sábado, 10 de fevereiro de 2024

NOSSA CIDADE: FATOS HISTÓRICOS

 Nota: Esta monografia será dividida em capítulos, 

mais curtos, para uma melhor leitura.


Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro



EM BUSCA DAS ORIGENS – IX


    Concluo os capítulos sobre os índios com o papel da índia na contribuição da família brasileira. Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala) tece interessantes considerações sobre ela: “A mulher gentia temos que considerá-la, não só a base física da família brasileira, aquela em que se apoiou, robustecendo-se e multiplicando-se, a energia de reduzido número de povoadores europeus, mas valioso elemento de cultura, pelo menos material, na formação brasileira” Freire observa que dela nos veio a melhor da cultura indígena, que surpreende em alguns aspectos em relação ao europeu  elencando casos especiais: o asseio pessoal. A higiene do corpo banho e compara: “O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre pente e espelhinho no bolso, o cabelos brilhantes de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós”. Informa ainda um registro de Robert  Lowie (Are  We Civilized) citando um cronista alemão: “Ainda se encontra pessoas na Alemanha que em toda a sua vida não se lembravam de ter tomado banho uma única vez”. Há registro que  damas da corte não tinham o costume de banhar-se, limitando-se ao hábito de mal e mal lavar as mãos. O homem moderno não se vale daqueles recursos para se enfeitar, porém não dispensa o que lhe oferece a moderna indústria de cosméticos.

    Nossos índios foram os primeiros a descobrir e a desfrutar da riqueza da flora brasileira em benefício da saúde – as plantas medicinais, cujo emprego deu lugar à medicina caseira segundo o folclorista emérito Saul Martins, chegando a São Francisco, em tempos recentes, através de Zé Guedes, Vicente Barbosa, Olinto e Catarino.      O Ministério da Educação e a Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais financiaram  uma  pesquisa que resultou na publicação do “Livro Xacriabá de Plantas Medicinais – Fonte de esperança e mais saúde”, que traz um chamado dos índios Xacriabá: “Caro leitor, dentro deste livrinho você vai encontrar a grande importância sobre as plantas medicinais. Este livro surgiu para dar uma  resposta concreta  a um dos maiores problemas constatados por nós, índios Xacriabá, que usamos nossos conhecimentos gerais para conservar a nossa saúde. Pedimos que leia com bastante atenção. Nós, índios Xacriabá, valorizamos a natureza, pois ela é a nossa vida, onde encontramos alimentos, remédios, etc”.

O livro traz cinquenta e duas receitas para tratamento de diversas  doenças apenas com emprego de plantas medicinais encontradas em nossos cerrados e matas. 

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