sábado, 13 de abril de 2024

NOSSA CIDADE: FATOS HISTÓRICOS

  Nota: Esta monografia será dividida em capítulos, 

mais curtos, para uma melhor leitura.


Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro



EM BUSCA DAS ORIGENS – XV

  

        Ponto de partida para São Francisco. Segundo Gilberto Freire (Casa Grande & Senzala) “No Brasil, as relações entre negros e as raças de cor foram desde a primeira metade do século XVI condicionadas, de um lado  pela sistema de produção econômica – a monocultura fundiária: do outro lado a escassez de mulheres brancas, entre os conquistadores”. Daí, deu-se início à formação da etnia brasileira, no que escreveu  João Ribeiro: “a fusão das raças branca, negra e vermelha traduz-se em vários tipos de cruzamento (mameluco, mulato, cafuso) branco-índio, branco-negro, índio-negro”.

Neste contexto, a região do Médio São Francisco, compreendendo  uma faixa de São Romão  a Matias Cardoso entra na história a partir da segunda década do século XVIII quando Januário Cardoso foi nomeando pelo Governo-geral com poderes absolutos de Regente, com ordem a pacificar o rio, ainda que a peso de  armas, Ele então ocupara o lugar de seu pai o capitão-mor Matias Cardoso fundador do povoado Morrinhos, hoje Matias Cardoso.

O desenvolvimento populacional desta região foi gradativo, de acordo com circunstâncias de fatores ligados à expansão da pecuária, da criação de fazendas às margens do Rio São Francisco. Januário Cardoso,  tomando um exemplo sugerido pelos índios, que tinham  suas tabas independentes e ligadas apenas ao poder  do cacique, foi entregando a seus companheiros de armas, parentes e amigos íntimos, o governo e domínio das aldeias e novos arraias. Assim foram criadas as fazendas Pedras de Cima (São Francisco), de Domingos do Prado e Oliveira, e Pedras de Baixo (Maria da Cruz) de Pedro Cardoso.

Pelo mesmo motivo que levaram Januário Cardoso a entrar para o S. Francisco, entrou pelo rio Pardo o Capitão Antônio Gonçalves Figueira,  companheiro de armas de Matias Cardoso, que para completar o plano de pacificação, ocupou imediatamente os territórios do Rio Verde e Gorutuba em correspondência com os arraiais do S. Francisco fundando por seu lado Itaí, Olhos-d´Água e Montes Claros.

Assentadas as fazendas Januário Cardoso deu curso ao plano de pacificação enviando tropas comandadas por seu sobrinho Capitão Manuel Tarcísio Toledo, guiado por Manuel Pires Maciel com o concurso de Domingos do Prado, para combater os índios sediados na ilha Guaíbas e na aldeia Tapiraçaba,  no que resultou na criação de São Romão e Januária.

Faço um registro paragonando os desenvolvimentos, através dos anos,  de São Francisco, São Romão e Januária, cidades ribeirinhas, com Montes Claros surgida pela entrada do sertão. Registro feito por Diogo de Vasconcelos (História Média de Minas Gerais) “Quando se avolumou a população das Gerai, e o comércio cresceu de valor em gêneros alimentícios, em gado principalmente, o Capitão que já tinha aberto caminho ligando Montes Claros a Tranqueira, encruzilhada que vinha da Bahia para o S. Francisco, prolongou a linha de Montes Claros  ao Rio das Velhas, encontrando com esta o itinerário , que ia do Sabará à mesma cidade. A viagem tornou-se, além de tudo, mais cômoda e por zonas saudáveis, preferida, portanto, pelos viajantes que deixaram de passar pelo Rio São Francisco”.

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