sábado, 16 de dezembro de 2023

NOSSA CIDADE: FATOS HISTÓRICOS

 Nota: Esta monografia será dividida em capítulos, 

mais curtos, para uma melhor leitura.


Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro


EM BUSCA DAS ORIGENS - III

A criação de uma nova nação ganhava forma, ainda que atrelada à Europa (governo em Portugal e o comércio com outras nações). Como anteriormente destacado, favoreceu o desenlace a implantação da cultura da cana e do tabaco ocupando vastas áreas na região do Nordeste, especialmente Bahia e Pernambuco, e o café no sul, regiões litorâneas. Então como se deu o avanço rumo ao interior chegando à região do rio São Francisco? Celso Furtado em citação  de Francisco M. P. Teixeira e José Dantas analisou o fato: “Ao expandir-se a economia açucareira, a necessidade de animais de tiro tendeu crescer mais que proporcionalmente, pois a devastação das florestas obrigava a buscar a lenha  a distância a cada vez maior. Por outro lado, logo se evidenciou a incompatibilidade de criar gado na faixa litorânea, isso é, dentro das próprias unidades produtoras de açúcar. O conflitos provocados pela penetração de animais nas plantações devem ter sido grandes, pois o governo português proibiu finalmente a criação de gado na faixa litorânea. E foi a separação das duas atividades econômicas – açucareira e criatória – que deu lugar a uma economia dependente na própria região nordestina”(História do Brasil da Colônia). Traçava-se a origem de São Francisco.

            Pelo Sul a penetração dava-se com as bandeiras – a procurara de pedras preciosas e índios para o cativeiro – os mineradores e as Missões. A importância das bandeiras neste processo de interiorização, levando-se à fundação de aldeias, foi bem definida  por Gilberto Freire: “Bandeiras, sociedade em movimento”.

            Desenvolvia-se a Colônia com gentes que se subdividiam entre os colonizadores, nativos e negros. Fernando A. Novais descreve o fato: “E do convívio das inter-relações desse caos foi emergindo, no cotidiano, essa categoria de colonos que, depois, foi se descobrindo como ‘brasileiros’. Brasileiros, como se sabe, no começo e durante muito tempo designava apenas os comerciantes de pau-brasil. A percepção de tal metamorfose, ou melhor, essa tomada de consciência  – isto é, os colonos descobrindo-se como paulistas, pernambucanos, mineiros, etc. para afinal identificarem-se como brasileiros – constituindo, evidentemente, o que há de mais importante na história da Colônia, porque situa-se no cerne da constituição da nossa identidade.” (História da Vida Privada no Brasil)

            À distância, no tempo, encontram-se as raízes da etnia do são-franciscano, como destacaremos  posteriormente. 



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