É inerente ao homem o sentimento de liberdade e o desejo de paz, mas a suas conquistas nem sempre são espontâneas, de graça. Um exemplo, entre tantos, temos a figura de Moisés libertando o seu povo da escravidão no Egito. Não foi uma concessão graciosa, exigiu sacrifício, tenacidade, persistência e resistência. Cercear a liberdade de pessoas ou de um povo decorre de atos tiranos e há tantos registros históricos a respeito, a interferência externa, como coerção ou violência que impede o exercício do cidadão da capacidade de agir e de ser agente de transformação na sociedade de participar do processo político. Em situações que são comuns em determinados países vão de encontro ao pensamento de Santo agostinho para quem a liberdade era o livre-arbítrio. No caso em comento, não é o que se vê na Venezuela que vivi uma democracia segundo o governo brasileiro. Pode-se ir um pouco além, sem se aprofundar, buscando o conceito de Jean-Paul Sartre sobre a liberdade: “O homem é livre porque escolhe sua própria essência e que as escolhas são concretas e históricas” é o ideal que quase sempre enfrenta algozes. Rudolph Steiner ligou a liberdade à capacidade de criar novas intuições e atos criativos, que não podem ser previstos ou predeterminados. Nem é preciso comentar.
Dois fatos recentes despertaram sentimentos de euforia e de esperança na humanidade (para os homens de bem): A paz na faixa de Gaza, que teve o protagonismo do presidente Trump dos EE.UU, e a concessão do prêmio Nobel à venezuelana María Corina Machado. No primeiro caso, ao invés de tomar partido por “a” ou “b”, incentivando o conflito, ele usou do convencimento. No segundo caso, a decisão foi do Comitê Nobel que no anúncio do nome da ganhadora teceu contundente crítica ao governo venezuelano, que atenta contra a democracia. Em sua decisão o Comitê Nobel disse que a líder da oposição venezuelana trabalha incansavelmente pela democracia e atende aos três requisitos para o prêmio estabelecidos pelo próprio Alfred Nobel. E mais, que Machado demonstrou que as ferramentas da democracia também são ferramentas da paz. Ela personifica a esperança por um futuro diferente, no qual os direitos fundamentais dos cidadãos sejam respeitados e suas vozes ouvidas.
O sonho pela liberdade torna-se realidade quando há propósito no sentido de consegui-la. Então, se vê: nunca é tarde para viver em um país em um regime de liberdade em toda a sua amplitude. Pode demorar, mas há exemplos como o famigerado Muro de Berlim e a Bastilha.

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