Nota: Esta monografia será dividida em capítulos,
mais curtos, para uma melhor leitura.
Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro
EM BUSCA DAS ORIGENS - III
A
criação de uma nova nação ganhava forma, ainda que atrelada à Europa (governo
em Portugal e o comércio com outras nações). Como anteriormente destacado, favoreceu
o desenlace a implantação da cultura da cana e do tabaco ocupando vastas áreas na
região do Nordeste, especialmente Bahia e Pernambuco, e o café no sul, regiões
litorâneas. Então como se deu o avanço rumo ao interior chegando à região do
rio São Francisco? Celso Furtado em citação
de Francisco M. P. Teixeira e José Dantas analisou o fato: “Ao expandir-se a economia açucareira, a
necessidade de animais de tiro tendeu crescer mais que proporcionalmente, pois
a devastação das florestas obrigava a buscar a lenha a distância a cada vez maior. Por outro lado,
logo se evidenciou a incompatibilidade de criar gado na faixa litorânea, isso
é, dentro das próprias unidades produtoras de açúcar. O conflitos provocados
pela penetração de animais nas plantações devem ter sido grandes, pois o
governo português proibiu finalmente a criação de gado na faixa litorânea. E
foi a separação das duas atividades econômicas – açucareira e criatória – que
deu lugar a uma economia dependente na própria região nordestina”(História do
Brasil da Colônia). Traçava-se a origem de São Francisco.
Pelo
Sul a penetração dava-se com as bandeiras – a procurara de pedras preciosas e
índios para o cativeiro – os mineradores e as Missões. A importância das
bandeiras neste processo de interiorização, levando-se à fundação de aldeias,
foi bem definida por Gilberto Freire:
“Bandeiras, sociedade em movimento”.
Desenvolvia-se
a Colônia com gentes que se subdividiam entre os colonizadores, nativos e
negros. Fernando A. Novais descreve o fato: “E do convívio das inter-relações desse caos foi emergindo, no
cotidiano, essa categoria de colonos que, depois, foi se descobrindo como
‘brasileiros’. Brasileiros, como se sabe, no começo e durante muito tempo
designava apenas os comerciantes de pau-brasil. A percepção de tal metamorfose,
ou melhor, essa tomada de consciência –
isto é, os colonos descobrindo-se como paulistas, pernambucanos, mineiros, etc.
para afinal identificarem-se como brasileiros – constituindo, evidentemente, o
que há de mais importante na história da Colônia, porque situa-se no cerne da
constituição da nossa identidade.” (História da Vida Privada no Brasil)
À
distância, no tempo, encontram-se as raízes da etnia do são-franciscano, como
destacaremos posteriormente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário