sábado, 21 de dezembro de 2024

O MISTÉRIO DO SINO

 


Na Roda de Conversa sobre o Patrimônio Histórico foi feita uma pergunta, insistente, pela historiadora Gesilda Paraízo: cadê o sino da igreja São Félix? Sabe-se que a pequena imagem do santo está segura, tendo como guardiã a professor Rita Nunes. Ainda bem, considerando que ela e o Cruzeirinho do atrio da Igreja Matriz são os únicos bens históricos tombados pelo IEPHA no município (incrível tão minguado acervo tombado, considerando a existência de inúmeros bens históricos nele). E o sino? Cadê o sino? Uma pergunta sem resposta e alvo de muitas indagações. Narrativas foram feitas a respeito do sumiço, tema para uma novela policial e pelo enorme descuido no cuidado de tão preciosa peça. Um depoimento feito na Roda de Conversa, deu um rumo no fato narrando que o sino fora furtado por um jovem. Fato dado como quase inacreditável, pelo tamanho e peso da peça removida da torre por apenas uma pessoa. O gatuno, numa incrível peripécia, desceu o sino da torre  amarrado em uma corda. Conta-se que ao arrastá-lo  pela rua, na saída da igreja, badaladas chamaram a atenção dos moradores próximos, que imediatamente foram denunciar o fato ao padre Vicente que, equivocadamente, deslocou-se para a Matriz onde constatou que o sino não fora removido. Foi alertado, contudo, que o sino furtado fora o da igrejinha. O caso foi parar na Delegacia de Polícia. O gatuno foi apreendido e o sino devolvido à igrejinha, sendo depositado em um cômodo com altas paredes, anexo à igreja, à espera de providência para retorná-lo ao seu lugar que, segundo a narrativa, era serviço para quatro homens, o que surpreendeu a arte do gatuno, muito jovem e sozinho ter dado conta do desempenho da proeza. Sino recuperado e guardado. Certo dia, necessitando de fazer reparos no telhado da igrejinha, buscou-se a escada que não foi encontrada no lugar de costume. Procura-se daqui e dali, e nada. Então deliberou-se ir ao cômodo onde estava guardado o sino. Lá encontraram a escada, sobrevindo um susto: cadê o sino – a escada teve outra finalidade. Outra vez a novela. Daí, nunca mais se teve notícia mais plausível do sino. Surgiram certas histórias desencontradas envolvendo colecionadores, mas nada foi provado. Tomara que tão precioso sino da lusa terra não tenha se transformado em tacho, posto ser ele fabricado com bronze – fundindo o cobre (75%) e  estanho (25%). E os tachos são de cobre. Tomara que não esteja em alguma rebaixa fervendo garapa para produção de rapaduras. 

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