuação. No
resumo, a pujança das Escolas Caio Martins (Fucam) .
É o que veremos a seguir.
Texto: João Naves de Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário