A praça Centenário já foi Largo Santo Antônio com uma pequena igreja consagrada ao santo do mesmo nome e tendo ao fundo o Mercado Municipal. No governo de Oscar Caetano Gomes passou a ser denominada Praça da República, depois, por longo anos, Oscar Caetano Gomes, que como prefeito a reformou e modernizou, com trabalho especial de jardinagem e a construção do saudoso coreto, incompreensivelmente destruído, quando deveria ser tombado como patrimônio histórico e cultural. Por fim, na comemoração dos 100 anos da criação da cidade de São Francisco foi denominada Praça Centenário, nome que guarda até o presente.
Foram focalizadas anteriormente no Portal as casas das famílias Caetano e Coutinho. Nesta edição registra-se mais duas casas que fizeram história: comércios de Francisco Gonçalves Mendonça (Chiquinho Mendonça) e Odilon Barbosa.
COMÉRCIO DO FULÔ MENDONÇA
Tradicional comércio até o ano de 1995, quando faleceu seu proprietário, Floriano Gonçalves Mendonça. Àquela época, o que precisasse o são-franciscano encontrava nela – era fantástico. Contudo, a história daquele comércio tem raízes em um fato marcante na história de São Francisco, o famoso Barulho de 1926, que obrigou Francisco Gonçalves de Mendonça (prefeito de São Francisco eleito em 1950) a retirar-se, com sua esposa para São Romão onde nasceram os seus filhos Floriano, Aristomil e Oduvaldo. Em 1934 ele regressou a São Francisco e criou a firma Francisco Gonçalves Mendonça, instalada na antiga Praça da República, hoje Centenário. Com a morte de Chiquinho Mendonça, o comércio passou para seu filho Floriano Gonçalves Mendonça. No prédio funciona, atualmente, a Drogaria Uninorte, que revivi o antigo estabelecimento com uma fotografia/mural de volta ao passado – uma paisagem bucólica retratando, de um lado, o antigo Mercado Municipal com vários bois ruminando em repouso depois de uma árdua jornada trazendo mercadoria do meio rural. Vale a pena vê-la.
CASA ODILON BARBOSA
No lado extremo da praça Centenário outro comércio também se destacava. E tem história. Em 1933 Odilon Rodrigues Barbosa, casado com Izabel Dourado, deixou São João do Piauí atraído pelo Sul. A viagem até Remanso, na Bahia, foi a cavalo levando o primogênito José na garupa e dona Izabel com a filha Ernestina no ventre. Deixaram os animais em Remando e embarcaram-se em um vapor com destino a Januária, onde Odilon desembarcou deixando dona Bezinha a bordo. Olhou e não tomou gosto. Decidindo-se por São Francisco, voltou ao vapor e seguiu a viagem, Desembarcando em São Francisco fez contatos com amigos e em pouco tempo estava montando o seu comércio. Trouxe na bagagem muitas redes, esteiras, artefatos do artesanato nordestino e pronto, nasceu o seu comércio que, com o tempo, consolidou-se numa casa comercial com variada gama de produtos – armarinho, tecidos, ferragem, gás e depósito de algodão e mamona nos fundos. A fachada da casa não era grande, mas seu interior era muito extenso, quase um quarteirão. Com a morte de Odilon e a aposentadoria de seu sucessor, o filho Leonides, o comércio foi extinto e a casa, atualmente, tem outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário