sábado, 15 de março de 2025

AINDA SOBRE O DIA DA MULHER

 Não sou um pássaro, e não fui presa em uma armadilha

Sou um ser humano livre com minha vontade independente – Charlotte Brontë



Em plena Era Vitoriana (1837/1901) quando a situação era severamente aflitiva para as mulheres, uma voz se destacou a favor delas, ainda que usando a bandeira dos homens. Foi a voz de Charlotte Brontë, que para publicar seus livros viu-se na contingência de adotar um nome masculino, Currer Bell. A respeito dessa imposição, da época, ela escreveu: “Tem-se a crença que as mulheres, em geral, são bastantes calmas, mas as mulheres sentem as mesmas coisas que os homens. Precisam exercitar suas faculdades e ter um campo para expandi-las, como seus irmãos costumam fazer. Elas sofrem uma restrição tão rígida, e de uma estagnação tão absoluta, como os homens sofreriam se vivesse na mesma situação. É um pensamento estreito dos seres mais privilegiados do sexo masculino dizer que as mulheres precisam ficar isoladas no mundo para fazer pudim e cerzir meias, tocar piano e bordar bolsas. É fora de propósito condená-las, ou rir delas, se elas desejam fazer mais ou aprender mais do que o costume determinava que fosse necessário para pessoa de seu sexo”.

As conquistas das mulheres para ocupar equivalente papel na sociedade têm sido uma epopeia. Um marco expressivo aconteceu no dia 8 de março de 1917 numa sublevação de operárias russas, que deu origem ao Dia Internacional da Mulher. Cento e oito anos depois ainda há um clamor buscando dar à mulher o seu verdadeiro papel na história da humanidade. Há, ainda, muitos preconceitos, discriminação e atos de subjugação enraizados em costumes e sistemas sociais radicais que colocam as mulheres em segundo plano. É de se estranhar que a maior discriminação ocorra em países cujas bandeiras ideológicas são defendidas em nossa Pátria. 

O que se tem como realidade é que as mulheres têm demonstrado seu valor em todas os campos da atividade humana. No caso, no desempenho de várias funções, muitas arrostam enormes e pesados sacrifícios para, ao mesmo tempo, exercer a mais sagrada missão que a ela coube por circunstâncias naturais e abençoadas por Deus: ser mãe. E mais é o seu papel como mestra, figura indelével por parte de todos que passaram por bancos escolares nos anos primeiros. Mulheres que morando em cidade grande arrostam enormes sacrifícios, saindo de casa ainda de madrugada, às vezes tomando dois transportes (ônibus), para lecionar em bairros afastados e ainda se mantendo como pilar de uma família. 

Lutas e conquistas à parte há uma verdade insofismável: a humanidade só existe porque existe a mulher. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário