terça-feira, 4 de novembro de 2025

CULTO AOS MORTOS


A História revela fatos demonstrando o respeito e veneração aos mortos passando pelo Egito, Índia, Grécia, México, Peru, entre tantos outros países. Segundo Fustel de Ccoulanges “os mortos eram tido como entes sagrados. Os antigos davam-lhe epítetos mais respeitosos que podiam encontrar em seu vocabulário; chamavam-lhes de bons, santos, bem-aventurados (...) os túmulos eram templos destas divindades. Por isso tinham a inscrição sacramental Dis Manibus (Deus, dê-me mãos). Diante do túmulo havia um altar para os sacrifícios igual ao que há em frente dos templos dos deuses”.

O que é visto atualmente difere um pouco do culto que os antigos reservavam aos seus mortos, mas preserva-se o sentimento, o que se observa nas manifestações do Dia de Finados – visita aos cemitérios onde túmulos de mortos mais recentes são cuidadosamente ornamentados com flores e manifestações de saudades. Por outro lado, o que chama atenção são os túmulos mais antigos de mortos que não têm mais parentes vivos ou famílias amigas que deles pudessem cuidar. Assim, no conjunto do cemitério, no caso o da Saudade, existem muitos túmulos em ruinas totalmente esquecidos. Alguns conservam antigas lápides onde são identificadas pessoas sepultadas, que tiveram vida ativa na sociedade e que fizeram parte da história de São Francisco. Um exemplo: o túmulo de José Rodrigues Bispo e sua esposa Maria Teodora. Ele era anspeçada da Polícia Militar de Minas, destacado no Palácio da Liberdade. Ele participou da Revolução de 1930, conquanto tenha recebido medalhas de honra, nela sofreu ferimentos que comprometeram sua saúde levando-o a morte prematura. Sua esposa, dona Maria Teodora participou da história são-franciscana como afilhada de Antônio Ferreira Leite,  Presidente da Câmara Municipal de São Francisco (chefe do executivo). O túmulo do casal estava abandonado com galhos de árvores e grades de ferro cobrindo a lápide e um imenso crucifixo de Jesus (nem o Divino Mestre mereceu atenção).

A Prefeitura, através de órgão específico, deveria cuidar da preservação desses túmulos: limpeza, alguns retoques, por menores que sejam, para preservá-los e transmitir uma atitude de respeito àqueles que foram parte ativa da sociedade são-franciscana. 

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