sábado, 28 de dezembro de 2024

TRIBUTO A NEGO DE VENANÇA


  No dia 25, no Guiga´s Bar, Luiz Fernando Araújo apresentou o documentário O LEGADO DE NEGO DE VENANÇA – HARMONIA ETERNA E SUA HERANÇA CULTURAL, um trabalho artístico elaborado com muito esmero. Foram apresentadas diversas entrevistas focando a vida e o trabalho de Nego de Venança, todas abordando  aspectos de sua trajetória no universo cultural do município.  

Nego de Venança foi um importante artesão da nossa cidade, teve sua oficina monitorada pelo IPHAN, Rio de Janeiro. O seu trabalho foi publicado pelo Museu do Folclore, do Ministério da Cultura e retratado no livro Tocadores – Homem, terra, música e cordas, de Lia Marchi Juliana Saenger e Roberto Corrêa. Outro registro de sua relevância cultural está no livro Folclore de São Francisco, de João Naves de Melo.  Nego de Venança foi contemporâneo de Minervino Guimarães, Joaquim  Goiabeira e Adão Barbeiro, folia artesões e foliões que projetaram o nome de São Francisco além fronteira, tendo registros dos trabalhos deles em vídeos, documentário televisivo, livros e jornais.

O documentário de Luiz Fernando não foi tão somente o resgate da história de seu avô, o que por si só tem grande significado, mas uma contribuição incomensurável à preservação e divulgação da cultura de São Francisco através de um dos seus ícones: Nego de Venança.

A Secretaria Municipal de Cultura precisa levar este documentário às escolas para que seja inculcado no coração de nossas crianças e jovens a importância de nossa cultura (NOSSA), valorizando o sentimento e a alma barranqueira, que tem tanta riqueza guardada.  O que se fez da madeira e com muita sensibilidade, obras de arte, um patrimônio que retrata a cultura de um povo.

MEIO AMBIENTE: LIMIAR DE NOVOS TEMPOS

 


Na segunda-feira, 23, foi lançado o projeto de barragens subterrâneas, desenvolvido pelo Instituto de Ciências Agrárias da UFMG na comunidade de Buritizinho, distrito de Vila do Morro. Presentes no lançamento o ex-procurador-geral do Estado de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Conceir Damião Vieira, o presidente do Codema e Preservar, Geovane Renê Costa, o representante da Loja Maçônica Acácia Sanfranciscana, João Naves de Melo, Isac, extensionista da Emater, servidores da Secretaria Municipal de Agricultura e moradores da região. 

O professor Flávio Pimenta, coordenador do projeto fez uma sucinta exposição sobre a origem, a importância e o processo da construção de uma barragem subterrânea. Informou sobre o sucesso da implantação do projeto em uma vereda no Peruaçu, Januária, destruída por um incêndio, que foi plenamente recuperada. Foi o projeto pioneiro, que demonstrou a sua eficácia na recuperação de veredas degradadas, que são muitas no Norte de Minas. Em vista do sucesso do empreendimento, o professor Flávio Pimenta propôs ao conselho de veneráveis do Norte de Minas entidade, que coordena a Maçonaria  no Norte de Minas, uma articulação para expandir esta tecnologia para outras veredas degradadas e, daí, um projeto foi  encaminhado ao MPMG, solicitando R$ 5 milhões para construção de 100 barragens subterrâneas através da Plataforma Semente. Inicialmente foram liberados R$ 1.080 milhão para construção de 22 barragens,  com base em laudo elaborado pela UFMG,  com a concordância do IEF e IGAM, e o apoio do dr. Jarbas Soares Júnior. A barragem do Buritizinho é a primeira a ser construída. O projeto se estende aos municípios de Januária e São Romão.

O professor Flávio Pimenta salienta a relevância deste projeto, pois recentemente foi mostrado o drama de várias veredas em processo avançado de degradação no Norte de Minas. Ele lembra que estas veredas foram destacadas na obra imortal de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, salientando que se não ocorrer uma rápida reação essas veredas correm o risco de extinção. É fato que o sinal já foi dado, basta fazer um passeio pelo distrito de Santa Izabel de Minas para constatar o processo de extinção de dezenas de formosas veredas, entre elas as da Prata e dos Caldeirões. Explicou o professor Flávio que a tecnologia de barragem subterrânea  consiste em elevar o lençol freático das veredas regenerando-as. O mais interessante é o baixo custo desta tecnologia, que é em parceria com a Prefeitura Municipal e moderadores das áreas atendidas.

Com a chegadas de maiores precipitações pluviométricas, reabastecendo o lençol freático, o nível da barragem será monitorado com o que será comprovada a sua eficácia.

Ao tempo em que se comemora a implantação de tão valioso projeto, recuperando veredas e, consequentemente, muitos cursos d´água que alimentam o rio São Francisco, é preciso refletir sobre o papel do poder público e da sociedade no total descuido quanto aos recursos hídricos no município. Que esta retomada, vinda de fora, sirva de estímulo para que, num movimento comum, olhe-se com maior atenção para o meio ambiente no município.





sábado, 21 de dezembro de 2024

NATAL! A GRAÇA DE DEUS

 



O Natal não é apenas uma festa singular, de afáveis comemorações. Tem maior significado, pois trata-se de uma manifestação divina, mais uma dádiva do Criador para os homens. O anúncio da vinda do Divino Menino retrai-se nos tempos, na voz do profeta Isaías, uma mensagem de esperança: “Nasceu para nós um menino. Ele será chamado Príncipe da Paz; desde agora a minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito; exulta de alegria em Deus, meu Salvador”. Séculos decorridos, numa vila escolhida, uma donzela recebe de um anjo do Senhor, a notícia que mudaria a história da humanidade: geraria, por obra do Espírito Santo, o filho unigênito de Deus: Jesus. O mais sublime hino ela entoou: “A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome”. Maria, de humilde serva, transformou-se na mãe da humanidade e dela nos veio o Salvador em uma humilde manjedoura, mas esplêndido na sua essência divina, adorado por pastores aos olhos de animais. Nasceu como menor dos homens, um exemplo de humildade para se transformar como o maior de todos os príncipes e reis da Terra, o que nos trouxe a maior riqueza para a vida: o amor!.

Natal é pois, a expressão maior do amor de Deus para com a humanidade através de seu filho o amado Jesus. 




O MISTÉRIO DO SINO

 


Na Roda de Conversa sobre o Patrimônio Histórico foi feita uma pergunta, insistente, pela historiadora Gesilda Paraízo: cadê o sino da igreja São Félix? Sabe-se que a pequena imagem do santo está segura, tendo como guardiã a professor Rita Nunes. Ainda bem, considerando que ela e o Cruzeirinho do atrio da Igreja Matriz são os únicos bens históricos tombados pelo IEPHA no município (incrível tão minguado acervo tombado, considerando a existência de inúmeros bens históricos nele). E o sino? Cadê o sino? Uma pergunta sem resposta e alvo de muitas indagações. Narrativas foram feitas a respeito do sumiço, tema para uma novela policial e pelo enorme descuido no cuidado de tão preciosa peça. Um depoimento feito na Roda de Conversa, deu um rumo no fato narrando que o sino fora furtado por um jovem. Fato dado como quase inacreditável, pelo tamanho e peso da peça removida da torre por apenas uma pessoa. O gatuno, numa incrível peripécia, desceu o sino da torre  amarrado em uma corda. Conta-se que ao arrastá-lo  pela rua, na saída da igreja, badaladas chamaram a atenção dos moradores próximos, que imediatamente foram denunciar o fato ao padre Vicente que, equivocadamente, deslocou-se para a Matriz onde constatou que o sino não fora removido. Foi alertado, contudo, que o sino furtado fora o da igrejinha. O caso foi parar na Delegacia de Polícia. O gatuno foi apreendido e o sino devolvido à igrejinha, sendo depositado em um cômodo com altas paredes, anexo à igreja, à espera de providência para retorná-lo ao seu lugar que, segundo a narrativa, era serviço para quatro homens, o que surpreendeu a arte do gatuno, muito jovem e sozinho ter dado conta do desempenho da proeza. Sino recuperado e guardado. Certo dia, necessitando de fazer reparos no telhado da igrejinha, buscou-se a escada que não foi encontrada no lugar de costume. Procura-se daqui e dali, e nada. Então deliberou-se ir ao cômodo onde estava guardado o sino. Lá encontraram a escada, sobrevindo um susto: cadê o sino – a escada teve outra finalidade. Outra vez a novela. Daí, nunca mais se teve notícia mais plausível do sino. Surgiram certas histórias desencontradas envolvendo colecionadores, mas nada foi provado. Tomara que tão precioso sino da lusa terra não tenha se transformado em tacho, posto ser ele fabricado com bronze – fundindo o cobre (75%) e  estanho (25%). E os tachos são de cobre. Tomara que não esteja em alguma rebaixa fervendo garapa para produção de rapaduras. 

