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Semana Santa. Voltamos à Jerusalém na quadra que transformou a história da humanidade. Então, quedo-me diante da carta que o senador Públio Lentulus enviou ao imperador Tibério César descrevendo o retrato de Jesus: “Um homem de grande virtude chamado Jesus, pelo povo inculcado de profeta da verdade e pelos seus discípulos de filho de Deus. É um homem de justa estatura, muito belo no aspecto; e há tanta majestade no seu rosto, obrigando os que o vêem a amá-lo ou temê-lo. Tem o cabelo cor de amêndoa madura, são distendidos até as orelhas; e das orelhas até as espáduas; são da cor da terra, porém reluzentes. Ao meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. Seu rosto é cheio; de aspecto muito sereno; nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face. O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, semelhante aos cabelos, não muito longa e separada pelo meio; seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, resplandecendo no seu rosto como raios do sol; porém, ninguém pode olhar fixo o seu semblante, pois se resplandece, subjuga; e quanto ameniza comove até às lágrimas. Faz-se amar e é alegre, porém, com gravidade. Nunca alguém o viu rir, mas, antes, chorar.”
Intentaram matá-lo engendrando um falso julgamento que investia contra as próprias leis vigentes; um julgamento à sorrelfa para ludibriar a opinião pública. Mataram-no? Ledo engano, plantaram sim a semente do amor no coração dos homens, pois Jesus era o próprio amor. Imaginemos, hoje, que Jesus quis ser apenas um cordeiro e, contudo, ele se projetou na esteira dos séculos. Quis ser apenas um servo, mas luziu com toda majestade e permanece no nos corações dos homens. Mais de dois mil anos passados e Ele continua vivo posto que, ainda em nossos dias, é luz que nos conduz, que amaina nossos espíritos em tempos tão conturbados, pois somente o seu amor e o seu Evangelho podem amainar as paixões humanas e harmonizar os seres numa convivência pacífica e jubilosa.
Jesus era filho da Galileia, uma terra de homens ignorantes. Por que se fez tão grande se tão pequeno se mostrou? Por que meio a homens rudes Ele luziu, ainda que apenas quis ser um servo? Por que Ele se projetou na esteira dos séculos: quando apenas quis ser um cordeiro? Que exemplo para os poderosos hodiernos (ou de todos os tempos) que querem a majestade se impondo pela força ou por meios espúrios.
Uma semana de reflexão para que rememoremos a mensagem que Jesus nos trouxe do Pai celestial e, em seu amor, vivamos a esperança da graça misericordiosa. É o melhor que pode nos acontecer....