Reagir enquanto há tempo
Um problema crítico e que vai sendo, sempre, empurrado às calendas: a situação crítica do rio São Francisco. Muita conversa, muitas promessas e nada, mas nada mesmo é feito – pelo menos aqui no Norte e Noroeste de Minas. Centenas de ribeirões, córregos e até rios entram em fase terminal – alguns mortos de vez, outros intermitentes e outros, pouquíssimos, com fiapos de água. Enquanto isso, empresários que devastaram o cerrado, “pai das águas”,causando o grave desastre ecológico, chegam, agora, noutra frente: perfuração de poços tubulares de maneira indiscriminadas, com aval de políticos que municiam os produtores de canos e caixas d´água, mesmo não tendo água. Acabaram com as fontes de água superficial e, agora, atacam as águas subterrâneas como se fossem elas infinitas.
Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) visitou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, para tratar de agendas relacionadas ao Rio São Francisco. Ele entregou ao ministro o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco, pontuando: “Nós queremos que todos os atores da Bacia Hidrográfica tenham acesso ao Plano, pois ele é um grande patrimônio de todos, foi construído com recursos da cobrança pela água bruta e é um instrumento que pode ser utilizado tanto pelo governo federal, quanto pelos governos estaduais”.
Uma importante iniciativa do presidente Anivaldo foi entregar ao ministro o Plano de Aplicação de Recursos na Bacia do São Francisco que aponta investimentos necessários para a revitalização da Bacia até 2016. Ele enfatizou ao ministro “Nós viemos pedir apoio para que, com os recursos que vê para a Agenda Verde do Ministério do Meio Ambiente, o órgão possa executar esses recursos dentro das metas e diretrizes do Plano da Bacia.
No município de São Francisco – e região – os problemas hídricos são graves. Contudo trata-se de uma região esquecida, que mal existe no mapa. Mas o que dizer da situação do submédio São Francisco onde se localiza a importante barragem de Sobradinho e cujo cenário tem sido objeto de novelas de TV e célebres reportagens. “Sobradinho, no norte baiano, reúne cenários de desolação com a crescente redução do volume de água”, noticia a revista Travessia, editada pelo CBHSF, acrescentando” Onde hoje podemos caminhar em solo firme, existia muita água, quase 4 metros de altura e a cena que deparamos agora é de muita tristeza. Esse é o resultado não só da seca que nos assola há dez anos, mas é também da ausência de medidas contínuas de preservação”. E adverte: “Não temos mais tempo, precisamos revitalizar ou, em muito breve, não haverá mais rio”.
Prefeitos de São Francisco, Luislândia (onde não há um curso d´água perene), Brasília de Minas, Pintópolis, Icaraí de Minas e Chapada Gaúcha (da área do CBHSF9) precisam partir para ação contínua em defesa dos recursos hídricos da região – preservação e recuperação, pois como vai não é de se admirar que, muito em breve, até o rio São Francisco passará à categoria de córrego.
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