Nota: Esta monografia será dividida em capítulos,
mais curtos, para uma melhor leitura.
Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro
EM BUSCA DAS ORIGENS – XV
Ponto de partida para São Francisco. Segundo Gilberto Freire (Casa Grande & Senzala) “No Brasil, as relações entre negros e as raças de cor foram desde a primeira metade do século XVI condicionadas, de um lado pela sistema de produção econômica – a monocultura fundiária: do outro lado a escassez de mulheres brancas, entre os conquistadores”. Daí, deu-se início à formação da etnia brasileira, no que escreveu João Ribeiro: “a fusão das raças branca, negra e vermelha traduz-se em vários tipos de cruzamento (mameluco, mulato, cafuso) branco-índio, branco-negro, índio-negro”.
Neste
contexto, a região do Médio São Francisco, compreendendo uma faixa de São Romão a Matias Cardoso entra na história a partir
da segunda década do século XVIII quando Januário Cardoso foi nomeando pelo
Governo-geral com poderes absolutos de Regente, com ordem a pacificar o rio,
ainda que a peso de armas, Ele então
ocupara o lugar de seu pai o capitão-mor Matias Cardoso fundador do povoado
Morrinhos, hoje Matias Cardoso.
O
desenvolvimento populacional desta região foi gradativo, de acordo com
circunstâncias de fatores ligados à expansão da pecuária, da criação de
fazendas às margens do Rio São Francisco. Januário Cardoso, tomando um exemplo sugerido pelos índios, que
tinham suas tabas independentes e
ligadas apenas ao poder do cacique, foi
entregando a seus companheiros de armas, parentes e amigos íntimos, o governo e
domínio das aldeias e novos arraias. Assim foram criadas as fazendas Pedras de
Cima (São Francisco), de Domingos do Prado e Oliveira, e Pedras de Baixo (Maria
da Cruz) de Pedro Cardoso.
Pelo
mesmo motivo que levaram Januário Cardoso a entrar para o S. Francisco, entrou
pelo rio Pardo o Capitão Antônio Gonçalves Figueira, companheiro de armas de Matias Cardoso, que
para completar o plano de pacificação, ocupou imediatamente os territórios do
Rio Verde e Gorutuba em correspondência com os arraiais do S. Francisco
fundando por seu lado Itaí, Olhos-d´Água e Montes Claros.
Assentadas
as fazendas Januário Cardoso deu curso ao plano de pacificação enviando tropas
comandadas por seu sobrinho Capitão Manuel Tarcísio Toledo, guiado por Manuel
Pires Maciel com o concurso de Domingos do Prado, para combater os índios
sediados na ilha Guaíbas e na aldeia Tapiraçaba, no que resultou na criação de São Romão e
Januária.
Faço um
registro paragonando os desenvolvimentos, através dos anos, de São Francisco, São Romão e Januária,
cidades ribeirinhas, com Montes Claros surgida pela entrada do sertão. Registro
feito por Diogo de Vasconcelos (História Média de Minas Gerais) “Quando se avolumou a população das Gerai, e
o comércio cresceu de valor em gêneros alimentícios, em gado principalmente, o
Capitão que já tinha aberto caminho ligando Montes Claros a Tranqueira,
encruzilhada que vinha da Bahia para o S. Francisco, prolongou a linha de
Montes Claros ao Rio das Velhas,
encontrando com esta o itinerário , que ia do Sabará à mesma cidade. A viagem
tornou-se, além de tudo, mais cômoda e por zonas saudáveis, preferida,
portanto, pelos viajantes que deixaram de passar pelo Rio São Francisco”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário