Nota: Esta monografia será dividida em capítulos,
mais curtos, para uma melhor leitura.
Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro
EM BUSCA DAS ORIGENS – X
O índio está em nossa
ancestralidade mais recente e direta no liame
à terra-mãe. A nossa etnia – informações genéticas físicas, espirituais
e comportamentais –, no entanto, vem de tempos mais distantes, esquecidos nas
brumas dos séculos. A raça mais próxima na composição de nossa etnia, depois do
índio, é a do negro africano. No processo da aglutinação das três raças do
branco, do índio e do negro ocorreu a
formação da raça do brasileiro. O caminho, no entanto é longo, passando por
milênios. Percorrendo espinhosos e tortos caminhos, muitas vezes com indignação
diante de atos ligados ao comportamento humano, vamos encontrar fiapos de
raízes da abominável escravidão, fato marcante da introdução do negro africano
no processo de colonização do Brasil e, consequentemente, na formação da raça
brasileira. Ainda que não se aprofunde na questão, por demais debatida e
exposta em estudos por cientistas e
historiadores, apenas para dar curso a este sucinto trabalho, pretendo
discorrer sobre o assunto para entender o porquê da escravidão e como ela,
apesar do sofrimento imposto a seres humanos, teve extraordinária importância
na constituição do nosso País. Indo além para
entender a nossa ancestralidade como um raça brasileira, fusão, em sua
origem na três raças branca, índia e negra.
Revendo
a escravidão em suas origens buscamos entender o comportamento humano ou
desumano. Ela foi presente nas sociedades do Egito Antigo por mais de dois milênios –
desde o Império Antigo (2700–2200 a.C.), prisioneiros de guerra eram
escravizados e um grande contingente da população realizava trabalho
compulsório. No Código de Hamurabi (1792-1750 a.C) a escravidão também era
contemplada. Passou pela antiga Grécia onde encontramos o conceito do Aristóteles (A Política) sobre a escravidão: “A utilidade dos animais domésticos e a dos escravos é mais ou menos a
mesma que tanto uns, quanto outros ajudam-nos, através de sua força física, a
satisfazer as necessidades da existência. Assim a guerra é um meio natural,
pois ela compreende esta caça que se deve fazer aos animais selvagens e aos escravos,
que, nascidos para obedecer, se recusam
à obediência”. Espantoso em tempos atuais.
Conhecer o papel representado pelo branco, índio e o negro nas raízes da
nossa civilização nos levará a
entender melhor o comportamento da raça resultante, o brasileiro, em seus
costumes de modo geral. No caso, em ligeiras linhas, já abordamos a
participação dos índios e a presença deles na formação do povo barranqueiro, em
nosso caso, no médio São Francisco. Vamos, então, nos ater um pouco da presença do negro.
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