XXIX - Parte
A CERCA - II
Contando
a história da construção da cerca no Núcleo do Urucuia, no ano de 1980, não
mencionei o nome dos estudantes do Curso Técnico em Agropecuária do CI, que
participaram da obra - as anotações (relatório) daquele trabalho, assim como a
coleção de slides, deixei no arquivo Centro Integrado como patrimônio histórico
da Fucam. Temo que tanto um quanto o outro já não existam.
Recorri,
então, ao ex-aluno Anísio Ruas, que tem uma intensa ligação com a turma de 1983
promovendo encontros anuais e fazendo constantes postagens do Face relatando
fatos e fotos relativas ao grupo. E mais, lá em Vilhena, onde reside e fez
carreira (professor, vereador e líder comunitário), ele tem uma grande
participação na vida social, sobretudo através da música - o que herdou gosto por
sua passagem no coral do Centro Integrado, lembrança que guardou com carinho
chegando a editar um cd. Anísio é um caiomartiniano da gema, jamais se esquece
de seus amigos, entre eles me incluo merecendo suas atenciosas ligações e
visitas, inclusive com sua esposa e filhos, em minha casa, em São Francisco.
Então
recorri-me a ele para lembrar o nome dos nossos companheiros de jornada e ele
mos repassou, inclusive com alguns divertidos detalhes.
José
Naíldes (Seteba), Idelino Rodrigues, Sérgio Borba (Tucano), Wilson Soares, José
Wilson, João Gualberto, Antônio Vieira,
Ely Avelino, José Ataene (de São Romão, não concluiu o curso), Antônio Carlos
(Bonitão), Roberval, Celson Guedes (Broa).
E
suas lembranças: a construção de 7 mil metros de cerca; partida de futebol,
quando venceram um time de Bonfinópolis pelo placar de 4 x0 - nem poderia ser
diferente, pois o time tinha craques do juvenil do CI, como João Gualberto e o
próprio Anísio, muito driblador.
Não
mencionou a partida que realizamos entre torcedores do Atlético e do
Cruzeiro. Seria barbada para o time dos
cruzeirenses que tinha mais craques que o dos torcedores do Atlético. Tinha
craques mais não tinha humildade, raça e tática. Amarramos o jogo, travando na
defesa e partindo para o contra-ataque, com chutões para o Celso Broa, o único
atacante. Descuidaram dele e, pronto, venceu Setaba no gol. Na beira do campo a
torcida dos cruzeirenses era forte, comandada pelo Chico Bandeira, pai do juiz,
também cruzeirense. Assim, ao apagar das luzes, o juiz, sem qualquer escrúpulo
apitou uma penalidade máxima para o time dos cruzeirenses.... e o jogo acabou
aí, sem a cobrança da penalidade.
Nesse
jogo, em bola alta alçada ao gol dos cruzeirenses, o goleiro Seteba, querendo
impressionar a torcida deu um espetacular
vôo, foi alto e, sem devido treino, estatelou-se no chão, onde ficou por
bons minutos sem ar com a turma jogando água nele. Do campo foi direto para
cama. Pelo menos não trabalhou no dia seguinte com dores no corpo.No final da
mensagem que me enviou, Anísio se gaba: "Ainda namorei a moça mais bonita
da região. Shirley, filha do Chico Bandeirante".
Texto e fotos: João Naves de Melo
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