CONSCIÊNCIA CÍVICA

 


Na quinta-feira 19, a igrejinha de São Félix, em reforma, foi palco de uma Roda de Conversa sobre Patrimônio Histórico – Construir e Preservar. A pequena nave da histórica igreja ganhou vida nova com a presença de muitas pessoas para participar dela tendo como tema o processo da sua reforma da igreja. Como se sabe, ela está sendo reformada graças à iniciativa da família Nunes Caetano que, em um encontro, suscitou a importância histórica desta igreja lamentando o seu estado de abandono. Foi o primeiro passo chegando-se, depois, à ação da reforma da igreja, que é do conhecimento da comunidade.

Na abertura do encontro, Anna Paola Nunes Corrêa de Freitas, reportou-se aos fatos que levaram à iniciativa de reformar a igreja em vista de sua importância religiosa e sentimental.  Após a exposição ela passou a palavra à Julyene Alkimim, arquiteta responsável pelo projeto da reforma. Em sua exposição ela destacou vários aspecto do processo de Preservação e Restauro da Igreja São Félix. Recorreu à antropóloga e cientista política Eunice Ribeiro Burham para lembrar que o homem é um animal que construiu, através de sistema simbólicos um ambiente artificial no qual vive e o qual está continuamente transformando. Situou a igrejinha no contexto  de patrimônio – bem de família, herança, legado que recebemos de nossos antepassados. Acentuou o que dispõe o IEPHA sobre o patrimônio histórico: “O bem cultural protegido encontra-se sob  um regime especial de tutela pelo Estado, uma vez que a ele pode ser atribuído um valor social”. Ressaltou que igual proteção é dada pelo IPHAN – “Qualquer ação em benefício do bem cultural na área de identificação, proteção, conservação e promoção”. Fez considerações a respeito da restauração e da reforma e por fim estabeleceu uma linha do tempo da existência da igrejinha.

A historiadora e chefe do departamento do patrimônio histórico da Secretaria municipal de Cultura, Gesilda Paraizo, mediadora da Roda, discorreu sobre o processo que deflagrou a reforma da igreja ressaltando a importância da iniciativa. Fez um retrospecto da situação da igreja no tempo, sobre as pequenas reformas feitas por particulares e pelo padre Vicente, chegando-se ao abandono total, e, por fim, teceu comentários sobre o movimento da reforma, que acompanhou passo a passo.

Foi franqueada a palavra aos presentes visando resgatar a história da igreja para estabelecer a sua identificação, posto que muito dela foi perdido dificultando o levantamento de dados para ensejar o processo de restauração. 

Usaram da palavra: Cosmo Fernando Lima, neto de Floriano Lima, dos primeiros zeladores da igreja, legado de João José Loredo que a construiu. Outros depoimentos: Jefferson Felizardo, José Geraldo,  dr. Max Lisboa, Janete – todos levantando fatos ligados à história da Igreja. João Naves frisou a importância da recuperação daquele precioso bem histórico como ponto de partida para outras iniciativas da sociedade na defesa do patrimônio histórico cultural do município. Por fim falou o engenheiro Daniel Fraga Carvalho, construtor responsável pela obra que, para a alegria de todos, garantiu a conclusão da reforma bem antes do prazo, possivelmente em julho de 2025.

SÃO FRANCISCO: MAIS UM AVANÇO



 A 102ª sub-seção da OAB de São Francisco vislumbrou a possibilidade de se construir um novo fórum para sediar o poder judiciário desta Comarca, tendo em vista o projeto anunciado de reforma do atual fórum notoriamente inadequado quanto à acessibilidade do público com deficiência física e com outros problemas funcionais. A iniciativa da OAB encontrou eco junto às autoridades dos poderes Executivo e Legislativo do município cientes da repercussão que pode gerar o fato a favor de São Francisco. 

Assim, na terça-feira 17 a diretoria da subseção de São Francisco, representada pelo presidente Révio Humberto Figueiredo Ribeiro e pela vice-presidente Stefane Veloso  Gangana,  participou de uma importante reunião com o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Luiz Carlos Corrêa Júnior, contando com a presença do prefeito Miguel Paulo, dos vereadores Júnior Marruaz e Jonnhy Ruas e do procurador jurídico da Câmara Municipal, André Saraiva de Queiroz, representando o presidente, Daniel Rocha. Presente, ainda, o juiz diretor do fórum da Comarca de São Francisco, Thomás Carneiro Franco de Carvalho. A pauta da reunião foi para tratar da construção de um novo prédio para o fórum da comarca,  contando ela com o apoio incondicional da desembargadora Kárin Liliane de Lima Emmerich e Mendonça, que viabilizou o encontro, com o respaldo dos desembargadores Luiz Carlos Gomes da Mata e Leopoldo Mameluque, demonstrando total apoio à iniciativa.

Na oportunidade foi protocolado, junto à presidência do TJMG, um requerimento/ofício da OAB solicitando a alteração de reforma (que era o planejado) para construção de um novo fórum, acompanhado de um documento assinado pelos vereadores indicando ao poder executivo a doação de um imóvel urbano para viabilizar a construção pretendida. Na oportunidade o prefeito Miguel Paulo oficializou o compromisso de doar  um terreno de 6.887m2, localizado em área nobre da cidade para a construção do novo fórum, ao lado da recém construída sede da OAB e futuras instalações da Polícia Civil, reforçando, assim, a busca de melhores estruturas para o judiciário local.

A respeito, declarou o presidente Révio Humberto: “Esta parceria  entre a OAB e os poderes judiciário e público municipal reforça o compromisso de todos com o progresso de São Francisco. É com trabalho de união e determinação na construção de um futuro melhor para a nosso município”


sábado, 14 de dezembro de 2024

A PONTE AGORA SAI?

 


Chegou a São Francisco, na tarde da sexta-feira 13, uma alvissareira notícia transmitida pelo vice-prefeito Raul Pereira: a assinatura de ordem para dar início à retomada da construção da ponte sobre o rio São Francisco, aqui na cidade. O prefeito Miguel Paulo e o vice-prefeito Raul participaram de cerimônia no Parque de Exposições de Montes Claros quando o vice-governador do Estado, professor Mateus Simões (foto) anunciou a tão esperada notícia: a autorização para retomar a construção da ponte tão logo passe o período das chuvas.

O são-franciscano é ressabiado quanto às promessas feitas por autoridades estaduais dando como certa a construção da ponte. Agora, contudo, parece ser diferente, pois há recurso, vencida nova concorrência e dada a ordem de início (documento abaixo). É possível que a desconfiança herdada de São Tomé possa voar para as calendas.



PORQUE PLANTAR


 Anos idos, não tantos passados observa-se que em tempos hodiernos sucumbiram-se ações de civismo, de amor à natureza e regras de condutas nas escolas onde eram moldados os cidadãos para a convívio social e formação do caráter. Diariamente, antes do início das aulas, no pátio delas, assistia-se ao hasteamento da Bandeira Nacional e a execução do Hino Nacional. Comemorava-se o Dia de Tiradentes, realçando o patriotismo e o anseio de liberdade, o fanal de todos. Outra comemoração tão especial dava-se no Dia da Árvore. Todo ano eram plantadas árvores no pátio da escola e, mais do que isso, os alunos cedo desenvolviam o amor e respeito à natureza. A árvore era olhada com carinho, até mesmo como uma amiga, pois por comum, muitas delas, quando plantadas, recebiam nomes especiais e carinhosos.

