“Rio São Francisco fator precípuo da existência do Brasil”. Escreveu o engenheiro Geraldo Rocha, não sem razão, pois a interpretação desta sentença deveria ser estudada nas escolas, a começar do ensino fundamental através da Geografia e da História com a pergunta: por que ele é o rio da Integração Nacional? Poderiam e encontrar uma resposta sobre o que disse o pesquisador Vicente Licínio Cardoso no livro À margem da História do Brasil: “São Francisco é um rio sem história, frase que define, como nenhuma outra, a ignorância rebelde e perigosa em que temos incidido sobre nossas própria coisa”.
O quanto o rio São Francisco é importante para nós que temos nele “preso o umbigo” como dizia Geraldo Ribas ou a alma como sentenciou Saul Martins. Dele tanto usufruímos, desde a água que sacia nossa sede ou nos serve em itens essenciais à nossa vida diária. Em troca o que lhe damos? A população e governantes pouco fazem, ou quase nada, para evitar que, com o tempo, talvez não muito longe, ele possa a ser uma lembrança como centenas de cursos d´água que o alimentavam, “filhas do cerrado”, que hoje são imagens do passado. Secam-se as veias do São Francisco.
No ano de 2001, comemorando os 501 do descobrimento dele, através do PJBN e Codema, desenvolveu-se em São Francisco um complexo de ações desenvolvidas visando a sua revitalização: construção de barraginhas, proteção de nascentes, construção de tanques, proteção de veredas e outras providências. Poderá ser dito tratar-se da ação que lembra o beija-flor apagando incêndio na floresta, mas foi uma ação importante que deu certo por bom tempo. Descuidou-se um governo municipal jogou por terra este trabalho e o que se registra é um terrível e pernicioso retrocesso. Contudo, acede-se uma luz com a atua administração municipal e a revitalização do Codema e a participação de organismos privados.
Rio São Francisco, 524 anos. Há motivo para comemorar a data? Por razão sentimental sempre haverá, mais ainda quando nos postamos no cais na hora de Angelus ao badalar dos sinos da Matriz, embevecidos pelo esplendoroso presente que o Criador nos oferece a cada dia: o pôr do sol fantástico, inigualável. É um caso de amor cantado por Guimarães Rosa: “A formosa cidade de São Francisco a que o rio olha com melhor amor”.

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