O tempo foi passando... passando e estes valores cívicos foram para os escaninhos dos acontecidos substituídos por outros valores (?) duvidosos, que não servem à formação de um bom cidadão, caldeando o seu caráter, mas um ser desvinculado e desprovido de valores cívicos e morais.

Felizmente, aqui e ali, ainda sinaliza-se o respeito e o amor à natureza e veneração à Pátria. No caso da árvore, um fato especial serve como registro, para demonstrar o que pode oferecer a natureza quando tratada com respeito e carinho. A mocinha Sara Romão Rodrigues, filha de Ricardo Rodrigues Pereira e Márcia Souza Romão, estudante da EM Paulo Freire, quando criança, plantou uma árvore em um jardim. Tinha no rosto um sorriso feliz, prazeroso. O tempo passou... passou. Hoje, mocinha, ela reencontrou-se com a árvore que além da sombra dadivosa orna o jardim com suas flores coloridas – flamboyant.

Outro fato: a participação dos alunos da Escola Cívico Militar José D´Ávila Pinto no desfile de Sete de Setembro com tanta altivez e garbo levou o público mais antigo aos grandes desfiles da cidade quando despertavam fulgor cívico os alunos da Escola Caio Martins e do Ginásio (tempo ido) e, recentemente, na abertura da Audiência Pública do Trânsito, quando da execução do Hino Nacional com a participação de um grupo de alunos  desta escola. Há muitos anos, muitos mesmo, não se ouvia tanto fervor cívico e tanta alegria no cantar... emocionante.

Uma volta ao passado de ações que, para o bem de São Francisco e do país, deveriam ser revividas nas escolas. Não custa nada!




PARA NOVA SÃO FRANCISCO

 

O encontro dos diretores da ONG Preservar com o prefeito Miguel Paulo, nesta semana, foi um passo muito importante para do município de São Francisco podendo significar, quem sabe, um ponto de chamada de outras entidades para se agregarem com o mesmo propósito, num movimento catalisador da sociedade civil no afã de trabalhar em prol do município. É preciso refletir sobre o assunto, pois o governo, tanto o Executivo quanto o Legislativo, numa democracia, representa o maior detentor do poder: o Povo. Como princípio é isto mesmo, na realidade, no entanto, parece uma utupoia, ou seja tem o poder, mas não o exerce. O Povo não cria as leis, nem as executa, mas detem o poder que delega ao Legislativo e Executivo no exercício da cidadania, o que implica em co-responsabilidade em ambos os casos. Cabe, pois, ao Povo fiscalizar as ações do Legislativo na criação de leis e o Executivo na sua aplicação. Infelizmente a realidade é bem outra. O que se tem é o  negligenciamento da sociedade  que, nesta questão, fica-se no laissez-faire, ou apenas nas críticas. A cidadania não foi uma conquista barata. Arrastaram-se séculos, com muitas lutas, sacrifícios, queda de reinos, de feudos e muito sangue derramado para que o cidadão pudesse ter voz. Contudo, apenas ter voz, poder votar e ir-e-vir não resolve, é preciso participar do sistema. Lamentavelmente, não é o que se vê. O que se tem é o governo de lá e o povo de cá, e passam-se os anos. O tempo urge para que seja deflagrado um intenso e efetivo trabalho participativo: sociedade-governo.  No caso, a ONG Preservar deu importante passo, que pode representar um chamado de outras instituições do município para participarem do processo de desenvolvimento considerando o que representam: GDESF, ACIASF, CDL, ADM-DESENVOLVE SÃO FRANCISCO, CMDRS, Sindicatos (dos trabalhadores e dos produtores); grupos religiosos católicos e evangélicos e as faculdades UNIMONTES E FADENORTE, berços de desenvolvimento intelectual. Some-se, ainda, com a participação da OAB, da Maçonaria e ABAHSF já enfronhadas no processo em prol do desenvolvimento. E por que não contar com a participação de todas as escolas com a possibilidade de semear o civismo meio àqueles que vêm? 

O prefeito Miguel Paulo refletindo a sua reeleição manifestou estar motivado com a perspectiva de contar com  o apoio da sociedade para alavancar o desenvolvimento do  município de São Francisco. Potencial é que não falta, apenas depende de vontade e de ação.

PREFEITO E O PRESERVAR


 Na segunda-feira 9 a diretoria da ONG Preservar reuniu-se com o prefeito Miguel Paulo em seu gabinete na Prefeitura Municipal. O objetivo do encontro, em primeiro lugar, foi o de apresentar ao prefeito a nova diretoria da ONG, ocasião em que o novo presidente, Diovane Renê Costa fez sucinto comentário sobre os objetivos da ONG, manifestando, ainda, que é propósito da nova diretoria emprestar todo apoio à administração municipal no desenvolvimento de ações culturais, ambientais e do patrimônio histórico. Na oportunidade a ONG levou ao prefeito Miguel Paulo a necessidade da criação da Casa da Cultura em São Francisco, a exemplo do que se vê em outros municípios da região, como uma forma de preservar e divulgar patrimônio histórico e a cultura são-franciscana. A respeito, os diretores João Naves, Francis D´Ávila Souza Soares, Petrônio Braz de Carvalho e Adalgisa Gonçalves de Mendonça apresentaram detalhadas exposições sobre vários aspectos da cultura são-franciscana que não têm merecido a valorização condizente com a sua importância – tanto na cidade quanto no meio rural, onde muitas manifestações estão sendo perdidas. Destacou-se a necessidade de dar maior apoio aos artesãos do município nos diversos campos  – madeira (violas, rabecas, caixas de foliões, carrancas, miniaturas, aves e outros), tecido, bordado, peças ornamentais, entre tantos com a criação de um espaço comum para exposição de seus trabalhos em estandes. Tratou-se, por fim, de um, polêmico assunto: O Centro Histórico Urbano enfatizando-se a necessidade da aplicação da lei que o criou. Quanto à Casa da Cultura foi sugerido a sua instalação no antigo prédio da cadeia pública, onde funcionava o Instituto Técnico Cel. José Ortiga, um prédio muito apropriado e bem localizado quanto ao aspecto das visitações.

O prefeito Miguel Paulo agradeceu a presença dos diretores manifestando a satisfação de poder contar com eles no trabalho em prol do município. Mostrou-se muito receptivo quanto a proposta da criação da Casa da Cultura, citando a existência dela em outros municípios e a sua importância na preservação e divulgação da riqueza cultural de São Francisco. Na oportunidade encaminhou a proposta ao secretário de Obras, Conceir Damião Vieira, presente à reunião, para que fossem tomadas as primeiras providências para a implantação da Casa da Cultura.

sábado, 7 de dezembro de 2024

AINDA SOBRE FESTIVAL CULTURAL DE SÃO FRANCISCO

 


No segundo dia, 30, do  Festival Cultural de São Francisco promovido pela  Secretaria Municipal de Cultura teve a apresentação de quatro grupos de quadrilhas  – Arraiá Sagrada Família, Arraiá dos Amigos da Rua A, Arraiá da Alegria; dança de roda do grupo Flores e Cravo de Buriti do Meio, capoeira do Grupo Tok Tok e dança de  São Gonçalo.

Uma atração muito especial foi o Festival de Música de Raiz com cantores da terra.  A classificação e premiação, pela ordem: Domingos Corrêa, José da Silva, José Alberto, Joélio Pereira, Edna Maria, Altamir Alves e José Luiz dos Santos.

No final teve a apresentações de cantores da  terra: Bruna Fulô, Igor Cardoso, Zé Moreno, Muletas da Viola. Encerramento:  Banda Cheiro de Pimenta.

As equipes da Secretaria de Cultura esmeram-se na realização do Festival indo da bela ornamentação do ambiente, às diversas barraquinhas com exibição do artesanato do município e alimentação típica.

A mensagem que ficou: quem venham outros festivais para divulgar e festejar a cultura são-franciscana.

Equipe de coordenação da Secretária de Cultura que se entregou ao festival com muita dedicação e competência: Paulinha, Dany, Clevane, Dany Spina e Gesilda Paraizo.




PRESERVAR

 


Às duras penas a ONG Preservar vai sobrevivendo, apesar de ter passado por um período muito crítico com suas portas praticamente fechadas por falta de uma pessoa para manter um expediente mínimo de atendimento. 

Recentemente, a história foi mudando. Primeiro foi a atenção dada pelo prefeito Miguel Paulo, que colocou  uma funcionária a serviço da ONG permitindo, com isso, o atendimento ao público – estudantes e pesquisadores em geral. A servidora designada, Ivaci Ivo Lima mostrou-se, de pronto, identificada com os propósitos e trabalhos da ONG, posto ser formada em História, o que permitiu um melhor atendimento ao público e o acesso ao arquivo da ONG.

Outro fato muito importante foi a filiação de novos sócios, pessoas com uma bagagem cultural muito rica que, certamente, poderá contribuir muito com os propósito da ONG e, consequentemente, servir à comunidade.  Chegaram Diovane Renê, presidente do Codema e muito ligado às ações comunitárias; o engenheiro Francis D´Ávila de Souza Soares (Nino), que tem demonstrado uma vontade muito expressiva em trabalhar pelo engrandecimento de São Francisco, em diversas áreas, sobretudo na promoção do homem. 

A ONG levou ao prefeito Miguel Paulo uma proposta excepcional: a criação do Museu Histórico de São francisco, propondo a disponibilização do prédio da antiga Cadeia para sua instalação. No mesmo espaço, que é enorme, a proposta leva à montagem de diversos estandes para locação do artesanato do município. Um ideia interessante, pois o local é muito acessível, com grande visibilidade ao público. No mais seria um ganho especial para os artesãos do município, que são muitos mas não têm um meio de mostrar e vender a sua arte.

Nesta semana realizou-se uma reunião extraordinária da ONG quando foram debatidos diversos assuntos do interesse da comunidade o que levou à necessidade de reformular o estatuto da ONG transformando-a em OCIP possibilitando-lhe o desenvolvimento de projetos de interesse do município na área ambiental.

IGREJA DE SÃO FÉLIX EM REFORMA


 Enfim, a igrejinha de São Félix está sendo reformada, pode não despertar muito interesse na comunidade, contudo tem um significado muito importante, tanto religioso quanto histórico, pois ela é contemporânea da cidade de São Francisco, é parte de sua história. 

Segundo consta dos arquivos da ONG Preservar, ela foi construída em 1877 (data da criação da cidade de São Francisco) pelo cidadão José  Loredo, vereador suplente do novo município. Encontrando-se enfermo, à beira da morte, ele buscou o auxílio do santo de sua devoção, São Félix, dizendo que em retribuição à sua saúde construiria e uma igreja para ele. Recuperada a saúde, livrando-se da morte, cumpriu a promessa, construindo a a igreja. Enquanto vivo ele foi zelador dela, missão que passou, depois, para outro devoto: Floriano da Cunha Lima. Com a morte deste a igreja ficou abandonada e já entrava em ruínas quando uma comissão de senhoras de nossa sociedade levou a efeito sua reforma, entre elas dona Alice Mendonça, dona Casilda Dulce dos Santos e Palmira Cunha Ortiga. Mais tarde a Igreja passou aos cuidados dos vicentino e, por fim, foi novamente abandonada sendo ocasionalmente aberta para  velórios de figuras ilustres. Pe. Vicente fez a última reforma. Depois disso, a igreja foi fechada, sem qualquer atividades e ruindo-se com o tempo.


A REFORMA


A família de dona Maria Eunícia tem uma ligação muito antiga com a igrejinha, sentimento que remonta aos seus avoegos. Assim, diante do estado em que ela se encontrava, quase às ruínas, a família se reuniu, coisas de dois anos atrás, idealizando um meio de reformá-la. Enfim, a professora Rita Nunes reuniu-se com as professora Adalgisa Gonçalves de Mendonça e a historiadora Gesilda Paraizo para  a elaboração de um projeto visando captação de recursos para empreender a reforma da igrejinha.  Apresentou o projeto elaborado à Associação Impact Hub de Minas Gerais, que tem larga experiência na restauração de prédios históricos. A presidente desta associação,  Virgínia Nunes Alfenas Giffoni, encaminhou-o  à Plataforma  Semente do Ministério do Público de Minas Gerais, que liberou a verba de R$ 613.700,00 para execução do projeto que está a cargo da empresa Croma Engenharia, com término da reforma previsto para o dia 17 de março de 2026.

Um detalhe importante: a liberação dos recursos pela Plataforma Semente para  o pagamento da empresa construtora, através da Associação, será feita mediante a comprovação de etapa concluída. Não haverá liberação imediata da verba concedida.

AINDA SOBRE FESTIVAL CULTURAL DE SÃO FRANCISCO


O prefeito Miguel Paulo tomou uma decisão muito importante, possivelmente das maiores de seu governo, enfrentar a questão do trânsito no município. Uma ação que volta no tempo, iniciada e paralizada, no ano de 1997/2000 no governo de Kato, cuja lembrança são os semáforos em alguns pontos da cidade. Não será fácil, pois o trânsito na cidade é um verdadeiro caos. Até então, nenhuma providência fora tomada, enquanto  o fluxo de veículos pelas ruas da cidade aumentou de maneira fantástica, impressionante: automóveis, caminhões, carretas, motos, bicicletas, carroças e pedestres. O prefeito reconheceu esta situação, o que manifestou na sua fala na Audiência Pública do Trânsito, dizendo que nas suas caminhadas pela cidade, em campanha buscando sua reeleição para o cargo de prefeito, o que mais ouviu da população era o pedido para cuidar do trânsito. Ouviu e decidiu, mesmo antes de tomar posse para o segundo mandato: determinou a elaboração do projeto de lei visando a implantação do Departamento de Trânsito no Município.

Não quis, o prefeito, que fosse uma decisão unilateral, quis ouvir a população. Por isso, decidiu-se pela realização de uma audiência pública para tratar do assunto com a comunidade. E foi o que aconteceu nesta sexta-feira, 6, no Centro Cultural Católico. A população esteve representada por lideranças de diversas setores, por expressivo comparecimento de jovens estudantes e autoridades do município. Presentes se fizeram e manifestaram, após a abertura e exposição feita pelo procurador jurídico do município, Ilídio Antônio: Daniel Rocha, presidente da Câmara Municipal; Ten-cel. Wilson, comandante da 13ª Cia da PMMG, Renato Rocha, Sgt do Corpo de Bombeiro, Révio Umberto Ribeiro, presidente da subseção da OAB, Roberto Ramos, coordenador do Campus da Unimontes de São Francisco. Todos destacaram a importância da iniciativa apresentando sugestões e enumerando preocupações. O Ten-PM  Pacheco fez ampla  exposição, e didática a respeito da implantação do departamento de trânsito no município. Representantes de  Departamentos das Secretarias de Recursos Hídricos e Obras fizeram exposições das ações até então desenvolvidas em prol da melhoria do trânsito da cidade. A palavra foi passada ao público, os inscritos. Foram diversas e muito pertinentes as observações: Marciene, Roberto Ramos, sargento Passos (que rememorou a criação da Lei de Mobilidade Urbana, discutida com a comunidade, que foi engavetada pelo Executivo), vereador Eric Master, Francis (Nino),  vice-prefeito Raul, radialista Altamir, Eudo, Leandro Amaral, José Reinaldo Almeida, Petrônio Braz Neto, Leo GEDESF. Por fim, o prefeito agradeceu a presença e colaboração de todos afiançando que o projeto seria enviado à Câmara que com a sua aprovação partirá para a execução.


DESTAQUE: Há muito não se ouvia a execução do Hino Nacional com tanta vibração e fervor, justificada sem dúvida pela presença de um grupo de alunos da Escola Cívico Militar José D’Ávila Pinto.